- O International Business Report (IBR) foi um levantamento feito pela Grant Thornton que ouviu cerca de 5 mil empresários em 29 países
- Segundo Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, essa é uma tendência global, que deve ganhar cada vez mais importância no meio empresarial e governamental.
(Jenne Andrade e Luiz Felipe Simões) Um estudo constatou que os empresários brasileiros têm se importado cada vez mais com as práticas de ESG (ambientais, sociais e de governança). O levantamento International Business Report (IBR), feito pela Grant Thornton e obtido em primeira mão pelo E-Investidor, ouviu cerca de 5 mil empresários em 29 países. Para 89% dos entrevistados, o ESG é importante para os negócios.
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Outro ponto constatado pelo estudo é que mais de 90% afirmam que as práticas de ESG podem melhorar a imagem das companhias. Desses, 43% concordam e 48% concordam fortemente com essa afirmação.
Quando o assunto é o relacionamento aos clientes e fornecedores, 54% dos entrevistados acreditam que o ESG também pode melhorar as relações. Por fim, 53% creem que os hábitos ambientais, sociais e de governança podem abrir novas fontes de financiamento a taxas mais baixas.
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Segundo Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, essa é uma tendência global e que deve ganhar cada vez mais importância no meio empresarial e governamental. “Apesar de ainda estarmos no meio de um período muito turbulento por conta da pandemia da covid-19, os empresários brasileiros vêm demonstrando cada vez maior interesse nas práticas ESG”, diz.
Boas práticas
O famoso ESG (ou ASG, em português) é a sigla para as boas práticas ambientais, sociais e de governança. No mercado financeiro, seguir esses conceitos significa investir em empresas que tenham comprometimento em diminuir impactos negativos decorrentes dos negócios no meio ambiente e na sociedade, como um todo. Também é uma questão ESG a preocupação da companhia em manter uma gestão transparente, com políticas anticorrupção e que evitem conflitos de interesse.
Contudo, a análise para definir se uma companhia se enquadra dentro dos critérios ESG pode variar. Cada casa ou gestora pode construir os próprios ‘filtros’ para selecionar as empresas que têm o comprometimento com a sustentabilidade nas três frentes da sigla. Nesse sentido, há instituições que excluem automaticamente das carteiras toda indústria poluente, cujas atividades são ligadas à exploração de carvão, petróleo ou gás, assim como ao segmento do tabaco e de produção de armas.
Por outro lado, há especialistas que dão maior peso às iniciativas de cada companhia. Dessa forma, mesmo aquelas cujas atividades principais sejam caracteristicamente poluidoras, por exemplo, podem entrar nas carteiras ESG caso estejam agindo para minimizar os impactos ambientais ou os danos sociais.
Independentemente das análises, uma situação é fato: mais que contribuir para um mundo mais sustentável e justo, investir segundo o ESG é também uma estratégia financeiramente inteligente. Empresas com uma governança transparente, que se preocupam com os funcionários, sociedade e com o meio ambiente, têm bases mais sólidas para se perpetuarem. Isso quer dizer que enfrentarão menores riscos no futuro, sejam eles ligados à corrupção, tragédias ambientais ou sociais. O resultado é a maior geração de valor para os acionistas.
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