- O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (14) aos 119 mil pontos, o maior patamar desde outubro de 2022
- Agora, corretoras estão começando a aumentar o risco de suas carteiras novamente, entendendo que a provável redução dos juros abrirá espaço para um novo ciclo positivo na Bolsa
- Especialistas veem oportunidades na renda variável e indicam boas formas de fazer a alocação
O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (14) aos 119 mil pontos, o maior patamar desde outubro. Depois de uma sequência de sete semanas de desempenhos semanais positivos, o índice está 21% acima de seu último piso, os 97 mil pontos alcançados em março deste ano. Um nível de valorização que está fazendo analistas acreditarem em um bull market no mercado brasileiro. (LINK 1)
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O movimento recente se deve principalmente pela expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) inicie o corte na taxa de juros já na primeira reunião do segundo semestre, marcada para agosto. A redução da Selic é tida por muitos especialistas do mercado como o principal catalisador para uma recuperação dos ativos de renda variável, que foram perdendo espaço à medida que os juros de dois dígitos direcionaram os investidores para a renda fixa.
Agora, corretoras estão começando a aumentar o risco de suas carteiras novamente, entendendo que a provável redução dos juros abrirá espaço para um novo ciclo positivo na Bolsa. Em resumo, essa é a perspectiva por trás das últimas sete semanas consecutivas de alta na B3.
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Depois de um rally tão expressivo, investir em ações agora não seria – como dizem no mercado – “comprar na alta”?
“Por conta da alta recente, olhando para pontos, pode parecer que a Bolsa está cara. Mas, quando olhamos para múltiplos, P/L (preço sobre lucro) por exemplo, estamos em um nível bastante interessante de preço”, afirma Wellington Lourenço, analista da Ágora Investimentos.
O analista pontua que o início do corte de juros favorece o aumento do grau de risco das carteiras, mas ainda é preciso ter cautela. Ainda que a Selic caia em 2023, as projeções do mercado apontam para um juros de dois dígitos ao menos até o fim de 2024. “Não dá para falar que a renda fixa vai deixar de ser atrativa. Mas faz sentido sim buscar oportunidades na Bolsa e montar posições, desde que com cautela na escolha dos nomes”, diz.
BOVA11 ou stock picking?
Para o investidor que estiver pensando em aumentar as posições na Bolsa, é possível fazer as alocações de formas diferentes. A primeira delas é a tradicional “stock picking”, estratégia de investimento onde se seleciona individualmente ações com bom potencial de valorização. Trata-se de uma escolha que exige uma análise maior, mas permite que o investidor se exponha apenas às teses que acredita e aos riscos que realmente está disposto a correr.
Um bom caminho para este momento de início da recuperação dos ativos, explica Heitor De Nicola, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero. “É muito bom que o investidor olhe tudo em perspectiva. Não só a alta do Ibovespa, mas as teses de investimento para saber em quais quer investir, para entender se a empresa está barata ou cara”, pontua.
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Uma outra alternativa para o momento são os ETFs (Exchange Traded Funds), que replicam índices da Bolsa. O BOVA11, por exemplo, segue de perto a carteira do Ibovespa e, portanto, tem desempenho muito semelhante. Enquanto o Ibov sobe 9,91% em junho, o BOVA11 tem alta de 9,70% no mês.
“Pode ser uma alternativa para se ter uma exposição ao cenário de renda variável, especialmente para o investidor que não entende muito de ações e não sabe muito onde investir”, diz De Nicola.
O ETF é como uma “cesta de ações” – neste caso, o BOVA11 tem em sua carteira uma composição muito parecida a do próprio Ibovespa. Isto é, muita exposição a empresas de commodities, bancos e exportadoras.
Como o ciclo de corte nos juros favorece mesmo outros setores mais ligados à economia doméstica, como construção civil, varejo e educação, uma boa opção pode ser olhar para o SMALL11, o ETF do índice de Small Caps da bolsa. Nesta reportagem, mostramos que esse grupo de ações têm conseguido desempenhos bem expressivos nas últimas semanas.
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“Sem dúvidas os ETFs são um ótimo instrumento para exposição à bolsa brasileira”, diz Leandro Petrokas, mestre em Finanças e sócio da Quantzed. Segundo ele, o SMALL11 é outro ativo que tem boa liquidez e pode gerar bons resultados, caso a Bolsa brasileira continue subindo, só que é mais concentrado em small caps e é mais volátil que o BOVA11.