Investimentos

Próximo de recorde no Brasil, bitcoin tem tendência de alta

Para 2021, as projeções são bastante otimistas, ultrapassando os R$ 100 mil

Próximo de recorde no Brasil, bitcoin tem tendência de alta
Bitcoin é uma das principais criptomoedas (Foto: Michael Wuensch/Pixabay)
  • Na segunda-feira (17), a cotação da moeda digital superou a barreira dos US$ 12 mil nos Estados Unidos, onde é negociada, o que fez a moeda digital valer ultrapassar a faixa dos R$ 66 mil no Brasil
  • Há uma explicação propriamente do fundamento da criptomoeda, que tem a ver com a sua disponibilidade, cada vez menor ao longo dos anos, bem como o aumento da demanda que acompanha a maior popularização e confiança das pessoas no bitcoin
  • O gestor de portfólios da Hashdex, João Marco Cunha, ainda diz que outros fatores também contribuem para a alta da criptomoeda, como a entrada de investidores institucionais e empresas neste mercado, a negociação de bitcoin em algumas bolsas dos EUA, e o recente interesse de bancos norte-americanos de fazerem custódia do criptoativo

Apesar de estar longe da sua máxima histórica em dólar, o bitcoin caminha para atingir seu recorde em reais, ao flertar com a casa dos R$ 70 mil. Nesta terça-feira (18), a criptomoeda sofre baixa e é negociada por volta de US$ 11,9 mil, o que equivale a R$ 65,5 mil. Mas, nesta segunda-feira (17), sua cotação superou a barreira dos US$ 12 mil nos Estados Unidos, onde é negociada, o que fez a moeda digital ultrapassar a faixa dos R$ 66 mil no Brasil.

Essa variação de recordes diferentes se dá pela oscilação do câmbio. Em dezembro de 2017, por exemplo, o bitcoin chegou próximo dos US$ 20 mil nos Estados Unidos, a sua máxima já registrada até o momento. Conforme o relatório Mercado Brasileiro de Bitcoin, que o mercado usava como dado oficial na época, com informações de corretoras, o preço máximo no Brasil foi de R$ 69,336 mil.

A criptomoeda foi fortemente afetada pela crise gerada pela pandemia de covid-19, assim como diversas outras classes de ativos e investimentos. Mas a recuperação tem se mostrado sólida. Desde março, o pior mês da pandemia, o bitcoin já se valorizou mais de 70%, tornando-se um dos ativos de melhor desempenho.

Recorde no Brasil

O preço da criptomoeda está relacionado à sua disponibilidade, cada vez menor ao longo dos anos, bem como o aumento da demanda que acompanha a maior popularização e confiança das pessoas no bitcoin. Isto é o que explica Ricardo Da Ros, country manager da Ripio.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“O bitcoin tem uma quantidade limitada de existência, assim como o ouro. Por isso, ele tem valor. O bitcoin também é escasso, só que digitalmente. Com uma quantidade limitada, cada vez mais gente se interessando e comprando, isso naturalmente gera uma pressão positiva para o preço no médio e longo prazo”, esclarece Da Ros.

O especialista lembra que, atualmente, existem cerca de 18,5 milhões de unidades de bitcoins. A meta é que a quantidade chegue a 21 milhões de bitcoins no ano 2140, não sendo mais possível criar a criptomoeda depois desse teto.

Essa limitação será possível por meio de um ajuste (halving) que reduz pela metade a quantidade de bitcoin produzidos a cada dez minutos. O último halving foi realizado em maio deste ano, passando de 12,5 para 6,25 bitcoins produzidos a cada dez minutos na rede da criptomoeda.

“O halving é uma força adicional. Como novos bitcoins que entram em existência vão sendo cortados pela metade a cada 4 anos, isso gera mais pressão positiva ainda. E historicamente, esses cortes geram uma máxima histórica, em média, 18 meses depois, fazendo o preço subir mais forte do que o normal. E é isso que está começando a acontecer agora”, acredita Da Ros.

João Marco Cunha, gestor de portfólios da Hashdex, ainda acrescenta que outros fatores também contribuem para a alta da criptomoeda, como a entrada de investidores institucionais e empresas neste mercado. A negociação de bitcoin em algumas bolsas dos EUA e o recente interesse de bancos norte-americanos em fazer custódia do criptoativo também o impulsionam.

Publicidade

“A grande subida [de preço] se deu quando teve essa declaração de que os bancos norte-americanos vão poder custodiar bitcoin. Essa é uma notícia extremamente relevante, porque o cliente poder ter a confiança do seu banco, de que o bitcoin vai estar guardado de maneira segura. E ao mesmo tempo há a praticidade de estar integrado à conta bancária, junto de outros investimentos”, avalia Cunha.

Em 22 de julho, o OCC, sigla em inglês para o Gabinete do Controlador da Moeda, órgão regulador responsável pelo controle e supervisão dos bancos dos EUA, publicou carta em que esclarece que os bancos do país têm autoridade para fornecer contas fiduciárias e serviços de custódia de criptomoedas para empresas deste mercado.

R$ 100 mil em 2021?

O country manager da Ripio avalia que, dentro dos próximos dias, no máximo, em semanas, a barreira dos R$ 70 mil deverá ser superada. Contudo, ele lembra que, devido à alta volatilidade da criptomoeda, esse valor pode regredir até se estabilizar.

“Pode bater os R$ 70 mil, depois voltar um pouco. Mas acho que o momento está muito positivo para o preço do bitcoin. Eu vejo, até o final deste ano, que a gente vai ganhar bastante terreno aí”, diz Da Ros.

Para o especialista, a alta recente já indica o início da alta histórica provocada pelo halving. Por isso, Da Ros aponta que em uma estimativa “mais conservadora”, o bitcoin vai ultrapassar facilmente os R$ 100 mil em 2021. E há modelos bem mais otimistas: “Muitos analistas no mundo acreditam que, no ano que vem, o bitcoin passará de 100 mil dólares, e não só de reais”, diz Da Ros.

Sem citar datas, o gestor de portfólios da Hashdex lembra que a barreira deve ser rompida a qualquer momento. “Considerando as volatilidade do bitcoin e do real frente ao dólar, e a proximidade que estamos dos R$ 70 mil reais agora, a própria oscilação de mercado pode jogar o preço para além desse patamar”, sinaliza Cunha.

Publicidade

Também por conta da volatilidade, o gestor prefere não arriscar possíveis preços da criptomoeda, mas ressalta a mudança de cenário recente para este mercado.

“O que está acontecendo no segmento de criptoativos é uma sequência de boas notícias no que diz repeito à regulação, adoção, entrada de investidores institucionais, infraestrutura e serviços, tecnologia, etc. A tendência é que esses avanços continuem e sejam incorporados gradativamente aos preços”, conclui Cunha.

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos