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Educação Financeira

Robôs de Investimentos: cuidados para evitar golpes financeiros

Serviços que prometem lucros astronômicos são divulgados por artistas e influenciadores

Robôs de Investimentos: cuidados para evitar golpes financeiros
Foto: Pixabay
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  • Nas redes sociais, influencers digitais e outros famosos fazem propagandas de serviços que sugerem lucros atrativos
  • Promessa de acesso vitalício a determinada plataforma, possibilidade de pagamento “fácil e sem burocracia", “participação em grupo VIP” e descontos expressivos “por ser aniversário da empresa” durante o mês foram alguns dos benefícios oferecidos por uma empresa que usa "robôs"

Promessas de investimento com lucros altos e rápidos podem ser porta de entrada para um tombo financeiro. O que parece muito bom para ser verdade pode realmente ser uma fraude.

Um exemplo que costuma servir de isca para investidores é o uso da tecnologia para realizar operações financeiras, como é o caso de robôs de investimento. 

Entretanto, é preciso conhecer estratégias para não se tornar vítima de golpes financeiros.

Possíveis golpes com robôs de investimentos

Nas redes sociais, influencers digitais e outros famosos fazem propagandas de serviços que sugerem lucros atrativos.

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Entre os nomes, estão ex-participantes de reality shows e pessoas que já foram “canceladas” na internet, como Bruno Fernandes, ex-jogador de futebol, e a modelo Gabriela Pugliesi.

Em abril deste ano, Luciano Szafir pediu desculpas por fazer propaganda de um “robô da Nasa” que prometia ganhos de 300% ao mês.

Os donos dos perfis divulgam vídeos mostrando a facilidade em administrar diferentes plataformas a favor de rendimentos. Além da proposta de cursos “imperdíveis”, muitos apresentam “robôs que fazem operações por você”.

Porém, para ter acesso, é necessário esperar a divulgação de links em dias específicos, o que alimenta a curiosidade e a sensação de exclusividade.

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Dessa forma, o interessado pode fazer o cadastro e realizar um pagamento para finalmente poder usar a ferramenta.

Promessa de acesso vitalício a determinada plataforma, possibilidade de pagamento “fácil e sem burocracia”, “participação em grupo VIP” e descontos expressivos “por ser aniversário da empresa” durante o mês foram alguns dos benefícios oferecidos por uma empresa que usa “robôs” divulgada pela influencer Bárbara Evans.

Além dos mais de um milhão de seguidores no perfil dela, os responsáveis pelas operações comunicam-se exclusivamente sobre o assunto em canais no Telegram com quase quatro mil interessados.

O E-Investidor não encontrou registro para autorização de atuação da empresa ou dos proprietários no Banco Central, CVM, Anbima ou Ancord.

O que é um robô de investimento?

O uso de robôs nos investimentos, ou seja, algoritmos que fazem a compra e venda de ativos, faz parte da carteira de 6% dos investidores do País, segundo levantamento da TradeMachine em 2020, última divulgação dos dados.

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O acesso pode ser feito em corretoras de investimentos autorizadas por órgãos nacionais (Banco Central, CVM, Anbima ou Ancord).

Adriano Cantreva, sócio e CIO da Portofino Multi Family Office, ressalta que para um robô funcionar, é preciso seguir uma estratégia “ensinada” à máquina.

“Antes de aceitar uma proposta, o investidor deve saber qual estratégia está sendo utilizada”, explica. Ele complementa que, com o avanço das tecnologias, a estratégia de “tentar superar o mercado” já é tão difundida que diminui a oportunidade de ganho.

“Para ter um ganho expressivo, precisaria apostar em uma estratégia pensada por poucas pessoas ou ninguém. Você pode usar dados históricos, mas não há garantia que, no futuro, eles vão necessariamente se replicar”, avalia destacando a possibilidade de influência de acontecimentos inesperados na performance dos ativos.

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Cantreva ressalta que os custos da implementação da estratégia vem diminuindo com o aumento da tecnologia.

