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ETF de metaverso da Hashdex estreia na B3; entenda se vale investir

Gestora lançou o META11, novo EFT de metaverso, na B3. Marcelo Sampaio destaca digitalização do mundo real

ETF de metaverso da Hashdex estreia na B3; entenda se vale investir
Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex, diz que o metaverso tem acelerado o processo de digitalização do mundo real que já estava em curso. Foto: Hashdex.
  • Para o CEO da Hashdex, Marcelo Sampaio, a desvalorização dos ativos não reflete o avanço dos projetos e se dá por um momento de debandada de investimentos considerados de risco
  • META11 vai oferecer ao investidor exposição a criptoativos da indústria de cultura e entretenimento em blockchain
  • NFTS11, primeiro ETF que investe no metaverso a estrear na bolsa brasileira, perdeu 66,92% do seu valor desde o lançamento

O ETF de metaverso META11 foi lançado nesta sexta-feira (3) na B3. O produto vai oferecer ao investidor exposição a criptoativos da indústria de cultura e entretenimento em blockchain, espelhando o “CF Digital Culture Composite Index”, índice que investe em projetos digitais, protocolos de suporte para tecnologia e plataformas blockchain.

O META11 segue os passos do NFTS11, primeiro ETF que investe no metaverso a entrar na Bolsa brasileira e que estreou em abril. Desde o seu lançamento, no entanto, o fundo já perdeu 66,92% do seu valor.

Em um momento de aversão ao risco, os ativos digitais têm sofrido grandes perdas. O bitcoin, principal criptomoeda, viu o seu valor cair em mais de 45,31% em 2022. A Hashdex, gestora do META11, também observa essa desvalorização. Os cinco EFTs lançados pela gestora acumulam expressivas quedas no ano. O BITH11 foi o que caiu menos, desvalorizando 45,21%. Já o ETHE11, que teve o maior tombo, depreciou em 58,68%.

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Para o CEO da Hashdex, Marcelo Sampaio, a desvalorização dos ativos não reflete o avanço dos projetos, que se dá por um momento de debandada de investimentos considerados de risco, incluindo os criptoativos. Segundo ele, o investidor deve observar se a tese é sólida e o seu potencial de crescimento.

“Quem se interessa por um produto desse [ETF de metaverso] tem que estar atento ao longo prazo e o desenvolvimento dessa sub-indústria. Não deve fazer diferença se está caindo ou subindo, e sim se você acredita que essa indústria pode ser muito maior do que é hoje, continuar se desenvolvendo, gerando valor e solucionando problemas”, diz Sampaio.

Atualmente, o índice espelhado pelo novo EFT investe nos seguintes ativos: Decentraland (MANA), The Sandbox (SAND), Axie Infinity (AXS), Enjin (ENJ), Chiliz (CHZ), Audius (AUDIO), Chainlink (LINK), Polygon (MATIC), The Graph (GRT) e Ethereum (ETH).

O META11 terá taxa de administração total de 1,3%, e a Hashdex estima que o valor inicial da cota seja de R$ 50.

Sampaio entende que o metaverso tem acelerado o processo de digitalização do mundo real, mas que já estava em curso com plataformas como e-mail, Facebook e Twitter. “É um momento muito interessante. Essa geração mais nova está vivendo de forma muito mais natural no metaverso do que parece para a gente”, afirma o CEO da Hashdex.

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Confira os principais pontos da entrevista do CEO da Hashdex ao E-Investidor:

E-Investidor – com a aversão ao risco penalizando criptoativos é um bom momento para lançar um EFT de metaverso?

Sampaio – A gente tenta ser agnóstico em relação ao time, porque nós somos investidores de longo prazo em criptoativos. Então nós queremos servir o mercado com projetos que consideramos serem relevantes e que serão grandes no futuro. Para a gente, sinceramente, não faz diferença se o mercado está em alta ou baixa. Faz diferença se acreditamos que a tese é sólida, tem potencial para crescer e os investidores devem ficar atentos a ela.

