- O otimismo do mercado se deve às expectativas de aprovação da CVM dos Estados Unidos para os pedidos de ETFs de bitcoin
- Na segunda (23), o órgão regulador perdeu a batalha na justiça contra Grayscale, gestora de criptomoedas, que conseguiu o aval para lançar o seu ETF de bitcoin à vista
- Os ganhos em virtude do cenário mais favorável ao mercado de criptos foram responsáveis por elevar a rentabilidade do ativo digital a 98,7% em 2023
Os investidores que estão posicionados em bitcoin (BTC) desde o início do ano conseguiram dobrar o patrimônio com a recente valorização do ativo digital. De janeiro até as negociações desta quarta-feira (25), a cotação da maior criptomoeda em valor de mercado registrou alta de 98,7%, segundo dados da Empiricus Research. Os ganhos expressivos, na avaliação de analistas, são resultados de uma sucessão de eventos ocorridos nesta semana que tornaram o ambiente mais favorável para o bitcoin.
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O principal deles é a derrota da Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente à CVM dos Estados Unidos, na disputa judicial contra Grayscale. Com o fim da batalha judicial na segunda-feira (23), a gestora de criptomoedas conseguiu o direito de lançar o seu ETF de bitcoin à vista. Paralelo a isso, os investidores seguem atentos aos movimentos da BlackRock diante das especulações de que a maior gestora de investimentos do mundo estaria preparando o fundo para o lançamento do seu ETF de bitcoin.
“Tivemos um registro do ticker do ETF da BlackRock (IBTC) na DTCC (Depository Trust and Clearing Corporation), empresa que presta o serviço de liquidação de transações para a Nasdaq”m diz Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset. “Outras gestoras fizeram mudanças nos seus pedidos ETFs, o que sinaliza que a SEC tenha sugeridos às alterações para facilitar a aprovação”, acrescenta.
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A aprovação desses pedidos pode definir uma nova fase para o mercado das criptomoedas. Isso porque a oferta dos novos produtos deve incentivar os investidores institucionais a incluir o bitcoin em seus portfólios. Na prática, esse movimento sinaliza um amadurecimento da classe de ativos. Por essa razão, a expectativa de uma aprovação nos próximos meses garantiu ao BTC uma valorização de 21,9% em uma semana. A alta empurrou na terça-feira (23) o ativo para a zona de preço dos US$ 35 mil, maior cotação desde maio de 2022.
Esse bom desempenho se resumiu em lucro para os investidores posicionados desde o início do ano na criptomoeda. Uma simulação feita por Vinícius Bazan, head de criptoativos da Empiricus Research, mostrou que aqueles que aplicaram R$ 1 mil em BTC conseguiram um retorno na quarta-feira (25) de R$ 987. Já os investidores que foram mais “ousados” investiram R$ 5 mil e R$ 10 mil em bitcoin esbanjam um lucro de R$ 4.935 e de R$ 9.870, respectivamente.
Veja quanto rendeu R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil em BTC
Valor do investimento |
Retorno em 2023*
|
R$ 1 mil | R$ 1.987 |
R$ 5 mil | R$ 9.935 |
R$ 10 mil | R$ 19.870 |
Fonte: Vinícius Bazan, head de criptoativos da Empiricus Research/*Acumulado de 2023 até o pregão do dia 25 de outubro |
Movimento de alta deve continuar?
Com a valorização recente, há dúvidas se o bitcoin vai conseguir sustentar os ganhos expressivos nos próximos dias apenas com especulações de aprovação dos pedidos de ETFs pela SEC. Se houver espaços para ganhos, as estimativas apontam para uma zona de preço de até US$ 40 mil em dezembro deste ano. “Acredito que o patamar de preço do bitcoin deve ficar entre US$ 38 mil a US$ 40 mil no fim de 2023. Não deve subir mais do que isso”, diz Rony Szuster, analista de Research do MB.
Por isso, os analistas enxergam que o atual momento abre oportunidades de investimentos em bitcoin para os investidores com objetivos ancorados no médio e longo prazo. “O bitcoin ainda está barato em relação à expectativa para 2024 e 2025. Então, é uma ótima oportunidade de investimento”, afirma Bazan. As perspectivas de alta se baseiam na proximidade do halving, evento responsável por reduzir pela metade a quantidade de bitcoins que os mineradores recebem por recompensa de bloco, previsto para acontecer nos próximos seis meses.
Os primeiros meses de 2024 também devem ser marcados pela possível aprovação da SEC ao pedidos de ETFs. De acordo com Szuster, com o aval do órgão regulador, as gestoras devem começar a compra o bitcoin para servir como lastro dos fundos e poder disponibilizar as cotas aos investidores.
“O investidor precisa estar posicionado quando esse movimento acontecer”, ressalta. A melhora no cenário macroeconômico com um possível início de queda de juros nos Estados Unidos ao longo 2024 também deve contribuir para a valorização do ativo digital por aumentar o apetite a risco dos investidores.
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