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- Nesta quarta-feira (14), o índice de referência da B3 chegou aos 119.068,77 pontos – o maior nível desde outubro de 2022
- Dados mostram que o atual patamar está 21,6% acima do piso mais recente do Ibovespa, os 97 mil pontos a que negociava no dia 23 de março. Olhando apenas este número, o mercado brasileiro entrou oficialmente em bull market
- Mas analistas ainda veem desafios no cenário; entenda
O investidor que acompanha de perto o noticiário do mercado financeiro já percebeu que as últimas semanas têm sido bastante positivas para o Ibovespa. Já são sete desempenhos semanais positivos seguidos, uma sequência que não era vista na Bolsa brasileira desde o final de 2020.
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Nesta quarta-feira (14), o índice de referência da B3 chegou aos 119.068,77 pontos – o maior nível desde outubro de 2022. Dados levantados por Einar Rivero, head comercial do Trademap, mostram que o atual patamar está 21,6% acima do piso mais recente do Ibovespa, os 97 mil pontos a que negociava no dia 23 de março. Olhando apenas este número, parece que o mercado brasileiro entrou oficialmente em bull market.
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O termo bull market (Mercado do Touro, em tradução livre do inglês), é usado para caracterizar momentos de otimismo, quando os ativos de maior risco arrancam uma valorização e investidores se mostram confiantes em relação à valorização das ações.
“A definição clássica estabelece que quando o mercado apresenta 20% de valorização, há um bull market vigente. E o Ibovespa, principal índice de ações na B3, subiu de 97,1 mil para 119 mil pontos entre o final de março e esta quarta-feira”, destaca Leandro Petrokas, mestre em Finanças e sócio da Quantzed.
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Ainda assim, há quem mantenha a cautela antes de classificar o atual momento da Bolsa como um bull market. Para Heitor De Nicola, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero, pode ser cedo para cravar se a tendência positiva veio mesmo para ficar.
“Estamos sim em uma tendência de alta, depois de quase um ano lateralizando entre 100 e 110 mil pontos”, diz. “Mas ainda é cedo para falar se estamos mesmo no começo de um bull market. A Selic ainda está na casa dos 13,75% ao ano, existem diversas outras pautas macroeconômicas que podem trazer ruído para a Bolsa”, explica.
Essa também é a visão na Ágora Investimentos: apesar do rally recente, ainda existem muitos desafios no mercado global para já afirmar que a tendência de alta na Bolsa se manterá. “Qualquer movimento muito forte de alta abre espaço para a realização”, pontua Wellington Lourenço, analista da corretora.
O que está impulsionando o bull market
O movimento de alta expressiva na Bolsa brasileira começou em maio. Como mostramos nesta reportagem, o desempenho da época se devia principalmente a dois fatores: dados de inflação mais baixos do que o esperado e a aprovação do arcabouço fiscal. Essa combinação permitiu que o mercado passasse a precificar que o Banco Central terá espaço para iniciar os cortes na taxa Selic já no segundo semestre.
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Uma expectativa que não só se mantém, como foi reforçada com os dados de deflação divulgados ao longo deste mês de junho. A aposta agora é que o BC decida pela primeira redução da Selic já em agosto. “Esse é o principal catalisador da alta que o Ibov teve nas últimas semanas”, destaca Heitor De Nicola, da Acqua Vero.
Mas não é só o cenário doméstico que está sendo guiado por maior otimismo. Lá fora, a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, de interromper as altas na taxa de juros americana também ajudou. A perspectiva de que o aperto monetário por lá pode estar se aproximando do fim também está motivando valorizações nas bolsas dos EUA. O S&P 500, por exemplo, também entrou em bull market.
Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos, destaca ainda que a China também está jogando a favor dos mercados globais. “Os indicadores de atividade econômica têm sido vacilantes, o mercado esperava uma recuperação mais forte que não está vindo. Mas, em consequência disso, muito tem se falado de novos estímulos por parte do governo chinês”, explica.
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A expectativa de que o governo chinês impulsione a economia da maior compradora de commodities do mundo levou a uma recuperação dos preços dos insumos no mercado global. O minério de ferro, porTecnicamente, o Ibov exemplo, que vinha oscilando negativamente nos últimos meses, voltou a ser cotado acima dos US$ 110 a tonelada. “Só Vale (VALE3), que tem um peso extremamente relevante no Ibov, sobe 6% neste mês apesar do ano relativamente negativo”, diz Lourenço.
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