- Ter em vista uma faixa média de valor disposto para comprar a casa, avaliar a localização, além de entender se o imóvel possui documentação regular são os três pontos iniciais
- Feito o planejamento, é hora de investir. Ativos de renda variável são indicados pela segurança e projeção dos retornos
- "A renda variável faz sentido se a pessoa já tiver um valor extra guardado, para além do que já está seguro e programado. Nesse sentido, as carteiras devem ser montadas de forma responsável e diversificada”, diz analista
A maioria dos brasileiros sonha com a casa própria. Mas, para ser uma realidade, é necessário planejamento financeiro e muita disposição para avaliar oportunidades.
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Uma das estratégias recomendadas por analistas é montar uma carteira de investimentos com ativos que possam dar bons retornos. Detalhe importante: além da renda fixa, a alocação em renda variável pode ser um diferencial relevante nesse momento.
Os custos para tomar crédito e fazer financiamentos estão mais altos no momento atual da economia. Por outro lado, pode ser uma boa hora para iniciar o planejamento, poupar dinheiro e, inclusive, investir pensando na compra do bem desejado.
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Ter em vista uma faixa média de valor disposto para comprar a casa, avaliar a localização, além de entender se o imóvel possui documentação regular são os três pontos iniciais apontados por Sarai Molina, gerente de produtos da Ágora Investimentos e especialista em educação financeira.
Segundo ela, que conhece os danos de planejamentos equivocados e influências ruins em investimentos, esse momento deve ser de busca por segurança e economia de gastos nas pequenas coisas, especialmente alimentação, transporte e diversão.
Ela explica que chegou a perder dinheiro por alocar em ativos de alto risco seguindo conselhos de terceiros e que, para eliminar a dívida, buscou economizar ao máximo.
“Em nenhum momento da minha vida utilizei tanta planilha de gastos. Troquei o carro pelo transporte público, deixei de comer em restaurantes e fast foods para comer a comida de casa, deixei de andar em shoppings. Tudo isso para alcançar o objetivo da casa própria”, comenta Molina.
Quais são os passos para comprar uma casa?
A especialista da Ágora sugere que, em primeiro lugar, a pessoa deve ter em mente os valores programados para o gasto ou mesmo uma faixa de preços.
“Nesse momento, é essencial colocar no papel valores extras. Mesmo que seja um lugar novo, acabamentos, reformas e ajustes podem ser necessários e ninguém deseja ter surpresas desagradáveis”, aponta.
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Em segundo lugar, é importante avaliar a localização desejada. O custo de vida em um bairro pode ser diferente de outro em uma mesma cidade. Na prática, as mensalidades de escolas podem ser diferentes, o gasto em restaurantes e bares próximos ao local também podem ser mais caros ou mais baratos, a depender da região.
Por fim, Sarai chama atenção para o cuidado com os documentos do imóvel. “É preciso ver se tem imposto pendente, se todos os proprietários estão de acordo. Tudo isso deve ser visto antes para o sonho não virar um pesadelo”, aconselha.
Como investir para comprar a casa própria?
Feito o planejamento, é hora de investir. Para quem não possui uma reserva direcionada à compra do imóvel ou não tem fontes que podem ser usadas de entradas, como é o caso do FGTS, é importante começar a juntar desde o início.
“Pequenas trocas na rotina já ajudam a economizar. Parece pouco, mas se você deixa de gastar R$ 30 por dia fazendo trocas, isso vira R$ 900 por mês, e, em 36 meses, você economiza mais de R$ 30 mil. O que faz completa diferença”, explica.
De acordo com Sarai, o mais indicado na hora de juntar esse dinheiro são ativos com rentabilidade programada que estejam atrelados à inflação e aos juros, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou as Letra de Crédito do Agronegócio ou Imobiliário (LCA e LCI). Nesses casos, é essencial identificar os prazos de resgates.
Renda variável para comprar casa: como funciona?
Olhando para os investimentos, Molina explica que é possível aproveitar os ganhos com a renda variável, mas é preciso cuidado redobrado. Pessoalmente, ela conta que chegou a aplicar em renda variável seguindo análises e recomendações de especialistas. Porém, quando observava ganhos, retornava para a renda fixa.
De acordo com Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico, somente é indicado investir em renda variável para quem tem planos de longo prazo. Se você deseja saber como juntar dinheiro para comprar uma casa em menos de 12 meses, por exemplo, não é recomendado correr riscos elevados ao investir.
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“A renda variável, em uma situação desse perfil, faz sentido especialmente se a pessoa já tiver um valor extra, para além do que já está seguro e programado. Nesse caso, as carteiras devem ser montadas de forma responsável e diversificada”, indica.
Zogbi ainda explica que, independentemente se a opção é de médio ou longo prazo, o objetivo principal é buscar retorno real, o que significa garantir que o dinheiro não perca para a inflação, e ainda conseguir um rendimento acima disso.
A analista ainda sugere que, nesses casos, o indicado é buscar ativos considerados mais seguros dentro da renda variável. “Ações pagadoras de dividendos e Fundos Imobiliários (FII) conseguem ser menos voláteis. Além disso, o pagamento dos proventos ao longo do tempo contribui para que a pessoa possa abater as parcelas, o que diminui os juros em caso de financiamento”, recomenda.