Mais de 5 mil anúncios sobre uma falsa indenização da Serasa estão circulando nas redes sociais nos últimos meses. De acordo com dados da Biblioteca de Anúncios da Meta, dona do Facebook e Instagram, as postagens golpistas distorcem notícias para afirmar que o birô de crédito foi condenado a pagar R$ 30 mil a cada usuário comprometido por um suposto vazamento de dados.
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Uma das publicações sugere que a companhia foi “multada” e “obrigada” pelo governo a pagar a indenização. No vídeo, um homem convida usuários a clicarem no link patrocinado para verificar se possuem direito à compensação.
O endereço encaminha os internautas a um site falso, que os induz a fornecer informações pessoais e a pagar uma tarifa para liberar os supostos valores.
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Conforme explicado pelo E-Investidor nesta reportagem, o Instituto Sigilo (Instituto Brasileiro de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação) ajuizou ação civil pública contra a Serasa, com o Ministério Público Federal (MPF) tornando-se coautor do processo em dezembro de 2023. A ação pede que a empresa seja condenada a pagar uma indenização de R$ 30 mil a cada pessoa afetada por um possível uso irregular de suas informações.
No entanto, o processo ainda não se encerrou e a Serasa não foi condenada, como alegam os anúncios falsos. Dessa forma, não houve determinação judicial para o pagamento de nenhum valor, assim como também não é possível afirmar que os usuários irão ganhar a indenização.
De acordo com o Instituto Sigilo, a ação está em fase de Instrução Probatória, para avaliar a extensão e o tamanho do suposto vazamento. É necessário aguardar ainda a decisão de primeira instância e as partes também podem recorrer ao Tribunal Regional Federal da 3a. Região (TRF3). Depois disso, poderá haver mais duas instâncias para os envolvidos recorrerem.
Em nota, o Instituto esclareceu que não tem qualquer tipo de relação com as peças que levam ao entendimento de que a Serasa já foi condenada. “O Sigilo repudia a veiculação dos cerca de 5.400 anúncios nas redes sociais que apresentam indícios de tentativa de golpes relacionados ao caso do vazamento de dados da Serasa”, destacou a entidade.
O Instituto também reforçou que jamais cadastrou pessoas para o recebimento de dinheiro. A campanha que o Sigilo desenvolve em sua plataforma tem o objetivo apenas de captar assinaturas para uma petição de participação popular, que será acrescentada nos autos do processo em vigor na Justiça.
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Já a Serasa diz que não houve em nenhum momento vazamento de dados de cartão de crédito e de débito dos seus consumidores, nem a divulgação indevida de qualquer outro tipo de dado. A empresa informou ainda que somente trata informações pessoais quando tem base legal para referido tratamento, nos termos da legislação aplicável.