O que este conteúdo fez por você?
- A previdência privada aberta viu suas captações líquidas dispararem 225% entre janeiro e abril deste ano
- Em entrevista ao E-Investidor, Marcelo Malanga, CEO da Zurich Santander e diretor-estatutário da Fenaprevi, aponta fatores para alta do setor
- Para Malanga, rumores de que super-ricos migrariam para os planos previdenciários depois da taxação de fundos exclusivos não se concretizaram
A previdência privada aberta passa por um dos seus melhores momentos: no primeiro quadrimestre de 2024 as captações líquidas dispararam 225% na comparação anual. Segundo Marcelo Malanga, CEO da Zurich Santander e diretor-estatutário da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), dois fatores favorecem essa modalidade de investimentos: a permanência de um cenário de juros elevados e a visão de longo prazo do investidor.
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Em entrevista ao E-Investidor, Malanga destaca que o brasileiro tem levado alguns ‘tombos’ na renda variável e isso contribui para uma reflexão mais conservadora nos investimentos. “As pessoas começaram a ter um pouco mais de consciência da poupança de longo prazo e começaram a ter mais capacidade discricionária”, diz.
Para o executivo, uma parcela dessa maior capacidade de escolha deve-se ao crescimento das assessorias de investimentos e o seu papel de montar uma carteira diversificada para os clientes. “É aí que entra a previdência privada, visto que ela está atrelada a fundos de renda fixa — que é o grande atrativo do momento”, aponta Malanga.
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Além disso, o executivo afirma que desde a reforma da previdência os planos privados abertos passaram a fazer parte da intenção de investimento dos brasileiros. No entanto, a pandemia adiou esse bom momento do setor, inclusive impactando diretamente nos resgates observados no período. “A covid-19 postergou o crescimento da indústria previdenciária até uma condição de maior normalidade, que temos visto somente agora. Isso nos leva a crer que há a tendência de uma curva mais ascendente futura”, afirma.
No final de 2023, quando a reforma tributária aprovou a taxação de fundos exclusivos e offshores, houve rumores de que a previdência privada seria o destino das aplicações dos super-ricos. Segundo o diretor da Fenaprevi, não foi isso o que aconteceu, já que no início deste ano o governo federal publicou a resolução CNSP 464, limitando em R$ 5 milhões por CPF nas aplicações da previdência.
“Isso acabou impedindo que ocorresse uma migração. Mas vale lembrar que os super-ricos não são a maioria dos nossos investidores. Hoje, são entre 8% e 9% da população que possuem planos previdenciários e não temos esse percentual de grandes fortunas no Brasil”, explica.
Como mostramos nesta reportagem, quase a metade (48%) das pessoas que aplicam na previdência privada aberta se encontram na classe C, seguida pela D/E e então pela A/B, que respondem por 29% e 23%, respectivamente. “O crescimento que o setor observa está dentro de um mercado com pouca variação por número de clientes. Dentro dos recursos disponíveis, os contribuintes começaram a ver a previdência com um pouco mais de atenção e com o enfoque realmente conservador.”
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