A taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira. Dessa forma, ela afeta todos os juros praticados no Brasil, como os embutidos em empréstimos e na rentabilidade de investimentos.
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O nome ‘Selic’ tem origem na sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um mecanismo de negociação de títulos públicos administrado pelo Banco Central (BC).
A Selic é o valor mínimo da remuneração do dinheiro investido, como explica Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas. “Os títulos públicos são a forma mais segura de se investir. Então, a taxa básica é o piso da remuneração do dinheiro, o mais baixo. Isso, no entanto, não significa que o mercado não possa oferecer remunerações maiores ou menores”, explica a especialista.
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A taxa Selic é o principal direcionador do custo das linhas de crédito. Quando em alta, a tendência é que bancos e instituições financeiras cobrem juros mais altos nas linhas de crédito e nos financiamentos. Quando ela cai, os juros do crédito ficam mais baratos.
Como a Selic influencia os investimentos e o crédito?
Beni ressalta que a Selic é o “custo do dinheiro”.
Isso acontece porque a taxa consiste em quanto o Tesouro tem que pagar para captar dinheiro, ou seja, qual o valor remunerado para que a dívida seja rolada ou para fazer investimentos.
“Os bancos e instituições financeiras trabalham com títulos públicos, já que eles são os mais seguros possíveis. Então, uma pessoa aplica dinheiro no banco e ele paga a Selic para ele, e uma outra pessoa entra e pede um empréstimo, e o banco empresta o dinheiro da primeira pessoa para ela com os juros da Selic (o custo do dinheiro) mais o spread bancário“, disse.
Dessa forma, mostra-se que a Selic é o valor mínimo cobrado e remunerado pelo crédito e pelos investimentos, se tornando a base dos rendimentos.
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Além disso, a Selic, por ser a taxa básica, será utilizada em todos os tipos de financiamento.
Como a Selic combate a inflação?
A taxa Selic é uma das principais ferramentas econômicas dentro da política monetária de um país, uma vez que ela é utilizada para combater o aumento dos preços.
Isso acontece porque ela é o preço do dinheiro, ou seja, o valor que será cobrado pelos empréstimos. Dessa forma, com a taxa Selic alta, ficará mais caro para as pessoas solicitarem o crédito e diminuirá a oferta de dinheiro em circulação, combatendo a inflação por demanda.
Um dos debates econômicos mais comuns é se a Selic é a forma mais eficiente de se combater a inflação, considerando que o encarecimento do crédito afeta, principalmente, as camadas mais pobres da população.
Beni pontua que a Selic é a mais eficiente forma de se combater um tipo específico de aumento dos preços: a inflação por demanda. Por outro lado, ela não é eficiente para combater todos os tipos de inflação.
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“A inflação de custos, por exemplo, não deve ser combatida pela Selic. Ela acontece quando um componente do preço aumenta muito, como é o caso do aumento do dólar e depreciação do câmbio, e esse controle deve ser realizado pelo próprio câmbio ou, no caso dos alimentos, dentro desse exemplo dos custos, realizar um aumento de estoques entre safras”, disse.
Qual a diferença da Selic Over e Selic Meta?
Há dois tipos de Selic: a Meta e a Over. A primeira é aquela determinada no Comitê de Política Monetária (Copom) a cada quarenta e cinco dias no intuito de combater a inflação e controlar o valor do crédito.
A Selic Meta é uma taxa anual, que foi determinada para 13,25% ao ano na última reunião do Copom, que realizou a primeira redução nos juros em mais de três anos de altas consecutivas.
A Selic Over, por outro lado, são os juros praticados no dia (o Over vem de Overnight, do inglês ‘durante a noite’). Ela é a taxa média registrada em operações de curtíssimo prazo – com vencimento em um dia – realizados entre instituições financeiras. Nela, títulos públicos federais são dados como garantias.
Quais investimentos se beneficiam com a queda na Selic?
Após a redução da taxa Selic de 13,75% para 13,25%, o mercado ficou curioso para saber quais investimentos mais se beneficiariam com o corte, que não acontecia há mais de três anos.
De acordo com especialistas consultados pelo E-Investidor, ativos de risco são uma das opções que mais se beneficiam com a queda dos juros, já que a renda fixa se torna menos atrativa.
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Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) são outra opção que tem ganhado visibilidade no mercado com a queda na taxa de juros. Quer investir nesses ativos sem gastar muito dinheiro? Confira essa reportagem.