- Faria, que vai assumir seu mandato no dia 1 de fevereiro, já ocupou a mesma posição na Tim, de agosto de 2021 até janeiro deste ano, e na Oi, de novembro de 2019 até agosto de 2021
- Sua formação acadêmica foi em engenharia química, nos anos 90, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)
- Um dos seus marcos profissionais foi da companhia de telefonia fixa Oi. Ela foi a responsável pela renegociação do plano de recuperação da companhia
Após o rombo contábil da Americanas (AMER3), no valor de no mínimo R$ 20 bilhões, a companhia anunciou em fato relevante publicado na tarde de terça-feira (17) a contratação de Camille Loyo Faria, como nova CFO (diretora financeira) e DRI (diretora de relações com investidores) da empresa.
Leia também
Faria, que vai assumir seu mandato no dia 1 de fevereiro, já ocupou a mesma posição na Tim, de agosto de 2021 até janeiro deste ano, e na Oi, de novembro de 2019 até agosto de 2021. Antes atuou na área de investment banking do Bank of America Merrill Lynch, com passagens pelo Bradesco BBI e pelo Morgan Stanley.
Sua formação acadêmica foi em engenharia química, nos anos de 1990, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), conforme a página dela, no LinkedIn. No ano seguinte à conclusão da graduação, em 1998, realizou uma especialização nas áreas de engenharia industrial e finanças. Além disso, se formou no MBA de finanças, do Ibmec, no início dos anos 2000.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Um dos seus marcos profissionais foi na empresa de telefonia fixa Oi. A executiva foi a responsável pela renegociação do plano de recuperação da companhia, que tinha dívidas de cerca de R$ 60 bilhões – o triplo do informado pela Americanas.
Na época, Faria ajudou a Oi na relação de M&As (fusões e aquisições), cujo objetivo era captar recursos para tirar a operação da recuperação. O valor total arrecadado ultrapassou R$ 10 bilhões.
A expectativa do mercado é que ela faça o mesmo na Americanas. Especialistas entrevistados pelo E-Investidor indicaram que os ativos mais interessantes para serem vendidos pelo grupo são o Hortifruti, braço de hortaliças, frutas e legumes da Americanas, e o Grupo Uni.Co, dono das marcas Imaginarium e Puket. A Americanas confirmou ontem que está “avaliando diversas oportunidades” para a venda de ativos.
Enquanto Faria não assume, a Americanas contratou o banco Rothschild & Co, que atuará como interlocutor para a renegociação das dívidas da empresa com credores nacionais e internacionais. Entenda nesta reportagem o impacto de uma possível recuperação judicial da varejista para o mercado.
Publicidade
Faria se define em suas redes sociais como: “Executiva versátil, com ampla experiência em cargos C-level nos setores de energia e telecomunicações, bem como cargos seniores de banco de investimento. Especialista em M&A, transações de mercado de capitais de ações e dívidas, e turnaround (dar a volta por cima nos negócios, em tradução livre), tendo atuado tanto como diretora quanto como conselheira [de empresas]”.
Porém, vale lembrar um fato polêmico na trajetória da executiva. Em dezembro de 2022, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fechou acordo de R$ 1,38 milhão com Faria, relacionado ao período que ela foi diretora de relações com investidores da Oi e da TIM, para encerrar dois processos relacionados à divulgação de fato relevante.
A primeira acusação contra Faria foi de divulgação tardia da oferta de Claro, Vivo e Tim pela rede móvel da Oi. O fato relevante da operadora só saiu em 28 de julho de 2020, um dia após os proponentes informarem ao mercado sobre a oferta.
Já em outro processo, a acusação ocorreu devido a ausência de fato relevante, em novembro de 2021, quando foi noticiado que a Telecom Italia, controladora da Tim, teria recebido uma oferta de compra da telefônica brasileira. Faria era diretora de relações com investidores da companhia na época.
Publicidade
*Com informações do Estadão Conteúdo