Investimentos

Como investir em fundos multimercados com segurança?

Patrimônio líquido de fundos multimercados supera R$ 1,5 bilhão

Como investir em fundos multimercados com segurança?
O aumento da taxa Selic melhorou a rentabilidade dos fundos multimercados no 1º semestre de 2022. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
  • Fundos multimercados podem ser utilizados para diversificar a carteira de investimentos com a gestão de um especialista de mercado.
  • Com aplicações em renda fixa e variável, esses fundos apresentam volatilidade e podem variar negativamente.
  • Investidores precisam conhecer todas as regras, as estratégias e os riscos antes de realizar um aporte de recursos.

Os fundos multimercados têm patrimônio líquido superior a R$ 1,5 bilhão, menor apenas que o dos fundos de renda fixa, de acordo com um relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

“A aplicação pode ser interessante para quem quer investir de forma diversificada, mas não quer fazer isso por conta própria”, explica Leo Dutra, analista de investimentos em renda variável. O gestor desses fundos compra papéis de diversos segmentos para oferecer uma melhor rentabilidade e reduzir os riscos inerentes a setores específicos.

O que é fundo multimercado?


Os fundos multimercados são fundos de investimento que podem alocar recursos em aplicações como renda fixa, ações, derivativos e câmbio. “A quantidade de recurso em cada item depende das características do fundo e da estratégia do gestor que distribui esse recurso em várias aplicações”, comenta Eduardo Edart, especialista em Investimentos.

A modalidade permite a realização de operações com alavancagem, o que aumenta a possibilidade de rendimentos sem a necessidade de um maior aporte de recursos. Dessa forma, o gestor pode fazer o patrimônio do fundo crescer rapidamente caso os investimentos tenham resultado positivo.

Como funciona o rendimento?

O valor das cotas dos fundos multimercados varia diariamente de acordo com a atualização do preços dos investimentos de renda fixa e de produtos de renda variável. Dutra comenta que “a rentabilidade varia muito de fundo para fundo, de acordo com o objetivo, as estratégias utilizadas e o cenário de mercado”.

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Os rendimentos dependem de algum indicador ou estratégia, além da exposição a ativos voláteis negociados em Bolsa. Um fundo pode ter rentabilidade mensal acima de 30% e perder 40% no mês seguinte. “O investidor precisa analisar a estratégia do multimercado e ver o enquadramento dentro do próprio perfil”, recomenda Edart.

Taxas e tributação

Os fundos multimercados, como outros fundos de investimento, cobram taxas para remunerar a gestão dos recursos, como taxa de administração, e podem variar com base no retorno da aplicação (taxa de performance). Quando o investidor faz o resgate, ainda pode haver uma taxa de saída.

O investimento também sofre tributação do Imposto de Renda (IR) na tabela regressiva, como os fundos de renda fixa, que é cobrada de forma semestral a partir dos rendimentos da cota do fundo, conhecido como “come-cotas”.

Alguns fundos têm mais de dois terços do patrimônio líquido aplicado no mercado de ações. Nesses casos, são tributados como fundos de ações, portanto têm alíquota fixa de 15% do IR, independentemente do tempo de aplicação, e não sofrem tributação do come-cotas.

Quais são os riscos?

Os fundos multimercados têm riscos inerentes à própria característica da aplicação, sendo os três principais explicados a seguir.

  • Risco de liquidez: um investimento com liquidez diária demora um dia para depositar o recurso após a solicitação de resgaste. “Se o fundo multimercado tiver pouca liquidez, o dinheiro poderá ficar preso durante um período”, comenta Dutra.
  • Risco de mercado: representa as oscilações do mercado e todos os aspectos macro e microeconômicos que influenciam a rentabilidade. “Esse risco serve para todas as aplicações de renda variável”, segundo Edart. Caso o investidor decida fazer um resgate em um momento de desvalorização, terá perda financeira.
  • Risco de crédito: o fundo pode falir por má administração ou outras complicações dessa ordem. Diferentemente das aplicações de renda fixa, os fundos multimercados não contam com proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

O que observar para investir com segurança em um fundo multimercado?

Para ter mais segurança no capital investido, é importante conhecer todos os detalhes do fundo multimercado. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Ter confiança na gestão da aplicação é fundamental, por isso é importante avaliar o histórico do gestor, bem como a volatilidade dos retornos do fundo e o Índice de Sharpe, que vai medir o quanto de retorno o fundo gera para cada risco que é tomado. Além disso, o investidor precisa ficar atento às taxas e saber se elas estão de acordo com a perspectiva de retorno do fundo. Outro ponto relevante é a liquidez do fundo e em quanto tempo poderá ser feito o resgate.

“Para entender todos esses aspectos, é essencial ler cuidadosamente a lâmina do fundo, bem como o prospecto e o regulamento”, recomenda Dutra. Os documentos estabelecem todas as regras das aplicações, a estratégia, o aporte inicial, os demais aportes e as taxas cobradas.

 

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