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Banco Central age para proteger instituições financeiras e clientes

Banco Central age para proteger instituições financeiras e clientes

Banco Central age para proteger instituições financeiras e clientes
Edifício sede do Banco Central, em Brasília. (Foto: André Dusek/Estadão)
  • Banco Central vai injetar mais de R$ 1 trilhão para garantir a liquidez do sistema financeiro
  • Isso significa que há um colchão de proteção para bancos e clientes
  • Preocupação maior passa a ser como salvar as empresas e garantir os empregos

(Ernani Fagundes e Jenne Andrade, E-Investidor) Para tentar conter o impacto da pandemia do novo coronavírus na atividade econômica, o Banco Central (BC) divulgou, nesta segunda-feira (23), um conjunto de medidas que visa fortalecer a solidez dos bancos, com uma injeção de R$ 1,2 trilhão em liquidez (recursos) no sistema financeiro.

Na prática, o objetivo é fazer com que os bancos permaneçam capitalizados e possam manter suas operações, como realizar empréstimos às pessoas físicas e jurídicas, mesmo num ambiente de elevada incerteza sobre a capacidade de pagamento dos clientes e de ampla restrição da circulação de clientes, que estão em isolamento ou em quarentena obrigatória em algum as regiões do País.

Em outras palavras, mesmo que o banco reduza o atendimento das agências ou feche as portas durante o período de quarentena, o correntista pode ficar tranquilo sobre suas contas e investimentos, pois o BC já atuou para colocar recursos nos bancos para atravessar esse momento de crise. “Não vejo uma quebra do sistema bancário, vejo um colchão de proteção. Se as medidas não forem suficientes para ajudar a população, com certeza outras virão”, diz João Mauricio Rosal, economista-chefe da Guide Investimentos.

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Na visão de Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais, o BC agiu para reforçar a solidez das instituições financeiras. “Isso é positivo para o tomador de crédito. Numa economia de guerra (contra o vírus), a demanda por empréstimo diminui, mas as pessoas e empresas precisam atender uma série de compromissos já contratados. Numa quarentena, uma grande parte da população vai ter problemas de receitas, e os bancos vão estar preparados para suportar um adiamento dos pagamentos”, afirma.

Na avaliação de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da casa de análise Levante, o BC está garantindo o funcionamento do mercado de crédito num momentos de tensão. “Está permitindo que os bancos possam rolar facilmente as dívidas dos clientes”, diz ele. Bancos, financeiras e cooperativas de crédito já haviam divulgado que vão postergar os prazos das dívidas por 60 dias, quando solicitados pelos clientes.

Mas há também quem considere as medidas anunciadas como fracas. “Apesar do BC ter capacidade de fazer muita coisa, não depende só dele, depende muito mais das medidas fiscais que o governo brasileiro irá tomar. Enquanto nos EUA, o Trump está brigando com tudo e todos para conseguir um caminhão em dinheiro e poder pagar abono para quem está sofrendo com o coronavírus, injetando muito dinheiro na economia justamente para não entrar em recessão, aqui a gente não vê nada. O Bolsonaro está preocupado em não parar tudo para não gerar desemprego. A preocupação deveria ser sobre como salvar, principalmente, o pequeno e o médio empresário, para aí sim não gerar desemprego”, diz Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

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