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Criptomoedas

Aprovação nos EUA movimenta R$ 47 bilhões em bitcoin. Vale investir?

Esse é o maior volume registrado em qualquer lançamento de ETF no mercado norte-americano

Aprovação nos EUA movimenta R$ 47 bilhões em bitcoin. Vale investir?
ETF de bitcoin: vale a pena o investimento? (Foto: Envato Elements)
O que este conteúdo fez por você?
  • Órgão regulador do mercado americano aprovou na última semana o lançamento de 11 ETFs da criptomoeda
  • O lançamento dos fundos de índice deve favorecer ainda mais a performance do bitcoin com a entrada de capital institucional para o mercado
  • Segundo dados de analistas da Bloomberg, o ETF que registrou o maior volume de negociação foi o GBTC, da gestora Grayscale

O lançamento dos ETFs de bitcoin à vista nos Estados Unidos (EUA) ganhou os holofotes dos investidores e movimentou cerca de US$ 9,6 bilhões (aproximadamente R$ 47,2 bilhões na cotação atual) apenas nos dois primeiros dias de negociação, segundo dados da Bloomberg. Esse é o maior volume registrado em qualquer lançamento de ETF no mercado norte-americano. O sucesso deve ajudar a criptomoeda  alcançar novos patamares de preço no curto e no médio prazos, mas não representa necessariamente uma oportunidade de investimento para os brasileiros.

O alerta se baseia no avanço do Brasil em comparação ao mercado norte-americano em pautas regulatórias de criptoativos e na oferta de produtos voltados para a classe de ativos. Segundo Paulo Boghosian, diretor executivo da gestora TC Pandhora, o investidor brasileiro já tem acesso a ETFs (fundos de índices negociados em bolsa), “monoativos” – com apenas um ativo, bitcoin ou ether, da rede Ethereum – ou formados por várias criptomoedas.

Para ele, o único diferencial em relação ao lançamento no exterior está no valor das taxas de administração. “No Brasil, a taxa de administração dos ETFs é de 0,70% a 0,75% ao ano. Nos EUA, as taxas cobradas estão na faixa dos 0,20% a 0,30%” diz Boghosian. Ou seja, a diferença de 0,5 ponto porcentual não reflete, na avaliação do analista, uma oportunidade de investimento. A decisão em estar posicionado em produtos no Brasil ou nos Estados Unidos decorre mais de uma avaliação pessoal do que de acreditar em ganhos maiores.

Caso a escolha seja investir em criptos por meio dos ETFs listados nas bolsas norte-americanas, o investidor precisa ficar atento aos riscos associados ao mercado de criptoativos e avaliar se os produtos estão adequados ao seu perfil de investimento. “Apesar de poder atrair capital para o mercado cripto e do volume expressivo nos primeiros dias, ainda é incerto quanto tempo levará para os efeitos se refletirem em capital entrando no mercado”, avalia Ayron Ferreira, analista de Research independente.

Quais são os ETFs de bitcoin aprovados?

A decisão da Securities and Exchange Commission (SEC) – órgão dos Estados Unidos equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira – que permitiu o lançamento dos ETFs de bitcoin à vista era aguardada há meses pelo mercado. Agora, 11 fundos de índices que vão replicar o desempenho do BTC foram listados nas bolsas de valores de Nova York (NYSE), Nasdaq e de Chicago Board Options Exchange (CBOE). Juntos, os novos produtos conseguiram movimentar US$ 9,6 bilhões em apenas três dias de negociação.

Segundo Eric Balchunas, analista da Bloomberg, em publicação na rede X (antigo Twitter), os ETFs superaram com folga o volume de negociação dos 500 ETFs lançados em 2023 em apenas um dia. “Hoje, eles (os ETFs lançados em 2023) registraram um volume de US$ 450 milhões. O melhor alcançou cerca US$ 45 milhões”, informou o analista. Já os 11 ETFs de bitcoin à vista conseguiram juntos quase US$ 2 bilhões apenas nesta terça-feira (16).

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O ETF de maior volume de negociação foi o GBTC, da gestora Grayscale que registrou, em apenas no primeiro dia, US$ 2,3 bilhões. Logo depois, aparece o iShares Bitcoin ETF (IBIT), da Black Rock, que alcançou um volume superior a US$ 1 bilhão no seu lançamento. O capital expressivo reflete o interesse dos investidores institucionais no mercado de criptoativos e esse fluxo positivo deve ajudar no médio e no longo prazos o bitcoin a alcançar patamares de preços ainda maiores.

“Com os principais gestores de ativos levando o mundo dos ativos digitais a milhões de pessoas por meio de um produto agora regulamentado, esses ETFs deverão catalisar o crescimento da indústria e aumentar significativamente a demanda por Bitcoin”, destaca Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas. Até o momento, a maior criptomoeda em valor de mercado negocia acima dos US$ 40, faixa de preço conquistada no fim do ano passado. No entanto, há analistas que acreditam haver espaço para o bitcoin alcançar novamente a sua máxima histórica de US$ 69 mil, como mostramos nesta reportagem.

A melhora do cenário macroeconômico com as expectativas de início do corte de juros nos Estados Unidos a partir de março deste ano ajuda a tornar o ambiente de investimentos em cripto mais favorável. Com o fim do ciclo de aperto monetário, o apetite a risco dos investidores deve aumentar e diversificar os seus aportes para investimentos mais arriscados, como as criptomoedas.

A realização do halving também deve favorecer o mercado cripto e está previsto para ocorrer em abril de 2024. O evento acontece uma vez a cada quatro anos e trata-se de uma redução planejada nas recompensas que os mineradores recebem que limita a oferta do criptoativo no mercado.

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