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Investimentos

Como investir em dólar?

Saiba 5 maneiras de empregar seu dinheiro na moeda estadunidense

Como investir em dólar?
(Fonte: Shutterstock)
O que este conteúdo fez por você?
  • O dólar é a principal moeda do mundo utilizada nas trocas econômicas. Por ter mais de dois séculos em operação e com perspectiva de vida longa, muitos investidores têm ativos relacionados ao dólar em seus investimentos
  • Ter a renda valorizando em dólar não impede que o investidor sofra com crises econômicas. No entanto, garante uma melhor resposta aos efeitos em comparação às outras moedas internacionais devido a sua estabilidade.
  • Uma das formas de investir em dólar é a compra da moeda norte-americana diretamente das casas de câmbio. Nessa opção, o seu patrimônio vai estar garantido e até valorizado localmente caso haja uma desvalorização do real. No entanto, há outras formas de investir com a moeda norte-americana

(Carlos Pegurski/Especial para o E-Envestidor) – Além de garantir aos Estados Unidos a posição de maior e mais forte economia do mundo, o dólar é o principal lastro para as trocas econômicas realizadas globalmente. A reputação é o principal ativo da moeda, que tem mais de duzentos anos de operação.

Por essa razão, muitos investidores têm ativos relacionados ao dólar em seus investimentos. Mas esse é mesmo um bom investimento?

O que considerar antes de comprar dólar?

As diferentes formas de comprar dólar devem ser vistas como um investimento com rentabilidade, mas com riscos a curto prazo. (Fonte: AybikeOzturk/Shutterstock)

1— O dólar não impede problemas, mas garante a melhor resposta

Ter renda valorizando em dólar não significa estar imune a crises econômicas, mas é possível enfrentar as tempestades financeiras no maior e mais seguro barco do planeta. Desde o início da pandemia da covid-19, o mundo todo ficou apreensivo. Nos primeiros meses de 2020, não era nítido qual o impacto da crise sanitária em termos humanos e econômicos.

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Naquele momento, houve uma debandada de investimentos no Brasil. A opção foi abandonar o País e aportar o dinheiro em investimentos lastreados em dólar, considerado mais estável. Isso ajuda a explicar por que o real se desvalorizou cerca de 25% em poucas semanas. De março de 2020 em diante, passaram a ser necessários R$ 5 para comprar US$ 1, em vez de R$ 4.

Isso foi sentido também na Bolsa brasileira. Naquele mês, a B3 teve seguidos circuit breakers em poucos dias. Esse é um dispositivo que interrompe as negociações caso o Ibovespa (principal indicador da Bolsa, que monitora as ações com maior volume de venda) caia mais de 10%. O derretimento das ações indicava a fuga de capital do País, expondo o real.

2— A compra de dólar deve ser considerada um aporte variável

A compra de dólares pode ser um ótimo negócio. Além de haver diferentes formas de fazê-la, é importante ter em mente que esse não é um destino sem riscos. A moeda norte-americana também tem seus altos e baixos. É verdade que a flutuação está longe de sofrer o que o real sofre. Por isso, mais que investimento, o dólar é uma boa opção de hedge, ou seja, de proteção de patrimônio. Mas é possível ter perdas com investimento em dólar, sobretudo em operações de curto prazo. Portanto, é importante considerar que trata-se de um investimento de renda variável.

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3— O dólar deve fazer parte de uma carteira de investimentos diversificada

Existem duas “regras de ouro” para quem deseja investir com uma boa margem de segurança: diversificar o destino do capital e incluir alguns títulos de renda fixa na sua carteira.

Para brasileiros, que investem a partir de reais, o dólar traz alguma estabilidade, já que a moeda do País é mais sensível à oscilação do mercado. Mas a cautela é sempre bem-vinda. Por isso, antes de adquirir a moeda estadunidense, os especialistas recomendam optar por investimentos de renda fixa, que podem proteger sua carteira. Se forem investimentos com boa liquidez, ainda melhor.

4— Considere abrir uma conta em uma corretora

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Não existe um perfil de investidor mais ou menos indicado para o investimento em dólar. O que existe é um perfil de carteira: se você avaliar que suas opções já oferecem proteção e permitem que você dê um passo mais ousado, então é hora de aportar em dólar. Existem muitas formas de fazer isso, mas as mais seguras e rentáveis se referem a ferramentas negociadas em home broker, sistema pelo qual as corretoras conectam seus clientes ao pregão eletrônico.

Conheça as formas de investir em dólar

O dólar é a principal moeda do mundo e, por isso, investir nela dá estabilidade à carteira. (Fonte: Olvius/Shutterstock)

Vamos ao que interessa: o que fazer para investir em dólar? Não existe uma única forma de fazer isso. Então, vale a pena conhecer cada uma das possibilidades e ver qual delas agrada mais o seu perfil.