E o que o senhor considera uma tese sólida para um EFT do metaverso?

Sampaio – Quando entendemos a maturação dos modelos ou se, pelo menos, há um número mínimo de modelos interessantes suficientes para indicar que o negócio será desenvolvido. No caso do metaverso, o que vimos foi o impacto não apenas em arte, mas principalmente em games. Uma lógica de que você deveria ser compensado por jogar e criar toda uma economia de acordo com os atributos daquele jogo. É a espada de um jogo que pode ter um mercado secundário, pode ser levada para um outro jogo, da mesma forma que você leva um sofá da sua casa quando se muda. A ideia de criar uma economia aberta é muito poderosa e interessantíssima, com os ativos não fungíveis. Muita coisa pode ser criada em torno disso

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Já temos indícios de eventos, não apenas em jogos ou arte, que tem essa habilidade de digitalizar o mundo material. Existem casos de uso muito óbvios para NFTs, mas que ainda serão desenvolvidos no futuro. Como ter NFT como sua identidade. Você ter uma, eu ter uma. Qual é a representação digital que teremos no futuro?

Há muitas coisas envolvendo o blockchain. Esses modelos dão dicas suficientes de que será criada uma indústria dentro desses conceitos. Seja pelo que já está provado ou pelo que ainda irá acontecer. Esse tipo de raciocínio dá alguns indícios sobre esses investimentos.

Os ETFs lançados pela gestora estão em forte queda. Por que o investidor deveria acreditar que dessa vez será diferente?

Sampaio – O mercado está em queda com a aversão ao risco por parte dos investidores. Isso transcende não apenas o metaverso, mas qualquer ativo com um nível maior de risco. Isso não quer dizer que os ativos sejam ruins ou estejam indo mal, principalmente se você tem a visão do longo prazo. Se você olhar o fundamento, a tecnologia de basicamente todos os projetos está evoluindo bastante. Tem cada vez mais gente utilizando, estão mais integradas com os sistemas e seus vários usos. Mas é especulativo, a gente não conhece o futuro.

Quem se interessa por um produto desse tem que estar atento ao longo prazo e o desenvolvimento dessa sub-indústria. Não deve fazer diferença se está caindo ou subindo, e sim se você acredita que essa indústria pode ser muito maior do que é hoje, continuar se desenvolvendo, gerando valor e solucionando problemas.

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Como o senhor entende a funcionalidade do metaverso?

Sampaio – É um grande processo de digitalização do mundo real que conhecemos ou até a criação de mundos que não conhecemos. Esse processo não começou agora, estamos nos digitalizando há muito tempo. A partir do momento em que você tem um e-mail, começou a digitalização do mundo real. Com uma conta no Twitter também. O que acontece é que hoje, em virtude do avanço tecnológico que observamos, isso começa a ser muito mais imersivo. Você consegue ter uma vida no metaverso, com entretenimento e a criação de relacionamentos mais próximos, já que as ferramentas são melhores.

Quando você junta isso com os blockchains, o mundo cripto, sugere que isso vai acelerar muito. Porque coloca a componente que faltava para esse mundo. O blockchain cria essa interatividade em que é possível transacionar valor da mesma forma como no mundo real, mas digital, e em um mundo que é totalmente aberto. No mundo da arte já tem arquivos que são apenas digitais.

Você começa a emular o mundo material dentro desse mundo digital. É um momento muito interessante. Essa geração mais nova está vivendo de forma muito mais natural no metaverso do que parece para a gente.

Qual é o perfil de investidor busca os ETFs oferecidos pela Hashdex?

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Sampaio – O HASH11, que tem mais investidores, segue o mercado financeiro tradicional. São clientes como gestores, fundos e até os investidores do varejo. Mas esses produtos temáticos são investidores diferentes. São pessoas ligadas ao tema específico, que o estudam, ou, basicamente, acreditam nessa tese.

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