O que este conteúdo fez por você?
- Um teste de Análise de Perfil do Investidor (API) era a única ferramenta para classificar o investidor e auxiliá-lo na escolha de produtos de investimento adequados ao seu perfil
- Agora, está disponível no mercado um Teste de Personalidade do Investidor (TPI) mais abrangente, que possui 36 perguntas divididas em 4 eixos: Perfil de Risco, Processo de Decisão, Envolvimento e Controle
- No total são 16 personalidades possíveis, sendo cada uma composta pelas quatro personalidades de cada dimensão
Toda vez que o investidor abre uma conta em uma corretora ou instituição financeira para aplicar recursos precisa obrigatoriamente responder a um teste de Análise de Perfil do Investidor (API), que o definirá como conservador, moderado e arrojado. Por anos, está foi a única ferramenta para classificar o investidor e auxiliá-lo na escolha de produtos de investimento adequados ao seu perfil. Contudo, para a maioria dos especialistas nem sempre foi eficiente.
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Muitos analistas reclamavam do fato de o teste API ser superficial demais, sem levar em conta a experiência, o momento de vida e personalidade do investidor. Encaixar ele em uma caixinha com o nome “conservador, moderado e arrojado” não parecia ser o caminho para preservar o pessoa física de riscos de investimento e uma trajetória frustrante na renda fixa ou na renda variável.
Mas a partir desta terça-feira (6) esta realidade pode mudar. A corretora Terra Investimentos lança um Teste de Personalidade do Investidor (TPI) mais abrangente, que possui 36 perguntas divididas em 4 eixos: Perfil de Risco, Processo de Decisão, Envolvimento e Controle. A novidade foi antecipada ao E-investidor.
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André Massaro, especialista em finanças da Terra Investimentos, conta que o desenvolvimento do teste durou dez meses e teve a participação da B3 (Bolsa de Valores) como apoiadora financeira e também de divulgação.
Embora seja um teste mais completo, Massaro esclarece que o objetivo não é substituir o teste API que já virou uma obrigação regulatória, a ideia é que o TPI seja um instrumento complementar que auxilia no conhecimento do investidor para tomar melhores decisões.
O Teste de Personalidade do Investidor está disponível gratuitamente para todo o público no site https://personalidadedoinvestidor.com.br/ e pode ser feito por qualquer investidor e até mesmo servir de apoio a profissionais do mercado financeiro, como educadores financeiros, consultores de investimentos e até assessores.
No entanto, o especialista destaca que só poderá ser feito o teste no site do TPI, por este motivo, outras corretoras não poderiam inserir este recurso nas suas plataformas. “É aberto ao público, mas não é algo disponível para uso de outras instituições financeiras”, pontua.
Estrutura
O TPI possui 4 eixos com 9 perguntas cada um. Segundo Massaro, a escolha de 9 questões foi estratégica para evitar empate em alguma das características.
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A estrutura do texto foi inspirada no formato MBTI (Myers-Briggs Type Indicator), um tipo de teste criado pelas americanas Katharine Cook Briggs e Isabel Briggs Myers para auxiliar mulheres a encontrar posições adequadas às suas personalidades no mercado de trabalho. A primeira versão do MBTI chegou a ser publicada na 2ª Guerra Mundial.
O especialista da Terra Investimentos esclarece que o MTBI inspirou a estrutura do TPI, onde o investidor encontra perguntas com duas respostas possíveis, que ajudam a determinar a personalidade deste. Contudo, a nível de conteúdo, tudo foi adaptado ao mercado financeiro e alguns conceitos de economia e finanças comportamentais.
A sequência das perguntas segue uma ordem alternada, desta forma a primeira questão corresponde à primeira dimensão, enquanto a segunda pergunta faz parte da segunda dimensão e assim em diante. O objetivo é minimizar o risco de que o investidor fique cansado ou viciado nas perguntas de uma única dimensão.
