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Como comprar ouro na Bolsa de Valores? Vale a pena?

Entenda o que é necessário para investir no ouro e as possibilidades de compra do ativo.

Como comprar ouro na Bolsa de Valores? Vale a pena?
Foto: Pixabay
  • Enquanto o metal trouxe um retorno de 53% nos primeiros seis meses do ano, o câmbio ofereceu 35,86% (dólar) e 35,83% (euro), o CDI 1,75%, a poupança 1,38%, e o Ibovespa -17,80%
  • Especialistas comentam que, apesar de comumente ser utilizado como “hedge”, uma forma de evitar a volatilidade da bolsa, ele sofre impactos, por exemplo, do câmbio e de mecanismos de oferta e demanda
  • Para o analista da Ágora Investimentos, Marcelo Boneri, investir no ativo é “como se tivesse um imóvel negociado em bolsa mas com liquidez diária e custo de corretagem menor”

Considerado um investimento de proteção, o ouro é um ativo que, assim como os demais, precisa ser bem avaliado antes de se investir. Especialistas comentam que, apesar de comumente ser utilizado como “hedge”, uma forma de evitar a volatilidade da Bolsa, ele sofre impactos do câmbio e de mecanismos de oferta e demanda.

Mas, afinal, no que consiste o investimento em ouro? Para o analista da Ágora Investimentos, Marcelo Boneri, investir no ativo é “como se tivesse um imóvel negociado em Bolsa mas com liquidez diária e custo de corretagem menor”.

Além disso, é válido ter em mente que “ouro é ouro em qualquer lugar do mundo. Diferentemente de ações que não são negociadas em todas as bolsas. O próprio petróleo muda em viscosidade, tem subtipos”, como compara Boneri.

Como investir em ouro?

Existem três tipos de investimento no metal precioso: contratos futuros na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), fundos de ouro e compra de lingotes.

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Dessa forma, os investidores que desejam investir em ouro precisam estar atento às especificidades de cada um, para escolher a opção que mais se encaixa no portfólio.

Na Bolsa, existem algumas opções de contratos. As principais são o padrão de 250 gramas (OZ1D) e os fracionários de 10 gramas (OZ2) e de 0,225 gramas (OZ3). Quem fica neste tipo de contrato, tem de analisar as taxas praticadas.

“Esse ouro negociado na Bolsa é um ouro padrão, disponível, que existe e está custodiado. A cotação da Bolsa é dada em grama, então o investidor compra a quantidade que ele quer adquirir como investimento”, contextualiza Boneri.

No caso da compra da barra de ouro, é necessário pagar uma taxa de custódia para a corretora devidamente autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nesse tipo de operação, para vender o metal, o investidor poderá enfrentar alguma burocracia.

Diversos fundos também investem em ouro e são uma alternativa segura para investidores inexperientes, sobretudo em um cenário de crise. De todo modo, é preciso observar quais são os demais produtos que compõem o portfólio do fundo.

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O analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, lembra que outra opção de investimento em ouro é através de Certificado de Operações Estruturadas (COE).

“Temos visto a criação desses produtos estruturados por parte dos bancos – isso também tem crescido bastante. Nesse caso, se a estratégia do COE não der certo, o investidor tem o capital protegido, mas não ganha nada [sobre o que foi investido]).”

O ouro é um investimento sem risco?

Em um cenário de volatilidade de ações e queda da taxa juros impactando a renda fixa, o ouro vira destaque na vitrine. Mas, apesar de não sofrer com volatilidade na Bolsa, ele tem seus riscos. É importante lembrar que a cotação do metal flutua diariamente, e fatores como câmbio, mecanismos de oferta e demanda afetam no seu preço.

“A demanda por ouro passa a ser mais considerada a partir do momento que você tem uma demanda mais baixa por outros veículos de de investimentos. Ele é cotado lá fora, pelo mercado de Nova York. Peso, câmbio e mecanismos de oferta e demanda mexem no preço dele. As taxas de juros têm um impacto indireto, porque elas influenciam nos mecanismos de oferta e demanda”, explica Ilan.

O analista da Ativa explica que acontecimentos geopolíticos, como a indefinição da eleição nos Estados Unidos, ou a própria crise provocada pelo coronavírus, também geram impactos na valorização do metal. “Quanto mais incerto é o cenário mais caro tende a ser a cotação da grama do outro.”

Como é a liquidez desse investimento?

Tanto na forma de compra direta (barras), como na participação via mercado seguro, o ouro tem uma liquidez diária e visibilidade de preço. A diferença é que na compra para estocagem, o investidor pode enfrentar burocracia, como taxas de custódia.

“Toda liquidação no Mercado Futuro é D+1. Ou seja, todo financeiro da Bolsa acontece no dia seguinte. Se comprou hoje o ouro, no outro dia você paga e ele já está na sua posição. Se você vendeu hoje, amanhã já está recebendo esse valor”, explica Boneri.

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No caso de fundos, é preciso entender os detalhes do contrato, uma vez que o metal é só um dos ativos que compõe esse tipo de investimento.

Como é o retorno do investimento em ouro?

Por ser um ativo que guarda o seu valor ao longo do tempo, o ouro é muito utilizado como um “mecanismo” para proteger o portfólio de investidores.

Quem investiu em ouro e se beneficiou da sua alta valorização em 2020, conseguiu compensar os prejuízos da desvalorização de alguma ação. O que os especialistas lembram é que o ativo deve tomar apenas uma parte da carteira.

“A forma como a proteção deve ser feita varia de acordo com cada cliente. Independentemente do nível de preço que possa fazer ele preferir um ativo a outro, precisa ter sempre uma parte destinada para o hedge“, diz Abertman.

Ele complementa dizendo que, assim, “o ouro se vende bem porque ele guarda valor ao longo do tempo. E especialmente para esse fim de proteção de portfólio, o movimento do ouro dificilmente vai ser alvo de um evento com a pandemia”.

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