- Políticas de governo, mudanças na lei e eventos políticos têm um impacto significativo na Bolsa de Valores (B3) e no mercado financeiro como um todo
- Veja como se preparar para eventos políticos e enxergar oportunidades
Políticas de governo, mudanças na lei e eventos políticos têm um impacto significativo na Bolsa de Valores (B3) e no mercado financeiro como um todo. Casos recentes como a polêmica dos dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobras (PETR3), (PETR4) e as tentativas de interferência na sucessão da Vale (VALE3) são exemplos de como acontecimentos políticos podem interferir nos investimentos.
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No caso da petrolífera, os players do mercado temem uma forte influência do governo na decisão do Conselho da empresa para desconsiderar análises técnicas. A suposta interferência da liderança do Executivo resultou em um declínio de 10% no valor das ações da Petrobras no mercado de ações. Em um único dia, a empresa viu seu valor de mercado diminuir em aproximadamente R$ 56 bilhões.
Essa não foi essa a primeira vez que os cotistas foram pegos de surpresa por movimentações no campo político. Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro, que vinha criticando a política de preços de combustíveis, anunciou abruptamente a demissão do presidente da Petrobras na época, Roberto Castello Branco, por meio de um comunicado oficial. No mesmo dia, os papéis registraram uma queda de 6,63%, levando cerca de 120 dias para se recuperar.
A questão é maior que divergências ideológicas ou preferências por políticas econômicas desenvolvimentistas ou liberais. Decisões governamentais e outras ocorrências políticas sempre terão influência no mundo dos investimentos, resta estar preparado para elas.
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No caso de eventos de grande porte e de duração prolongada ou indeterminada como uma guerra, seja em Israel ou na Ucrânia, ou uma recessão global decorrente de um estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, como a crise de 2008, a tendência é que a taxa de câmbio comece afetar os índices de inflação do país. Muito do que consumimos depende direta ou indiretamente de importações. E com a inflação em alta, o Copom (Comitê de Política Monetária) pode considerar necessário subir a taxa de juros, e isso faz com que o custo de capital em nossa economia fique maior, ou seja, o crédito fica mais caro.
Se as empresas enfrentam um aumento nos custos operacionais para manter suas atividades, isso inevitavelmente se traduz em preços mais altos para os produtos e serviços que oferecem. Isso, por sua vez, pode desacelerar o consumo, afetando negativamente o desempenho das empresas listadas na bolsa.
Em períodos de recessão e desaceleração econômica, as empresas tendem a enfrentar receitas mais baixas e margens de lucro reduzidas, o que por sua vez afeta as projeções de resultados futuros elaboradas por analistas e investidores.
Como se preparar para o imprevisível?
De acordo com o especialista em renda variável do Me Poupe!, Eduardo Mira, todas as ocorrências macroeconômicas afetam direta ou indiretamente os seus investimentos, isso é cotidiano e faz parte da dinâmica. “Conhecimento é poder, e hoje, com a democratização do acesso às informações, ele está na palma da sua mão o tempo todo, basta querer aprender a usar”, afirma.
No entanto, não basta apenas estar atento ao noticiário e aos veículos de imprensa econômicos, segundo Mira. É preciso treinar os olhos para ler as notícias e fazer uma correlação de cenários.
“Em vez de agir com a manada, use o noticiário econômico a seu favor”, salienta o especialista. “Não é necessário se desesperar a cada notícia ou projeção de economistas, mas sim, criar o hábito de destrinchar a informação para então compreender se precisa, ou não, tomar medidas em sua alocação de investimentos.”
Para Mira, o investidor que tiver o entendimento de que a política está entrelaçada com os rumos das grandes empresas da Bolsa (privadas ou públicas), sempre encontrará oportunidades e terá mais lucro.
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