- Para os entrevistados, então, os tokens nativos dos ethereum-killers são interessantes, mas não devem ser substituídos pelo ETH na carteira dos investidores
- De janeiro a novembro, o ethereum caiu cerca de 66,31%, enquanto as ethereum-killers recuaram cerca de 80% no mesmo período
- De todo modo, os entrevistados indicaram que seja feita uma diversificação do setor. Ou seja, além de comprar o ETH, é recomendável que o investidor tenha posições em mais de uma ethereum-killer
Diante de uma queda generalizada do mercado de criptomoedas, os investidores partiram em busca de pechinchas. E uma das oportunidades que pode se tornar interessante são os chamados: ethereum-killers. O nome em inglês significa “matadores do ethereum“, que nada mais são que blockhains que tentam resolver alguns problemas que existem no sistema da criptomoeda ETH.
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Para entender o conceito, é necessário voltar em meados de 2015, quando o programador russo-canadense Vitalik Buterin criou o ethereum. Ele afirmou que existia uma questão a ser resolvida na plataforma de criptos, que envolvia um entrave entre descentralização, segurança e escalabilidade.
Buterin disse que quando se existia uma forte presença de descentralização e segurança, a escalabilidade era pouca. Já quando a escalabilidade e a segurança tinham forte participação no blockchain, a descentralização seria de baixo nível. Dessa forma, “os ethereum killers surgiram como sistemas que tentam resolver esse problema [e garantir uma qualidade nos três aspectos em simultâneo]”, afirmou Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus.
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Alguns desses sistemas, segundo especialistas entrevistados pelo E-Investidor, são BNB Chain, Solana, Polkadot, Algorand, Avalanche, Fantom e Cardano. Por conta da otimização nos três fatores, esses criptoativos chamaram a atenção do mercado. “Na prática, elas todas têm uma arquitetura tecnológica pouco diferente e oferecem os mesmos serviços que o blockchain ethereum, [mas visam endereçar alguns gargalos presentes na rede]”, explicou o analista de criptoativos da Empiricus.
Vale destacar que o bitcoin, por não ser um blockchain de sistema de contratos inteligentes ou um sistema que visa corrigir os problemas que o ethereum possui, não entra na categoria de ethereum-killers.
É interessante investir nesse mercado?
Rony Szuster, analista de research do Mercado Bitcoin, explicou que os ethereum-killers estão longe de conquistarem a participação de mercado (marketshare) do ethereum, que é de 60%. Mesmo com os entraves, a solidez do sistema “é difícil de ser desbancada”, diz, visto que ainda hoje grande parte dos programadores e das empresas operam no blockchain da ETH.
Porém, no futuro, ele acredita que o mercado será multichain. Ou seja, todos os blockchains terão oportunidades no mercado e deverão interagir entre si, mas sem ocupar o espaço de um sistema já consolidado no mercado.
Para os entrevistados, então, os tokens nativos dos ethereum-killers são interessantes, mas não devem ser substituídos pelo ETH na carteira dos investidores. Principalmente pelo fato de que a criptomoeda tem uma volatilidade menor que outros tokens. Quanto maiores forem os ativos em valor de mercado, maior a quantidade de dinheiro necessária para subir ou cair
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O ethereum é o segundo maior ativo digital no mercado, com capitalização de aproximadamente US$ 150 bilhões. “E os ethereum-killers, por não serem da mesma magnitude, tem uma volatilidade maior”, diz Bazan. Por exemplo, de janeiro a novembro, o ethereum caiu cerca de 66,31%, enquanto as ethereum-killers recuaram cerca de 80% no mesmo período, apontou dados do CoinMarketCap, site de monitoramento de preços de criptoativos.
Escolha certeira
De todo modo, aos investidores que acreditam que o ethereum perderá espaço os especialistas apontaram algumas dicas para que a escolha do ethereum-killer seja a mais certeira. O head de research da Hashdex, por exemplo, diz ser necessário estudar a arquitetura de cada projeto, seu nível de descentralização, de escalabilidade, de governança, os desenvolvedores por trás da plataforma, bem como a proposta de valor e o porquê o projeto foi criado em primeiro lugar.
Já o analista de research do Mercado Bitcoin recomenda que o investidor acompanhe a quantidade de aplicações feitas nas redes, pois o valor do sistema cresce conforme o número de contratos inteligentes utilizados. E o valor aumenta a magnitude do sistema, o que deixa o token nativo menos volátil – e mais parecido com o ethereum.
De todo modo, os entrevistados indicaram uma diversificação do setor. Ou seja, além de comprar o ETH, é recomendável que o investidor tenha posições em mais de uma ethereum-killer – veja nesta matéria como investir em criptomoedas.