- Um estudo realizado pela Chainalysis, empresa de análise de blockchains, mostra que mais de US$ 1,8 bilhão em criptomoedas ilícitas foram transferidas para depósito cripto com alta exposição a pools de mineração
- No passado, diversos Estados como o Irã, por exemplo, já utilizaram a mineração de criptomoedas para adquirir capital sem passar pelo sistema financeiro tradicional
- No total, 372 endereços de depósito em exchanges receberam pelo menos US$ 1 milhão em criptomoedas de pools de mineração de endereços de ransomware
Um estudo realizado pela Chainalysis, empresa de análise de blockchains, e divulgado nesta quinta-feira (15) mostra que mais de US$ 1,8 bilhão em criptomoedas ilícitas foram transferidas para depósito cripto com alta exposição a pools de mineração. Esses valores estão em uma crescente desde 2018.
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Os pools de mineração são grupos de mineradores de criptomoedas – agentes que realizam as operações para adquirir os códigos das criptos – que se juntam para dividir as recompensas nas operações.
No passado, diversos Estados como o Irã utilizaram a mineração de criptomoedas para adquirir capital sem passar pelo sistema financeiro tradicional e essas ocorrências parecem se multiplicar.
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O levantamento realizado pela Chainalysis, por outro lado, mostra que isso não está acontecendo somente debaixo dos panos.
Como está sendo feita a lavagem de dinheiro
De acordo com a companhia, um endereço de um depósito de criptomoedas altamente ativo em uma bolsa convencional – os quais não foram nomeados no documento – recebeu fundos de pools de mineração e carteiras associadas ao ransomware, um código para sequestro de dados.
Dos US$ 94,2 milhões em criptomoedas já enviados para este endereço de depósito, US$ 19,1 milhões (20%) vieram de endereços de ransomware e US$ 14,1 milhões (14%) de pools de mineração, segundo a Chainalysis.
Nesse caso, a carteira de ransomware enviou fundos para o pool de mineração, tanto diretamente quanto por meio de intermediários, para lavagem de dinheiro, uma vez que a mistura com as demais criptos dificulta saber a origem dos ativos.
Outra forma de lavagem de dinheiro vista é a passagem de criptomoedas de carteiras de ransomware para endereços de depósito de câmbio que recebem fundos de pools de mineração.
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No total, 372 endereços de depósito em exchanges receberam pelo menos US$ 1 milhão em criptomoedas de pools de mineração de endereços de ransomware, afirma a empresa de análises.
Mistura de bitcoins da BitClub Network
Outro exemplo da lavagem de dinheiro por meio dos pools de mineração descoberta pela Chainalysis é a movimentação de bitcoins pela BitClub Network para bolsas convencionais.
A BitClub Network enganou seus investidores em centenas de milhões de dólares entre 2014 e 2019 com falsas promessas de operações de mineração de bitcoin que renderiam retornos, até que seus administradores foram indiciados pelo Departamento de Justiça dos EUA.
No início de 2019 e antes da acusação, a BitClub Network transferiu milhões de dólares em bitcoin para carteiras associadas a serviços clandestinos de lavagem de dinheiro. Nos três anos seguintes, essas carteiras de lavagem de dinheiro moveram o ativo para endereços em duas bolsas tradicionais, segundo a Chainalysis.
No total, os endereços receberam pouco menos de US$ 1,1 bilhão em criptomoedas de endereços relacionados a golpes desde 2018, de acordo com a Chainalysis.
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