- Com o avanço da tecnologia bancária, incluindo aí o Pix e os cartões de crédito virtuais, bandidos e golpistas também aprimoraram o mecanismo de suas fraudes
- Uma das mais comuns é a que possibilita aos golpistas obter dados de cartões de crédito e débito durante pagamentos por aproximação
- Entenda como se prevenir com dicas de especialistas
Com o avanço da tecnologia bancária, incluindo aí o Pix e os cartões de crédito virtuais, bandidos e golpistas também aprimoraram o mecanismo de suas fraudes. E é justamente na facilidade para os correntistas que pode morar o perigo. Os pagamentos por aproximação, por exemplo, podem abrir brechas para a ação de criminosos. Veja aqui se é possível reaver valores após ser vítima de golpe.
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Uma das mais comuns é a que possibilita aos golpistas obter dados de cartões de crédito e débito durante pagamentos por aproximação. “Os golpes por aproximação do cartão de crédito existem e, geralmente, ocorrem quando uma transação não é efetuada. O erro é sinalizado, assim como a solicitação para que o cartão seja inserido na máquina. É nessa hora que os dados são capturados e utilizados em compras fantasmas”, explica Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios. Uma boa dica de prevenção para o correntista é evitar inserir o cartão na maquininha quando este indicar erro de leitura após a aproximação.
Marilyn Hahn, co-founder e CRO da Bankly, empresa de soluções bancárias, indica que os correntistas tenham atenção aos detalhes da compra, como valor e modalidade (crédito ou débito) na hora de fazer o pagamento. Em geral, as dicas da especialista servem também para as transações por aproximação de celulares.
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Em muitos casos, um cartão pode ser trocado ou furtado sem que o dono note. Hahn recomenda que os proprietários ativem as notificações do aplicativo do banco para acompanharem em tempo real qualquer transação que seja feita. Ela sugere a quem for a um evento com muitas pessoas, em que o índice de golpes costuma ser maior, desabilitar a função de pagamento por aproximação temporariamente.
Assim que notar a ausência do seu cartão, o proprietário deve bloqueá-lo. Além dos canais de atendimento das próprias instituições financeiras, muitos do sistemas de internet banking permitem que essa ação seja feita dentro do próprio aplicativo.
Protegendo o acesso ao aplicativo do banco
A preocupação em relação a um roubo ou furto de celular já não se restringe ao gasto com a compra de um novo aparelho. Criminosos podem ainda fazer transferências por Pix e outras movimentações no aparelho celular das vítimas.
Segundo informou o Estadão, uma gangue de roubo de telefones em São Paulo vende os aparelhos bloqueados por R$ 300 a R$ 500 reais, enquanto os desbloqueados, que permitem desvios por Pix, são vendidos por R$ 2 mil a R$ 3 mil.
As primeiras barreiras de proteção para evitar o acesso ao aplicativo do banco estão no próprio sistema operacional do aparelho: utilizar um tempo curto de bloqueio de tela automático, de até 30 segundos. Isso dificulta que o criminoso mantenha o aparelho desbloqueado para acessar os aplicativos de bancos. Com o bloqueio, a vítima ganha tempo até notificar a instituição financeira.
No caso da segurança de aplicativos bancários, existem divergências quanto à segurança das opções de biometria no celular. Enquanto alguns recomendam utilizar todas elas para dificultar o acesso ao aparelho, outros especialistas dizem que utilizá-los nos aplicativos bancários podem gerar brechas, como reportado em matéria do E-Investidor.
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Ainda visando a segurança dos aplicativos bancários, recomenda-se que usuários utilizem senhas diferentes em cada aplicativo, contendo letras, números e caracteres especiais. Há aplicativos que permitem o armazenamento de senhas complexas para que o usuário precise decorar apenas uma delas para acessar todo o resto.
Vale também recorrer a opções de pastas secretas disponibilizadas pelos próprios sistemas operacionais ou disponíveis para download. Elas possuem senhas e disfarçam-se como outros aplicativos. Por exemplo: a pasta segura pode ter o ícone de um aplicativo de documentos.
“Recomendo que todos os aplicativos de bancos tenham autenticação de dois fatores ativada. Isso cria uma camada extra de segurança, pois, mesmo que o assaltante consiga desbloquear seu telefone, ele precisará de um segundo código, geralmente enviado por SMS ou por um aplicativo de autenticação, para acessar a conta”, aponta Fernando Azevedo, CTO da Osten Moove e Osten Verse.
Como agir após um furto ou roubo
Caso o telefone já tenha sido furtado ou roubado, os sistemas operacionais oferecem soluções para bloqueio e exclusão de dados. Google e Apple possuem páginas on-line que permitem executar essas ações para Android e iOS, respectivamente. Estes mecanismos também permitem encontrar dispositivos perdidos.
Os correntistas também podem entrar em contato com os canais de atendimento dos bancos para bloquear as movimentações em suas contas bancárias. Recomenda-se que a vítima faça um Boletim de Ocorrência (BO) junto à polícia, fornecendo o IMEI (espécie de número de identificação) do telefone. Ela pode acessar o Registrato do Banco Central para descobrir se alguma de suas informações foi utilizada.
“Por fim, é preciso desvincular cartões de crédito ou débito vinculados a serviços adicionais, como aplicativos de delivery e transporte”, orienta Cristiano Maschio, CEO da Qesh.
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