Educação Financeira

Renda fixa: o que é o investimento em CDB e como ele funciona?

Por ser um produto com menos risco, o Certificado de Depósito Bancário é popular entre os brasileiros

Renda fixa: o que é o investimento em CDB e como ele funciona?
CDB: o que é e como investir. Foto: Adobe Stock

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos títulos de renda fixa mais comuns e conhecidos do mercado, por ser um produto voltado para  investidores iniciantes ou com perfil avesso ao risco.

Na prática, o CDB nada mais é do que um contrato de empréstimo entre o investidor e o banco ou corretora. Ao fazer uma aplicação, você é remunerado com juros pelo valor depositado, que fica em posse da instituição financeira. Com o seu dinheiro em mãos, essas instituições captam recursos no mercado para financiarem suas atividades e alavancar resultados.

Por isso, a primeira coisa que o investidor deve ter em mente é que cada instituição oferece suas próprias taxas e condições. Isso significa que a rentabilidade, o tempo para resgate e o valor mínimo de aplicação variam muito e devem ser avaliados de acordo com as suas necessidades.

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Antes mesmo da aquisição do título, a taxa de juros (que determina a remuneração) já é determinada. Isso permite ao investidor calcular e saber de antemão qual será o retorno ao término do contrato. Essa é uma das características que confere sensação de segurança ao ativo, agradando aos perfis mais conservadores e aos novatos no mundo dos investimentos.

CDB pós-fixado

Esse tipo costuma estar atrelado ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa de juros praticada nos empréstimos entre bancos. O CDI orbita a taxa básica de juros, a Selic. Vale ressaltar que ele pode estar indexado a outras taxas praticadas no mercado (índices de inflação, por exemplo). Essa característica faz da modalidade um investimento sujeito a variações.

Ainda assim, é possível estimar a remuneração com alguma precisão: via de regra, ao indicar retorno de 100% do CDI, a instituição oferece rentabilidade atrelada à taxa Selic (10,75% ao ano, no momento). Em tempos de taxa básica de juros elevada, o CBD se torna mais atraente.

CDB híbrido

Combina as duas modalidade anteriores. Uma parte do rendimento é atrelada a um indexador, como a taxa Selic. Outra parte fica atrelada a uma taxa pré-fixada. Essa é uma forma de oferecer certa estabilidade ao investidor, sem rechaçar a possibilidade de auferir ganhos maiores com a variação da taxa de juros pós-fixada.

Alguns impostos incidem sobre o valor investido. Caso o investidor aplique o seu dinheiro em CDB e decida, por exemplo, retirar em menos de 30 dias, deverá pagar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) relativo ao valor — taxa que pode chegar a 96% para um dia de aplicação. Esse é mais um motivo para que o investidor se organize para não precisar do dinheiro antes do término do contrato.

O Imposto de Renda (IR) incide sobre os CDBs de maneira regressiva, reforçando o caráter de longo prazo do investimento. Enquanto resgates em até seis meses descontam alíquota de 22,5%, os saques iguais ou superiores a dois anos têm incidência de IR pela alíquota de 15%.

Liquidez e rentabilidade do CDB

Outra característica desse título de renda fixa  é a maior rentabilidade para produtos com investimentos mínimos mais altos. Em outras palavras: quanto maior for o investimento inicial, maior costuma ser o retorno financeiro desses ativos. Ainda assim, os investidores com menor poder financeiro estão contemplados por esse produto.

Quanto à liquidez, é preciso entender que existem produtos que apresentam liquidez diária e outros com liquidez no vencimento. Via de regra, o CDB é um ativo com vencimento, de modo que a remuneração contratada é garantida pela instituição desde que haja o cumprimento do prazo.

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Há casos em que o CBD passa a contar com liquidez diária após um determinado período (chamado de carência). Em outros, o banco ou corretora pode oferecer a possibilidade de liquidar o título a qualquer momento. Outra vez, reforça-se que as condições variam de um estabelecimento para outro, sendo a necessidade do investidor o fator determinante para aceitar os termos propostos.

Os CDBs também possuem cobertura de R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Dessa forma, caso a instituição escolhida para aplicação não possa arcar com seus débitos, o investidor recebe o dinheiro de volta, até esse valor limite.

Antes de comprar qualquer produto (mesmo os mais seguros), a consulta a um especialista em finanças é sempre recomendada. Desse modo, não só as necessidades do cliente são identificadas, como o perfil do investidor também será levado em consideração na hora de escolher o ativo que melhor se adequa a ele.