1— Compra de papel-moeda

A primeira forma de investimento é comprar dólares diretamente em casas de câmbio. Assim, se o real derreter diante do dólar, você terá seu patrimônio garantido e até valorizado em termos locais. Mas sempre é possível que a inflação retire essa margem de valorização. Outro ponto a ser considerado é que você comprará o dólar turismo (cotação “de varejo” que tem custos maiores), pagará imposto sobre operações financeiras (IOF) no valor de 1,1% e deve ainda prestar contas ao leão na hora do Imposto de Renda. Assim, a compra de dólar é mais interessante para proteger parte do patrimônio do que para valorizá-lo.

Além disso, ter dólares consigo traz sempre um risco de roubo ou furto. Por isso, ter dólares no bolso é uma alternativa interessante para pessoas que viajam muito e, ainda assim, apenas em valores compatíveis com esses deslocamentos. Se esse não for seu caso, vale a pena ficar de olho nas outras formas de investimento.

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2— Fundos cambiais

Outra forma de investir em dólar é comprar cotas de fundos cambiais. Dessa forma, corretoras reúnem investidores e negociam a compra de moedas estrangeiras em grande volume. Isso permite que você fuja do dólar turismo, que é mais caro para compra do que o dólar comercial, mesmo com um investimento pequeno, de R$ 500 ou R$ 1 mil, por exemplo.

Outra vantagem é que esses fundos têm boa liquidez, ou seja, você consegue resgatar o dinheiro com rapidez, poucos dias após a solicitação de saque. Por isso, oferece todos os benefícios da compra do dólar fisicamente. É mais seguro, tem uma gestão profissional e conta com os benefícios de entrar em campo como um grande player.

3— Dólar futuro

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Essa é outra opção de negociar o dólar e, nesse caso, trata-se de uma aposta visando valorizar o montante, ainda que se corra mais riscos. A ideia é simples. Você se compromete a comprar ou vender uma certa quantidade de dólares em uma data futura por um preço previamente combinado. Se você avalia que o dólar irá se valorizar em relação ao real no próximo semestre, pode se comprometer a comprar um volume de dólares em um vencimento futuro por uma cotação definida previamente, com lastro na cotação ainda subvalorizada.

Assim, se sua aposta estiver correta, você pode comprar US$ 10 mil por um preço abaixo do mercado e então vendê-lo sob a cotação valorizada. Por outro lado, você pode ter que comprar o dólar a um preço superior à cotação do momento e, assim, incorrer em perdas financeiras. Esse tipo de operação é feita pela mediação de corretoras e funciona por contrato cheio, que corresponde a US$ 50 mil, ou um minicontrato, que corresponde a US$ 10 mil. Você pode dispor desse valor integralmente ou optar pelo mecanismo de alavancagem, em que se usa outras formas de patrimônio (ações e títulos de renda fixa, por exemplo) para “calçar” seu investimento.

4— ETFs

Outra maneira de investir em dólares são os Exchange Traded Funds (ETF), ou câmbios de fundo comercial. Nesse caso, opta-se por acompanhar um índice de mercado e é possível optar por algum deles que responda à dinâmica de valorização do dólar, ainda que indiretamente. Um exemplo é o S&P 500, que reúne os quinhentos ativos cotados nas bolsas de NYSE e da NASDAQ. Ambas são bolsas estadunidenses. No entanto, a primeira reúne empresas tradicionais com foco no setor industrial, enquanto a segunda reúne empresas de tecnologia.

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Dessa forma, um ETF com lastro no S&P 500 remuneraria o mesmo que esse índice do mercado de capitais estadunidense. De julho de 2020 a junho de 2021, ele apresentou um crescimento de 36,88%.

5— Ações e fundos de investimento de atividades exportadoras

No 4T2020, em meio à pandemia, a Petrobras apresentou uma receita sete vezes maior que a do mesmo trimestre de 2019. A razão disso é que, embora o mercado doméstico ainda esteja em recuperação, muitos países já vacinaram boa parte de sua população e demandam o petróleo brasileiro sob um dólar valorizado frente ao real.

Portanto, é possível investir em dólares indiretamente por meio de ações e fundos de investimento que tenham lastro em produtos e atividades remuneradas em dólar. No Brasil, isso responde por boa parte do conjunto de ações da Bolsa, já que se trata de uma expertise do País.

Essas medidas permitem diversificar sua carteira e ganhar em dólares. Mas é preciso acompanhar a dinâmica do real no próximo período, pois ele pode se recuperar de um ciclo de desvalorização intensa frente ao dólar. Nesse caso, pode ser interessante esperar um pouco para adquirir dólares e ter uma relação de troca mais vantajosa.

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