O Comitê de Política Monetária (Copom) optou nesta quarta-feira (18) por elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, em decisão unânime. Este foi o primeiro aperto de juros no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia também
Em comunicado, a autoridade destacou que o ritmo de ajustes futuros na taxa e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados “pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”. Nesta reportagem, ouvimos a opinião de diferentes nomes do mercado sobre a decisão do Banco Central.
O cenário de elevação da Selic pode ser interessante para quem investe na renda fixa, já que essas aplicações possuem melhores rendimentos quando os juros estão mais altos. Pensando nisso, o E-Investidor separou as projeções de rentabilidade em 12 meses de diferentes investimentos nessa modalidade com a Selic atual – confira nesta matéria.
Publicidade
Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Na hora de recalcular a carteira, vale pensar no Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que é influenciado diretamente pela taxa básica de juros brasileira. O termo comumente presente no mercado financeiro representa nada mais do que um título com prazo de vencimento de um dia útil, emitido por bancos para emprestarem dinheiro uns aos outros.
Ele permite, portanto, que as instituições encerrem todos os dias com saldo positivo de caixa. Funciona da seguinte forma: se ao final do dia um banco tem mais saída de dinheiro do que entrada, precisa solicitar um empréstimo a outra instituição por meio do CDI. A regra tem como objetivo garantir a saúde financeira dos bancos, inserir limites de alavancagem e, consequentemente, proteger o patrimônio dos clientes.
A taxa de juros que remunera essa operação de empréstimo entre bancos é a chamada taxa DI, calculada pela Bolsa de Valores brasileira, a B3. Ela tem grande importância por servir como referência para muitos investimentos de renda fixa, caso de alguns Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ou Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Contas de rendimento automático de bancos digitais também têm seu retorno calculado a partir da taxa DI.
De modo geral, quando o indicador cai, as aplicações atreladas a ele acabam rendendo menos. O contrário também acontece: se a taxa do CDI sobe em determinado período, os investimentos atrelados a ela também tendem a se sair bem.
Publicidade
Mas qual é a relação entre a taxa DI e a Selic? Simples: normalmente essas taxas “andam juntas”, de modo que a diferença entre elas é, em geral, de 0,10%. Dessa forma, com a Selic em 10,75% ao ano a partir desta quarta-feira, a taxa DI deve ficar próxima de 10,65%.
Isso significa dizer que um investimento, cuja rentabilidade é de 100% do CDI, trará um retorno igual ao da taxa DI em um ano (10,65%). Ou seja, uma pessoa que investisse R$ 1 mil num CDB com esse rendimento, alcançaria um montante aproximado de R$ 1.106,5 depois de doze meses, sem considerar os descontos com Imposto de Renda (IR).
Para descobrir quanto rendem determinadas aplicações atreladas ao indicador, basta multiplicar o valor da taxa DI vigente pela porcentagem anunciada no investimento. Ou seja, se um CDB rende 110% do CDI, ele apresenta um retorno de 11,715% ao ano (1,1 multiplicado por 10,65). Confira abaixo mais simulações:
Valor do CDI | Fórmula de Cálculo | Resultado ao Ano |
---|---|---|
80% do CDI | 0,8 × 10,65 | 8,52% |
90% do CDI | 0,9 × 10,65 | 9,585% |
100% do CDI | 1,0 × 10,65 | 10,65% |
105% do CDI | 1,05 × 10,65 | 11,1825% |
110% do CDI | 1,1 × 10,65 | 11,715% |
115% do CDI | 1,15 × 10,65 | 12,2475% |
120% do CDI | 1,2 × 10,65 | 12,78% |
130% do CDI | 1,3 × 10,65 | 13,845% |
150% do CDI | 1,5 × 10,65 | 15,975% |
200% do CDI | 2,0 × 10,65 | 21,30% |