- Os sistemas fotovoltaicos híbridos podem garantir o fornecimento de energia em casos de apagão
- Isso acontece porque os equipamentos não dependem 100% do sistema de distribuição de energia
- Os modelos, embora sejam mais caros, ajudam a evitar prejuízos com a interrupção repentina do fornecimento de energia
As mudanças climáticas que causaram ondas de calor somadas aos registros dos recentes temporais trouxeram um alerta para os brasileiros. Em novembro, ao menos 500 mil moradores da capital paulista e de 24 municípios da Grande São Paulo permaneceram sem energia por mais de 50 horas devido às fortes chuvas e ventos de até 100km/h que atingiram a região no dia 3 de novembro.
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Já as altas temperaturas aumentam a demanda por energia nas residências, especialmente nas regiões onde a sensação térmica pode ultrapassar facilmente os 50 graus, como ocorreu na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Esses recentes eventos obrigam os brasileiros a se adaptarem às mudanças climáticas, que devem se intensificar nos próximos anos, e os sistemas fotovoltaicos híbridos podem ser uma dessas alternativas.
Além da capacidade de reduzir em até 90% o valor da conta de luz, os equipamentos não dependem 100% da rede de distribuição de energia elétrica. Em casos de falhas no fornecimento, como ocorreu na cidade de São Paulo, os moradores das residências que possuem sistemas fotovoltaicos na modalidade híbrido não correriam o risco de ter eletrodomésticos essenciais danificados nem alimentos conservados em refrigeradores desperdiçados pela ausência de energia.
Segundo Mario Viana, diretor comercial e de marketing da Sou Energy, a diferença desses equipamentos para os modelos convencionais é que os sistemas possuem baterias que garantem o fornecimento de energia na residência independente da rede elétrica das empresas de distribuição. “Vale a pena investir em sistemas híbridos sempre quando se tem uma necessidade de energia durante apagão”, afirma.
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O problema é que os valores dos equipamentos não são tão acessíveis em comparação aos sistemas fotovoltaicos que dependem 100% da rede elétrica. De acordo com uma simulação feita pela Genyx, os moradores que possuem uma conta de luz de cerca de R$ 500 e desejam instalar esse modelo de sistema fotovoltaico em casa devem desembolsar em média R$ 50.507,31.
Já os valores dos sistemas fotovoltaicos tradicionais para o mesmo consumo de energia partem de R$ 13.743,35. As estimativas levaram em consideração o custo da tarifa de energia da cidade de São Paulo, mas Bruno Catta Preta é diretor de Relações Institucionais da Genyx, ressalta que os preços podem mudar de acordo com as necessidades do consumidor.
Segundo ele, ao realizar o orçamento, os moradores listam os eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos considerados essenciais e que desejam garantir o funcionamento em casos de apagão. A seleção é importante para definir a potência da bateria responsável pelo funcionamento do sistema fotovoltaico.
“O que a gente sempre aconselha é tentar fugir de equipamentos com resistência elétricas, como chuveiro elétrico e motor de portão automático”, recomenda Catta Preta. Ou seja, quanto maior for o tempo de fornecimento de energia durante falhas na rede de distribuição e maior o número de equipamentos, maior será o custo total para a instalação dos equipamentos.
Por essa razão, os consumidores precisam avaliar se o valor do investimento é compatível ao consumo de energia da residência. Se a conta de luz for baixa, ter um sistema fotovoltaico pode não ser a melhor solução. “Eu indicaria essa solução efetivamente para famílias que desejam ter uma produção proprietária ou que estejam precisando ter uma disponibilidade de energia superior ao que a concessionária entrega”, orienta Luca Milani, CEO da 77Sol.
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Quais são as garantias?
Os sistema fotovoltaicos têm uma durabilidade de longo prazo. Segundo a Genyx, a expectativa de vida útil desses equipamentos costuma ficar em torno de 25 anos. Além disso, as empresas fornecedoras desses sistemas fornecem garantias aos clientes. “No caso das baterias, a garantia é de até dez anos, dependendo do fabricante e do tipo”, informou Catta Preta, da Genyx.
Já em relação as basteiras, o tempo de duração vai depender da sua potência. No caso das de íon-lítio, mais recomendada para os sistemas híbridos, a vida útil atinge em média dez anos. “Os valores do ciclo de vida estimado também podem variar dependendo das condições de uso, temperatura e modelo específico da bateria”, acrescenta Catta Preta.
Além disso, com o aumento do interesse dos consumidores por energia solar e dos recentes eventos climáticos, há seguradoras que estão oferecendo serviços de seguros para os inversores desses sistemas que são responsáveis por converter a energia solar em elétrica. “No caso da resistência dos equipamentos, não há preocupação. Os painéis solares são testados e projetados para esse tipo de exposição”, afirma Milani, da 77Sol.
Até o momento, os sistemas fotovoltaicos estão presentes em mais de 1,6 milhão de residências, espalhadas em 5,5 mil municípios de todas as regiões do Brasil, segundo estimativas do Meu Financiamento Solar, fintech voltada para linhas de crédito para sistemas fotovoltaicos.