- As criptomoedas não constituem um modelo de pirâmide financeira porque não carregam consigo nenhum grau de recrutamento
- O que caracteriza uma moeda digital como o bitcoin é o fato de ela ser negociada livremente pela lei de oferta e de demanda
- As criptomoedas são descentralizadas. Aliás, esse é um dos fatores pelos quais um ativo desse é reconhecido como dotado de um bom fundamento
(Por Carlos Pegurski, especial para o E-Investidor) – Apenas em 2021, o investimento em criptomoedas cresceu 938%, segundo a Hashdex, maior corretora de criptomoedas do País. Mas esse ainda é um nicho ignorado por parte da população.
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Muito porque as pessoas são informadas sobre constantes golpes envolvendo criptomoedas. E, de fato, há quem use o “criptoboom” para promover fraudes, prometendo enriquecimento fácil e rápido. Por isso, a reputação dos criptoativos nem sempre é das melhores.
Mas, afinal, o que tem de verdade nisso? As criptomoedas funcionam como as pirâmides financeiras? Há algo de semelhante?
Conheça mais sobre o assunto e veja por que muitos acham que o Bitcoin é uma pirâmide financeira.
Quais as diferenças entre criptomoedas e pirâmides?

Criptoativos não dependem de recrutamento
Entre os principais argumentos que demonstram que as criptomoedas não constituem um modelo de pirâmide financeira está o fato de que elas não carregam consigo nenhum grau de recrutamento. Ao comprar um bitcoin, por exemplo, você não precisa vender nada a ninguém.
Isso é por si só um divisor de águas, já que esse é o mecanismo pelo qual as pirâmides financeiras são potencialmente lesivas. Tipificadas como crime pela Lei nº 1521/51, elas dependem da inserção de novas camadas na pirâmide, o que não ocorre com os criptoativos.
É graças a isso que, no caso das moedas digitais, um novato em bitcoins negocia em igualdade com um veterano nesse mercado. E, ao comprar uma unidade de moeda, ninguém, além do vendedor, recebe algum tipo de benefício financeiro.
Criptomoedas não prometem enriquecimento fácil e rápido
Segundo o portal do Bitcoin, o que caracteriza uma moeda digital como o bitcoin é o fato de ela ser negociada livremente pela lei de oferta e de demanda. Não há interferência estatal de nenhum modo, já que ela não é a moeda de nenhum país. Nada de Banco Central, Ministério da Economia e instituições do gênero.
Ela é uma moeda com uma função comum, e não um produto, como no caso das negociações de pirâmides financeiras.
E, pelas suas características, as criptomoedas são altamente instáveis e voláteis. Não se pode garantir que seu valor caia ou suba e, portanto, não há como prometer enriquecimento.
A filosofia dos criptoativos é oposta às pirâmides
É verdade que as pessoas buscam as criptomoedas para especular. Mas é verdade também que a filosofia que as sustentam não tem nada de parecido com as pirâmides e outras fraudes. A ideia do Bitcoin e seus pares é ter um sistema de negociação livre de intermediadores.
Nada mais distante do que ocorre com as pirâmides. Nelas, você entra em um negócio fortemente regulado e concentrado, em que os líderes do nicho enriquecem à custa dos andares inferiores.
De acordo com o portal do Bitcoin, as criptomoedas são descentralizadas. Aliás, esse é um dos fatores pelos quais um ativo desse é reconhecido como dotado de um bom fundamento. Por um sistema complexo de blockchain, com código aberto, é possível verificar a integridade desse sistema sem perder a segurança nas transações.
O bitcoin, por exemplo, tem uma extensa rede de mineração de dados de modo que ninguém individualmente ou em pequenos grupos consegue controlar sua negociação.
Qual a semelhança entre pirâmide e criptomoedas?

Você deve ter percebido que o bitcoin não é um sistema de pirâmide. No entanto, a relação entre eles teima em aparecer porque os próprios operadores de criptoativos podem organizar esquema de pirâmide.
Para comprar criptomoedas, você deve abrir uma conta em uma corretora. É ela que intermedeia esse processo — e é aí que costumam surgir os problemas.
Um corretor honesto pegará seu dinheiro e comprará a parcela de bitcoin correspondente. Mas alguém desonesto pode agir da seguinte forma: prometer mundos e fundos, atraindo clientes iludidos e remunerá-los artificialmente. Diante do retorno, mais pessoas investem com ele, que volta a remunerar os compradores acima da média.
Esse ciclo segue até que o ritmo se torne insustentável e se descubra que se trata de uma pirâmide, ou seja, um modo de negócio que só existe enquanto houver uma entrada crescente de novos investidores. Quando isso é interrompido, o corretor some com o dinheiro dos clientes.
É daí que surgem as notícias de que o bitcoin seria uma pirâmide financeira. Mas, para ser justo, isso pode ser feito com qualquer ativo.
Se você abrir uma pirâmide de venda de chocolates, pode aplicar o mesmo golpe, mas ninguém pensará que os doces em si são ruins. Já no caso das criptomoedas, como ainda há desinformação, isso tende a ocorrer com mais facilidade.
Por isso, é fundamental ligar o alerta diante da promessa de ganhos muito altos. Em toda forma de investimento, informação é fundamental. Vale a pena dedicar tempo e procurar uma corretora confiável, com vários anos de mercado e boa avaliação.