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- O pedido de registro para o fundo, feito inicialmente em dezembro, vai agora adiante num momento em que investidores têm procurado serem mais cirúrgicos em fundos imobiliários no Brasil
- "Estamos só aguardando uma janela no mercado", disse à Reuters o presidente-executivo da BR Properties, Martín Andrés Jaco
A empresa de imóveis comerciais para renda BR Properties está perto de fazer sua estreia no mercado de fundos de investimentos imobiliários, com uma carteira de cerca de 530 milhões de reais de imóveis próprios.
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“Estamos só aguardando uma janela no mercado”, disse à Reuters o presidente-executivo da BR Properties, Martín Andrés Jaco, em entrevista à Reuters.
Segundo o executivo, o primeiro fundo terá o nome da empresa e será todo composto por ativos próprios, de torres comerciais, como para “dar velocidade na reciclagem no estoque de imóveis”. Ele explicou que o fundo pode posteriormente ter “follow ons”, dependendo das condições do mercado.
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Segundo o executivo, por ser ao mesmo tempo gestor dos imóveis e sócio do fundo, esse modelo pode dar maior confiança a investidores do que nas carteiras tradicionais ofertadas no mercado, nos quais essas atividades são segregadas.
Além disso, torres de escritórios detidos pela companhia têm tido um desempenho superior aos da média de edifícios comerciais nas grandes capitais, que estão sofrendo fortemente os efeitos da pandemia da covid-19, com elevados níveis de vacância.
Segundo Jaco, a preferência da BR Properties nos últimos anos por imóveis mais próximos das regiões centrais das cidades, com acesso fácil a transporte público e dotados de maior estrutura de serviços, está se revelando acertada, porque são características procuradas por empresas, num momento em que os preços de aluguel estão mais baratos do que em 2019.
“O nível de vacância nos nossos principais prédios tem diminuído”, afirmou Jaco, citando como exemplos os edifícios Passeio Corporate e Manchete, no Rio de Janeiro, com ocupação média ao redor de 90%, que farão parte do fundo.
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Segundo o executivo, a procura por escritórios com essas características tende a crescer nos próximos anos, dada a demanda das empresas por locais que sirvam como atrativo para captação e retenção de talentos. “Estamos bem posicionados em escritórios para os próximos 4 a 5 anos”, afirmou Jaco.
O pedido de registro para o fundo, feito inicialmente em dezembro, vai agora adiante num momento em que investidores têm procurado serem mais cirúrgicos em fundos imobiliários no Brasil, uma vez que o ciclo de alta de juros em andamento tira a atratividade de ativos que, em geral, concorrem pelas preferências entre ativos considerados de renda fixa.
Em relatório nesta semana, o Itaú BBA afirmou que algumas categorias de fundos imobiliários seguem atrativos no Brasil, mesmo diante da alta da Selic, citando como exemplos os focados em lajes corporativas, diante do gradativo retorno das empresas ao trabalho presencial.
LOGÍSTICA
O lançamento de fundos próprios pela BR Properties acontece no momento em que a companhia amplia apostas em imóveis logísticos, setor que hoje representa 5% da sua carteira, mas que deve triplicar de tamanho nos próximos anos.
A BR Properties vem ampliando investimentos em atuais empreendimentos, na Grande São Paulo. No ano que vem, deve concluir a ampliação de seu novo complexo em Cajamar, onde já comprou outro terreno para mais 150 mil metros quadrados. Em Jarinu, uma cidade vizinha, comprou recentemente um galpão de 82 mil metros quadrados, já com locatário garantido.
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A movimentação da BR Properties mostra como empresas do ramo imobiliário estão tendo que ser ágeis na administração de ativos para manter seus investimentos rentáveis diante dos desafios impostos pela pandemia, que levou milhões de pessoas para o trabalho remoto no Brasil.
Segundo Jaco, embora a companhia esteja conseguindo se sair comparativamente melhor em relação a administradoras de shopping centers, por exemplo, ainda há dificuldade de deixar claro para profissionais de investimentos essa distinção.
No ano até agora, a ação da BR Properties tem queda de cerca de 20%, enquanto o Ibovespa recua 7%. O índice do setor imobiliário tem baixa de 30%.
“Não temos nada a ver com shopping centers, mas alguns ainda têm dificuldade de ver isso”, disse.
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