“Mas encontrar um ângulo racional e intuitivo para encontrar uma estratégia que ganhe dinheiro é o mais difícil. Quando uma gestora possui uma estratégia realmente efetiva, o custo aumenta”, explica.

Para ele, a empresa americana Renaissance Technologie é parâmetro quando se trata de superar a eficiência do mercado por meio de computadores.

A companhia é responsável por um dos fundos mais renomados no mercado, o Medallion, que consegue ter eficiência maior sobre o Standard & Poor’s (S&P) 500 utilizando dados e o chamado ‘machine learning’.

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Apesar do reconhecimento global por conta do bom resultado, o fundo é exclusivo para executivos da própria gestora. Um investidor afirmou ao portal americano Institutional Investor que o Medallion cresceu 76% em 2020, ano em que o S&P 500 teve alta de 16%.

Para investidores externos, é possível investir no Renaissance Institutional Equities Fund (RIEF), que tenta acompanhar o Medallion.

Golpes financeiros mais comuns

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é responsável por alertar sobre a atuação de ofertas sem autorização e determinar a suspensão.

Além do clássico golpe de pirâmide financeira e marketing multinível, fraude utilizando criptoativos e esquemas “ponzi” estão listados entre as principais irregularidades envolvendo investimentos, mas tomam espaço nas redes sociais travestidos de “oportunidade imperdível”.

Diferente das pirâmides, quando é preciso “recrutar” novas pessoas, o esquema “Ponzi”, segundo a CVM, é um tipo de golpe que promete lucros elevados em um breve período.

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“Há uma aparência maior de investimento, pois os recursos são entregues a uma pessoa que promete restituir os valores com maior rentabilidade”, diz relatório de proteção ao investidor.

As semelhanças entre este tipo de fraude e esquemas de pirâmide é a promessa de rentabilidade atraente, além de ter pouco detalhamento dos riscos, alinhando um sentido de urgência e de oportunidade a ser perdida.

“Os altos números de golpes financeiros falam muito sobre o perfil do brasileiro: falta educação financeira, enquanto há muita ganância e pouco esforço”, diz Renato Breia, sócio-fundador da Nord Research e analista CNPI.

Em suas redes sociais, ele mostra os vídeos de diversos influencers que tentam atrair seguidores para plataformas de investimentos sem certificação.

Breia destaca que além de “golpes clássicos”, as criptomoedas também são fortes atrativos para golpes digitais por ser um assunto muito difundido.

“O tipo de golpe mais comum envolve o day trade. A pessoa assina um suposto curso, mas as estatísticas estão todas contra ele”, comenta.

Em 2020, segundo levantamento mais recente da CVM, foram 325 comunicados de indícios de crime aos Ministérios Públicos dos Estados e Federal. Os dados representam crescimento de mais de 76% em relação a 2019.

Para Giane Coelho, partner da Ébano Investimentos, os esquemas são muito atrativos porque vendem a ideia de ganho alto e garantido, “um chamariz muito usado e que ainda faz adeptos no Brasil”, destaca.

Entretanto, ela explica que é necessário sempre checar a veracidade da empresa nos órgãos reguladores para não sofrer golpes financeiros.

10 dicas para não cair em golpes financeiras

Os especialistas ouvidos pelo E-Investidor apontaram dicas para os investidores observarem e evitar cair em golpes financeiros:

  • Pesquisar sobre educação financeira;
  • Desconfiar de promessa de retorno irreal;
  • Não fornecer pagamento antes de conhecer a instituição contratada;
  • Checar certificação da empresa, analista ou planejador;
  • Conferir extratos bancários e faturas de cartão com frequência;
  • Ajustar o limite do valor de transferências via TED ou PIX com o que você costuma utilizar;
  • Não se iludir com sites, páginas e apresentações, mesmo que essas sejam feitas por pessoas famosas;
  • Nunca enviar dinheiro com objetivo de investimento para uma conta de terceiros;
  • Não compartilhar acessos e senhas;
  • Desconfiar de sucesso e ostentação vindos de retornos de investimentos muito acima da média.

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