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Educação Financeira

Taxa de corretagem: o que é e como a cobrança funciona para o investidor

Os encargos podem tornar desfavorável a relação risco e retorno. Entenda

Taxa de corretagem: o que é e como a cobrança funciona para o investidor
A isenção da taxa de corretagem é uma estratégia comum de instituições financeiras para alavancar o volume de operações de renda variável. (Fonte: Pixabay/Pexels/Reprodução)
  • A taxa de corretagem é uma remuneração pelos serviços prestados pela corretora de valores ou bancos e impacta na lucratividade das operações.
  • A cobrança varia de acordo com cada instituição e cliente. Muitas vezes, o encargo não é cobrado pelas instituições para atrair mais investidores.
  • É preciso ficar atento se a isenção da taxa de corretagem foi compensada pelo encarecimento de outros encargos.

Os investidores da Bolsa de Valores devem ficar atentos a cobranças, como a taxa de corretagem, que podem diminuir a lucratividade das operações. Para atrair mais clientes, muitos bancos e corretoras oferecem uma redução e até a isenção da cobrança.

Antes de realizar uma operação de compra e venda de açõesé fundamental conhecer todas as taxas e impostos embutidos no mercado de capitais. “É muito importante considerar os custos de uma transação, já que devem ser abatidos no resultado bruto para se entender a viabilidade de tal operação”, considera Sidney Lima, analista da Top Gain.

Os encargos podem tornar desfavorável a relação risco x retorno. “No primeiro momento, pode ser compensatório, mas depois de pagar as custas, podem acabar em prejuízo”, alerta Matheus Eid Lubrani, analista na Vallus Capital. Nas operações com volume mais baixo, os custos que não variam de acordo com o valor podem ser proporcionalmente mais caros.

O que é taxa de corretagem?

O investidor precisa saber quanto paga de taxa de corretagem para avaliar se a operação vale a pena. (Fonte: Leeloo Thefirst/Pexels/Reprodução)

A taxa de corretagem é um valor pago a uma instituição responsável pela intermediação referente à compra e venda de ativos financeiros, como ações na bolsa de valores ou investimentos em Tesouro Direto em operações acima de R$ 10 mil. Ou seja, é uma comissão que os intermediários cobram sobre as transações, independente se há lucro ou prejuízo na operação.

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A cobrança é uma espécie de remuneração pela prestação de serviços de análises técnicas e execução das ordens no pregão. O encargo é importante para financiar a manutenção da estrutura operacional e administrativa das instituições e toda a tecnologia necessária para realizar as transações.

Quais são os tipos de cobrança?

A cobrança da taxa de corretagem varia de acordo com o perfil da corretora e de seu público-alvo. A cobrança pode ser classificada em três tipos:

  • Fixa: é um valor constante que sempre será pago pelo investidor por cada operação, independentemente do valor transacionado, ela não se altera.
  • Variável: trata-se de uma porcentagem da operação, ou seja, previamente é estabelecido um percentual da operação no qual deve-se ser pago à corretora.
  • Fixa + Variável: apesar de não ser mais tão usual, há empresas que realizam os custos da corretagem pelo modo misto em que há cobrança fixa e variável por transação.

Os bancos e as corretoras também podem estabelecer regras para estimular os investidores a realizarem mais compra e venda de ativos. “Muitas instituições também cobram taxas decrescentes, de acordo com o número de transações realizadas pelo cliente ao longo do mês”, ressalta Lima.

Quais são as outras taxas e impostos cobrados para operar?

Custos com taxas de corretagem e custódia nas Letras de Câmbio não existe mais na maioria das instituições financeiras, mas impostos ainda são cobrados sobre rentabilidade. (Fonte: yanalya/Freepik/Reprodução)

Além da taxa de corretagem, os seguintes custos também são cobrados nas operações junto à Bolsa de Valores:

  • Taxa de custódia: referente ao custo por manter os investimentos junto a Bolsa de Valores, além de lhe garantir total zelo pelos ativos e, principalmente, a legitimidade das ordens.
  • Emolumentos: cobrada, de forma variável, pela própria bolsa de valores nas operações de compra e venda de ativo.
  • Imposto Sobre Serviços (ISS): a corretagem é taxada em 5%, pois é caracterizado como um serviço.
  • Imposto de Renda (IR): pago de acordo com o tipo de operação financeira que foi realizado sobre o ganho de capital. Nas transações do tipo Day Trade, a alíquota é de 20% sobre o lucro. No caso Swing Trade (compra de ativos com o objetivo de vendê-los em pouco tempo) e Buy and Hold (compra de ativos com objetivos de vendê-los com lucro no longo prazo), a cobrança é de 15% para operações acima de R$ 20 mil.

Por que algumas corretoras não cobram a taxa de corretagem?

É comum as corretoras não cobrarem taxa de corretagem para as negociações, uma vez que existem inúmeras formas de se gerar receita. “Elas acabam ganhando dinheiro através do Retail Liquidity Provider (RLP), em que a própria corretora faz a ligação entre dois clientes”, explica o analista da Top Gain.

Nesse caso, o foco acaba sendo o alto volume de transações, o que pode ser interessante para a instituição financeira, já que tais movimentos são feitos por algoritmos em milésimos de segundos. O banco ou a corretora também podem oferecer produtos como estruturas de especulação e acabam recebendo uma comissão.

Nem sempre a dispensa da cobrança representa uma vantagem para o investidor. Alguns intermediários isentam a taxa de corretagem, porém acabam supervalorizando os demais encargos. “Devemos ficar atentos para verificarmos se houve a redução do custo da transação da operação ou se foi uma estratégia de marketing”, alerta Lubrani.

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