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Criptomoedas

“O bitcoin a US$ 1 milhão é possível, mas não no curto prazo”, diz Mercado Bitcoin

Para Fabricio Tota, diretor no Mercado Bitcoin, a valorização da cripto depende de uma integração no sistema financeiro global

“O bitcoin a US$ 1 milhão é possível, mas não no curto prazo”, diz Mercado Bitcoin
O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)
O que este conteúdo fez por você?
  • A possibilidade de o Bitcoin atingir a marca de US$ 1 milhão nos próximos 5 anos é real, mas requer um cenário mais amplo, com grande adoção institucional e mudanças significativas no sistema financeiro
  • Tota vê os US$ 100 mil como um marco importante, mas ressalta que o Bitcoin ainda tem muito espaço para crescer, podendo atingir entre US$ 150 mil e US$ 200 mil até 2025
  • Ele destaca que a clareza regulatória nos EUA e a entrada de capital institucional são fatores cruciais para o crescimento contínuo do Bitcoin, além do impacto de mudanças no cenário político global

O bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, atingiu um marco histórico na última semana: os US$ 100 mil. O recorde aconteceu um mês após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, levando o valor de mercado do BTC para US$ 2 trilhões, segundo dados da Binance.

Após anos de críticas às criptomoedas, Trump adotou uma postura pró-cripto, prometendo mudanças expressivas, como a demissão de Gary Gensler, presidente da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), e a criação de uma reserva nacional de bitcoin. Tais propostas conferem legitimidade ao setor, que busca se afastar do histórico de desconfiança por parte de investidores tradicionais e reguladores.

Apesar da volatilidade inerente ao mercado de criptomoedas, analistas mantêm projeções otimistas, com o bitcoin podendo atingir novas altas até o final do ano. Eles alertam, porém, para as contradições dessa nova dinâmica: um ativo originalmente criado para afastar o controle governamental pode se beneficiar de intervenções políticas, levantando dúvidas sobre a independência que define sua essência.

Para discutir o futuro da criptomoeda, seus desafios e oportunidades, conversamos com Fabricio Tota, diretor no Mercado Bitcoin e colunista do E-Investidor. Tota compartilhou sua visão sobre os fatores que estão impulsionando a alta do ativo, as perspectivas para o mercado nos próximos anos e as oportunidades para os investidores. “Há grande otimismo com as mudanças regulatórias prometidas pelo governo Trump, mas qualquer atraso ou frustração pode impactar o preço”, diz.

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E-Investidor – Considerando que o bitcoin já atingiu a marca a histórica de US$ 100 mil, é um bom momento para vender ou ainda há mais espaço para crescimento?

Fabricio Tota – Os US$ 100 mil foram um marco importante, mas não o destino final. Para alguns investidores, especialmente aqueles que entraram há muitos anos, pode ser um bom momento para realizar parte dos lucros. No entanto, a narrativa de longo prazo do bitcoin continua forte, impulsionada pela adoção institucional, avanços regulatórios e seu papel crescente como reserva de valor.

E qual será o principal motor para a valorização do ativos nos próximos meses?

O principal fator, com enorme peso, será a clareza regulatória trazida pelo governo Trump, que deve criar um ambiente muito mais favorável para o mercado cripto nos Estados Unidos. Isso pode atrair uma entrada massiva de capital institucional, fortalecendo a confiança no bitcoin como ativo estratégico. Além disso, a aprovação dos ETFs de bitcoin à vista já estabeleceu a infraestrutura para essa entrada. A clareza regulatória também dá confiança para que empresas que hesitavam em entrar no mercado cripto finalmente avancem.

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Considerando o atual cenário de mercado e as possíveis mudanças regulatórias, quais são suas expectativas para o comportamento da criptomoeda em 2025?

Em 2025, o preço pode chegar a níveis entre US$ 150 mil e US$ 200 mil, dependendo da evolução da adoção e do ambiente regulatório. A questão chave é sobre como o mercado vai alinhar expectativas com a realidade. Há grande otimismo com as mudanças regulatórias prometidas pelo governo Trump, mas qualquer atraso ou frustração pode impactar o preço. Ainda assim, o ativo deve seguir em trajetória ascendente, mesmo com a volatilidade que continuará sendo sua companheira inseparável.

Trump tem sinalizado uma abordagem mais amigável para o mercado cripto, com propostas que podem beneficiar o setor. O que exatamente ele pretende fazer que poderia impulsionar o mercado de criptomoedas?

Trump tem sinalizado uma abordagem regulatória mais amigável para o mercado cripto, com medidas que podem transformar os EUA em um epicentro global do setor. Uma das propostas mais ambiciosas é a criação de uma reserva estratégica de bitcoin, o que colocaria o ativo digital no mesmo patamar de importância de reservas de ouro ou petróleo. Outro fator é a saída de Gary Gensler da CVM dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) e a indicação de um nome muito mais simpático ao mundo cripto – veja aqui quem é o escolhido. Combinado com possíveis incentivos à mineração de bitcoin nos EUA e um foco em eficiência governamental, essas medidas buscam colocar o país em situação de protagonismo na revolução financeira digital.

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Diversos especialistas e investidores de renome, como o CEO da Ripio, Sebastian Serrano, e a gestora Ark Invest, têm mencionado a possibilidade do bitcoin alcançar a marca de US$ 1 milhão. Na sua visão, isso é realmente possível?

O BTC a US$ 1 milhão é possível, mas não no curto prazo. Essa marca exige uma combinação de ampla adoção institucional, integração no sistema financeiro global e entrada de grandes fluxos de capital. Contudo, cenários de desvalorização do dólar e outras moedas fiduciárias, como a que vimos no pós-pandemia, podem acelerar significativamente a chegada dessa marca. Acho plausível para um horizonte de 5 anos.

Quais criptos você acredita que os investidores devem monitorar, especialmente aquelas com fundamentos sólidos e potencial de crescimento?

O bitcoin tende a puxar o mercado em ciclos de alta, mas nem todas as criptos seguem o mesmo ritmo. As altcoins com fundamentos sólidos têm mais chances de crescer, como ethereum (ETH), pela sua relevância em contratos inteligentes, e solana (SOL), que tem se destacado como um dos ecossistemas mais inovadores. Outras que merecem atenção incluem Pendle e Ondo, ligados a tokenização de ativos.

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Qual é o próximo ponto de entrada para o bitcoin?

Acredito que para a maior parte dos investidores o ponto de entrada importa pouco. Compras constantes e recorrentes são muito mais interessantes para a grande massa, pois reduz a chance de errar o timing e traz retornos significativos no longo prazo. Investidores que estão há pouco mais de três anos com estratégia de compras mensais já tem retorno superior a três vezes o capital investido.

E quais são os principais riscos para o mercado cripto nos próximos meses?

Um dos principais riscos é o excesso de expectativas em relação ao governo Trump. Caso as promessas regulatórias não sejam cumpridas, isso pode gerar uma reação negativa no mercado. Em paralelo, pesam as incertezas regulatórias globais, com países como China e Índia mantendo restrições ao uso de criptoativos, e a volatilidade econômica global.

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