Educação Financeira

O que é o IPCA?

Índice, calculado mês a mês, é considerado a inflação oficial do Brasil

O que é o IPCA?
É importante saber como a inflação afeta os investimentos para conseguir proteger o seu patrimônio. (Fonte: Shutterstock)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado a inflação oficial do Brasil pelo Banco Central. Medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele calcula a variação de preços de produtos e serviços para o consumidor final.

Nesta sexta-feira (10), foi divulgado o resultado relativo a fevereiro, quando o indicador teve alta de 0,84%, um aumento maior do que o observado em janeiro, quando subiu 0,53%.

No mês passado, os preços associados ao setor de educação foram os que mais se valorizaram, com alta de 6,28%, motivada principalmente pelos reajustes praticados no início do ano letivo, época em que os consumidores procuram materiais escolares.

Como é calculado?

O IPCA é calculado mês a mês, a partir de uma pesquisa de preços feita pelo IBGE com estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, além de concessionárias de serviços públicos. A coleta de dados ocorre do dia primeiro ao último dia do mês de referência e envolve mais de 400 subitens de diferentes categorias, como alimentação e bebidas, transportes, despesas pessoais, entre outros.

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A taxa busca refletir a variação de preços para famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, que residem nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Qual a importância do IPCA?

Na hora das compras, os brasileiros sentem diretamente os efeitos do IPCA em seu bolso. Isso porque a maioria dos comerciantes reajusta os valores dos produtos com base no índice. Muitos contratos de aluguel também possuem cláusulas que levam o indicador como referência na hora de alterar os valores a serem pagos.

Além disso, o Banco Central, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), utiliza o índice para revisar a taxa básica de juros, a Selic. Quanto maior for a inflação, maior deve ser o aperto monetário para conter o cenário de alta dos preços. Já o Conselho Monetário Nacional (CMN) utiliza o IPCA como parâmetro para ajustar as metas de inflação, estabelecidas para garantir maior previsibilidade às atividades econômicas.

No que se refere aos investimentos, o IPCA funciona como um termômetro que avalia quanto determinada aplicação precisa render para oferecer segurança ao patrimônio. O ideal é que os ativos remunerem pelo menos o valor correspondente à variação acumulada do índice nos últimos doze meses.

Ele ainda está atrelado a títulos do Tesouro Direto da modalidade IPCA+, que contam com uma rentabilidade pós-fixada, indexada ao IPCA, somada a um percentual fixo conhecido no momento da aplicação. Outros opções também são influenciadas pelo indicador, pois variam conforme a taxa Selic, como os Certificado de Depósito Bancários (CDBs), Certificados de Depósito Interbancários (CDIs), Letras de Créditos Imobiliários (LCIs), Letras de Créditos do Agronegócio (LCAs) e o Tesouro Selic.

Histórico

Em 2022, o IPCA fechou o ano em alta de 5,79%, abaixo dos 10,06% registrados em 2021. O grupo com a maior variação foi o de vestuário, que subiu 18,02% no período. Como os grupos têm diferentes pesos para o cálculo do índice, o setor de alimentação e bebidas foi o que mais influenciou na alta da taxa, pois subiu 11,64% no período.

Produzido sistematicamente desde 1980, o IPCA sofreu sua maior variação entre os anos que antecederam a implementação do Plano Real no Brasil. Segundo o IBGE, o índice acumulado foi de 13.342.346.717.671,70% no período de 1980 a 1994.

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No histórico do indicador, o maior aumento mensal foi registrado em março de 1990, quando houve alta de 82,39%. Já a maior queda se deu em julho de 2022, quando terminou o mês em baixa de 0,68%.