No total são 16 personalidades possíveis, sendo cada uma composta pelas quatro personalidades de cada dimensão.
Quatro eixos
Massaro explica as dimensões presentes no TPI e os tipos de personalidade. A primeira delas é semelhante ao teste atualmente existente, o Análise de Perfil do Investidor (API), e considera o perfil de risco.
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Diferente do API, aqui podem ser enquadrados apenas dois perfis: conservador ou arrojado. Enquanto no API, existe ainda o perfil moderado.
Nesta primeira dimensão o objetivo é determinar a aversão do investidor às perdas. “Nenhum investidor, deliberadamente, quer ganhar pouco. Todos querem ganhar muito. A questão, o que vai determinar se ele vai acabar priorizando a segurança é a aversão à perda”, afirma Massaro.
Uma pessoa que rejeita a ideia de perder dinheiro, poderia ser definida como conservadora, enquanto a que tolera mais perdas seria arrojada.
O segundo item do teste está relacionado ao processo de decisão, que pode ser racional ou passional.
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O especialista explica que o objetivo deste eixo é identificar se o investidor tem preferência por um processo de investimento mais racional e analítico. Segundo o especialista, o investidor racional procura se informar sobre determinado investimento e toma decisões de forma objetiva, buscando maximizar retornos, mas respeitando seu perfil de risco.
“Ele é mais lento, não tem um timing tão perfeito quanto o passional, mas tende a tomar decisões com uma taxa de acerto melhor”, destaca Massaro.
Já o passional toma decisões rápidas sem ter a informação suficiente. Ele é mais impulsivo e influenciado por medos, modismo e até efeito manada ou euforias do mercado. “É o investidor empolgadão, que se deixa levar e toma decisões impulsivas na hora”, comenta.
O terceiro eixo está relacionado ao envolvimento no processo de investimento, ou seja, a dedicação que o investidor tem para acompanhar suas aplicações. A depender disso ele pode ser engajado ou minimalista.
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O investidor engajado é aquele que gosta de estudar e acompanhar o mercado, o movimento e notícias sobre os ativos e ter um entendimento maior dos seus investimentos. Já o investidor minimalista pode ser de dois tipos: aquele que acompanha o mercado sistematicamente, ou seja, possui uma estratégia de olhar apenas certos indicadores e informações descartando todo o resto por considerar distração ou ruído.
E tem ainda o investidor minimalista que acompanha seus investimentos em circunstâncias excepcionais, por exemplo, olha a carteira a cada 3 ou 6 meses.
Massaro esclarece que o envolvimento não necessariamente está ligado ao risco. Por exemplo, um investidor engajado pode ser conservador, assim como um investidor minimalista poderia ser extremamente agressivo.
A última dimensão está relacionada ao controle na hora de analisar e executar os investimentos. Desta forma, a pessoa pode ser independente ou delegadora.
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Segundo Massaro, o investidor independente é aquele que prefere cuidar dos seus investimentos de começo ao fim, ou seja, ele estuda, faz a análise, escolhe os produtos e faz o processo de aporte.
Já no perfil delegador é possível encontrar investidores que se sentem confortáveis com receber ajuda profissional e isso também pode ter certos graus. Por exemplo, existe o delegador que procura um relatório de casa de análise com recomendações ou segue conselhos de analistas profissionais, mas compra os ativos sozinho.
E há também o delegador que prefere que algum gestor ou consultor tome conta dos investimentos dele, desde o processo de seleção até o aporte. Ele terceiriza suas decisões de investimento.
Da mesma forma que no eixo 3, um investidor independente não é necessariamente sinônimo de arrojado. Massaro destaca que uma pessoa pode gostar de fazer todo o processo de investimento e se informar e alocar apenas na renda fixa ou ser conservador.
Enquanto um investidor que terceiriza as decisões de investimento, pode acabar alocando em um fundo de perfil agressivo ou imitando a carteira de um trader, sendo extremamente arrojado.