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A fórmula da Janus Henderson para se proteger de uma recessão em 2023

Na visão da gestora com US$ 275 bilhões em ativos, investidores devem dar preferência a empresas de qualidade

A fórmula da Janus Henderson para se proteger de uma recessão em 2023
  • A dúvida que paira sobre as economias desenvolvidas para 2023 é se os bancos centrais serão capazes de encerrar o aperto monetário sem levar a uma recessão
  • Como os mercados de investimento vão reagir a essa desaceleração econômica? Provavelmente com novas quedas, diz a Janus Henderson
  • Para a gestora global, a melhor forma de se proteger na renda variável é optar por empresas de crescimento de qualidade em vez daquelas alavancadas

Na reta final de 2022, os investidores estão começando a se preparar para o que vem no próximo ano. Se no Brasil pesam as incertezas do novo governo, no exterior a preocupação é o cenário macroeconômico.

A dúvida que paira sobre as economias desenvolvidas é se os bancos centrais serão capazes de encerrar o aperto monetário sem levar a uma recessão e como o mercado de capitais vai reagir com a desaceleração econômica.

Na visão de Matt Peron, diretor de pesquisa da Janus Henderson Investors, a principal economia do mundo, os Estados Unidos, não deve entrar em recessão em 2023. Embora haja pela frente aumentos adicionais na taxa de juros americana, os balanços das empresas estão em boa forma, os lucros têm se mostrado “surpreendentemente resistentes” e o mercado de trabalho continua a mostrar força.

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O que leva a gestora global com cerca de US$ 275 bilhões sob gestão a acreditar em um ajuste de ciclo, em vez de uma desaceleração econômica acentuada.

“Acreditamos que os investidores devem se preocupar com o fato de que a era das taxas ultra-baixas, que proporcionavam um vento favorável aos mercados de ações, está chegando ao fim”, diz Peron. “Embora o caminho para a normalização das políticas continue a ser acidentado, há sinais de que as previsões mais terríveis de um bear market e de depressão econômica, particularmente nos Estados Unidos estão exageradas”.

Isso não significa, porém, que investidores não precisam preparar os portfólios para a desaceleração econômica, especialmente a nível global.

Para além dos EUA, a Europa ainda terá que enfrentar no próximo ano os efeitos da crise energética. Na China, os bloqueios ainda vigentes da política de covid-zero no país devem levar a uma redução do crescimento chinês. Uma união de fatores que pode penalizar os ganhos dos mercados de ações em 2023.

Como se preparar?

Na análise do diretor da Janus Henderson, há uma maneira de amortecer os ventos mais adversos na renda variável: concentrando os investimentos em empresas de crescimento de qualidade.

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Peron explica que, ao preferir ações de empresas de qualidade com balanços sólidos e perspectivas de crescimento sustentável e orgânico, os investidores têm o potencial de reduzir a exposição a perdas mais amplas no mercado acionário.

“Pode ser desconfortável de entender, mas após as perdas de aproximadamente 20% nos índices de ações dos EUA e do mundo em 2022, os investidores devem provavelmente se preparar para mais uma volatilidade”, diz o especialista.

O caminho, portanto, é ser “prudentemente defensivo”. Ainda que os EUA não entrem efetivamente em uma recessão severa, a desaceleração da economia por si só faz as receitas e margens das empresas ficarem espremidas. Identificar as companhias com fluxos de lucros estáveis e baixos níveis de endividamento pode ajudar a ultrapassar com mais tranquilidade o período.

“Essas empresas, com seus balanços sólidos e capacidade de gerar lucros estáveis durante todo o ciclo do mercado, devem se mostrar mais resistentes do que as empresas mais fracas e podem impulsioná-las a emergir de uma queda em uma posição competitiva mais forte”, afirma Peron.

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O diretor faz uma ressalva: embora muitas ações possam apresentar características de “qualidade”, na visão da Janus Henderson, essa característica precisa estar alinhada com o crescimento e, portanto, a geração de fluxo de caixa.

“Empresas que dependem da dívida para financiar o crescimento futuro são vulneráveis em períodos de taxas crescentes e de abrandamento do crescimento. Não surpreende que as companhias altamente alavancadas estejam entre as de pior desempenho em 2022”, destaca.

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