O que este conteúdo fez por você?
- Especialistas apontam segmento de alta renda como aposta principal para o setor de shoppings centers
- Operadora de shoppings Iguatemi tem os papéis mais recomendados
- Para analistas, setor ainda deve sofrer com a crise e investidor deve ter foco no longo prazo
O setor de shoppings centers foi duramente impactado pela crise da covid-19, como todo o segmento relacionado a varejo. Desde o início de março, quando as primeiras restrições ao funcionamento do comércio foram estabelecidas, os papéis de operadoras como Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTA3), brMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3) entraram em forte declínio.
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Agora, com a perspectiva de retomada do comércio, não é raro ver filas para entrar em shoppings recém reabertos. Em São Paulo, por exemplo, a flexibilização aconteceu a partir do dia 11 de junho e os estabelecimentos podem funcionar por 4 horas diárias, com limite de lotação.
Entretanto, os papéis continuam descontados em relação aos patamares do início do ano. Até às 11h26 desta sexta-feira, o MULT3, por exemplo, ainda estava caindo 36,9% no ano, aos R$20,84. Já IGTA3, BRML3 e ALSO3 enfrentam baixas de 35%, 45% 44% na comparação anual, respectivamente. Seria hora de comprar?
Segmento de alta renda é melhor opção
Para os especialistas consultados pelo E-Investidor, o setor ainda é visto com cautela. “Mesmo com a reabertura, os shoppings seguem muito afetados pela pandemia”, explicou José Cataldo, head de research da Ágora Investimentos. “Mas dentre os shoppings, os de alta renda são os que acreditamos que sairiam melhor dessa situação”, explica.
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De acordo com Cataldo, são recomendações de compra os papéis do Iguatemi e do Aliansce Sonae. “São frequentados por pessoas pertencentes a classes sociais mais altas, que tendem a se recuperar mais rápido da crise ”, disse.
Essa também é a opinião de Lucas Carvalho, da Toro Investimentos. “Nossa recomendação de compra é para Iguatemi”, afirma. “As classes mais altas conseguem manter o padrão de consumo, mesmo em meio a uma recessão que se avizinha.”
As restrições em relação a viagens para o exterior também são um fator que favorece os shoppings voltados para o público de alta renda. “As pessoas de classe A e B viajam muito, e agora com essa impossibilidade devido ao coronavírus, devem consumir internamente nas lojas de shoppings, como o Iguatemi”, conclui.
Ambos os especialistas ressaltam que, mesmo entre as indicações de compra, é necessário ter cautela e foco no longo prazo. “Os resultados no primeiro trimestre, no geral, ainda foram abaixo do esperado. No segundo trimestre, deve vir mais fraco ainda”, afirmou Cataldo.
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A preocupação de Cataldo tem fundamento, uma vez que o fechamento dos shoppings aconteceu em março, logo o impacto de medida poderá ser visto mais claramente no segundo trimestre. Na comparação com os primeiros três meses de 2019, o lucro de operadora de shoppings centers Iguatemi caiu 77%, para R$12,5 milhões, enquanto o do Aliansce Sonae subiu 82,5%, para R$104 milhões.
“Mesmo com a pandemia, sabemos que são operadoras sólidas que podem se recuperar de crise”, afirma Carvalho. Atualmente, o preço-alvo de Toro para os papéis de Iguatemi são de R$57,70 no médio e longo prazo, o que representaria um ganho de 69% para os papéis, cotados em R$34,21 até as 11h31 desta sexta-feira (26).
Cenário ainda está nebuloso
Em relatório enviado aos investidores na última terça-feira (23), especialistas do BTG Pactual analisam o cenário dos shopping centers no Brasil e onde estariam as melhores oportunidades no setor.
Segundo a publicação, o horizonte do segmento ainda está nebuloso, uma vez que o número de infectados por covid-19 diminuiu nas grandes cidades, mas avança no interior.
“Algumas cidades que estavam em melhor situação agora precisam implementar medidas de distanciamento social, é difícil prever o que acontecerá nas próximas semanas”, afirmaram os especialistas no relatório. Para o BTG, Iguatemi e Multiplan são recomendações de compra.
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