Educação Financeira

Restituição Imposto de Renda 2023: como usar o dinheiro com sabedoria

O primeiro lote de restituição começou a ser distribuído em 31 de maio

Restituição Imposto de Renda 2023: como usar o dinheiro com sabedoria
2˚ lote da restituição foi liberado nesta sexta-feira (23). (Foto: Envato Elements)
  • Contribuintes que tenham valores a receber da Receita Federal já podem começar a recebê-lo a partir de 31 de maio, a depender de qual lote estão
  • Para conferir se tem direito à restituição, o contribuinte pode fazer consulta no aplicativo "Meu Imposto de Renda"
  • Especialistas ouvidos pelo E-Investidor recomendam que contribuintes com dívidas priorizem utilizar valor da restituição para quitá-las

O prazo para declaração anual do Imposto de Renda (IR) acabou na última quarta-feira (31). A data também marca o primeiro lote de restituição para contribuintes que têm valores a receber da Receita Federal. O calendário de restituição segue pelos próximos meses, até setembro.

Ao fim da declaração, os contribuintes já são informados se terão direito a algum valor. Caso o declarante já tenha enviado o documento à Receita mas tenha esquecido de conferir se tem direito à restituição, ele pode acessar o aplicativo “Meu Imposto de Renda”, pela versão em navegadores ou celular, clicar no exercício de 2023 e conferir o valor que tem a ser restituído.

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Esse retorno do imposto pago em excesso no decorrer do ano pode ser uma grata surpresa para os contribuintes e ajudar a reorganizar a vida financeira ou contribuir para melhorar a carteira de investimentos.

Especialistas ouvidos pelo E-Investidor recomendaram algumas destinações possíveis para esse valor extra em conta, com o intuito de utilizá-lo de maneira mais inteligente e eficiente.

Pagamento de dívidas

Antes de aportar o dinheiro extra recebido na restituição com investimentos ou gastos pessoais, é indicado quitar eventuais dívidas, como esse tipo de comprometimento financeiro pode se tornar uma bola de neves ou mesmo inviabilizar que as pessoas tenham acesso a serviços.

Aline Soaper, fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal, indica que o contribuinte priorize as dívidas por tipos. O valor da restituição deve ser destinado, primeiro, àquelas relacionadas a serviços básicos atrasados, como conta de luz, água, parcelas de condomínio e mensalidades escolares.

Caso não existam dívidas dessa natureza a serem quitadas, a especialista recomenda que sejam priorizadas as dívidas em cartões de crédito e cheque especial.

“Para pessoas que estão com alguma dívida de curto prazo como: cheque especial, cartão de crédito, ou mesmo empréstimo pessoal o ideal é quitá-las, já que nenhum investimento consegue superar a alta taxa de juros de empréstimos dessas modalidades”, aponta Alexandre Santiago, mentor e planejador financeiro Fiduc.

Reserva de emergência

A reserva de emergência é uma espécie de fundo de finanças pessoal para ser utilizado em caso de imprevistos. Especialistas recomendam que essa reserva seja equivalente às despesas fixas mensais da pessoa pelo período de alguns meses.

Os valores devolvidos pela Receita Federal podem servir para começar ou complementar essa reserva. Mas vale destacar que a totalidade da reserva de emergência deve sempre ser aplicada em um investimento de renda fixa e com liquidez diária (possibilidade de resgatar o ativo como dinheiro no mesmo dia), como o Tesouro Selic ou um Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Investimentos

Caso o contribuinte já possua uma reserva de emergência, o próximo passo pode ser diversificar a carteira de investimentos, visando outros objetivos.

Para qualquer investimento, deve ser levado em conta o perfil do investidor. Aqueles mais conservadores alocam uma parcela menor dos seus investimentos em ativos de risco. Já pessoas com perfil mais arrojado destinam uma parcela maior a investimentos mais arriscados.

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Os objetivos de cada investidor também são levados em conta. Para quem já começou a pensar na aposentadoria, pode-se investir em títulos com vencimentos em prazos mais longos, já que não haverá urgência em resgatar os valores, por exemplo.

Objetivos pessoais

O destino de um dinheiro extra no mês não precisa, necessariamente, ser um investimento. Caso uma pessoa não possua dívidas e já tenha uma reserva de emergência formada, cumprir objetivos pessoais não está errado. Despesas com lazer ou bens pessoais mais caros podem ser custeadas com a restituição.

É claro, tudo isso sempre será beneficiado por um bom planejamento. O valor da restituição pode não ser o suficiente para cumprir alguma das metas, mas pode ser o complemento de um dinheiro que já vinha sendo reservado para algum desses fins — ou mesmo o ponto de partida para eles.

“É elevar o nível de merecimento. Trabalhamos muito e, às vezes, não conseguimos guardar um dinheiro para fazer uma viagem com a família. [A restituição] é um dinheiro extra que você não estava contando, que pode usar para fazer uma viagem. Outra coisa bacana que dá pra fazer é trocar de carro, muitos dos nossos alunos aproveitam essa grana extra para isso. Se já estava pensando em trocar de carro, vende o antigo e dá mais a quantia da restituição”, exemplifica Renan Diego, da escola digital Produtividade Financeira.

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