- A criptomoeda Polygon, antiga Matic, por exemplo, mesmo com o período turbulento nos últimos dois meses, obteve uma valorização de 6.394,44% no semestre, segundo informações do levantamento feito pela QR Asset Management
- O levantamento analisou as top 40 moedas por capitalização de mercado entre os dias 31 de dezembro de 2020 e dia 30 de junho de 2021
- Segundo Theodoro Fleury, gestor da QR Asset e responsável pela análise, o semestre em linhas gerais foi um período positivo, com muitas notícias de adoção da tecnologia por players tradicionais do mercado, com muitas empresas anunciando M&A em empresas focadas no setor de cripto
Desde que as criptomoedas atingiram o seu pico de US$ 2,55 trilhões, no dia 12 de maio, o mercado perdeu cerca de 42% do seu tamanho e hoje é avaliado em US$ 1,46 trilhão. Mas isso não significa que os ganhos com os ativos digitais caíram por terra.
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Mesmo com o período turbulento nos últimos dois meses, a criptomoeda Polygon, antiga Matic, registrou uma valorização de 6.394,4% no acumulado do primeiro semestre deste ano. Só para se ter uma ideia, quem investiu R$ 1 mil em Matic no começo de 2021, teria atualmente R$ 64,9 mil.
As informações fazem parte de um levantamento feito pela QR Asset Managment, que analisou as top 40 moedas por capitalização de mercado entre os dias 31 de dezembro de 2020 e dia 30 de junho de 2021.
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Segundo Theodoro Fleury, gestor da QR Asset e responsável pela análise, a valorização impressionante da Polygon se deu por causa de sua usabilidade. O criptoativo é uma solução de algo conhecido como segunda camada da rede Ethereum, que tem mais escalabilidade e roda em paralelo à rede principal. Na prática, ela opera puxando transações da Ethereum, processando as transações de forma mais rápida e jogando tudo de volta para a rede mãe.
“No primeiro semestre começamos a ter uma adoção grande desse protocolo. Vários projetos de finanças descentralizadas (DeFi) entraram nessa, como a maior plataforma de empréstimos cripto, a AAVE, que está lançando suas aplicações na Polygon e não só no Ethereum”, diz Fleury.
Os meses de maio e junho foram marcados por uma alta volatilidade e um fenômeno conhecido como FUD (fear, uncertainty, and doubt) ou, no português, medo, incertezas e dúvidas. A expressão é utilizada para explicar a insegurança dos investidores de ativos digitais em períodos de muita turbulência.
A penalização nos ativos pode ser explicada pela maior repressão do governo chinês com as criptomoedas, em especial o Bitcoin. No mês de maio, a China disse que a mineração de BTC e as atividades relacionadas ao comércio serão reprimidas. “Membros de instituições financeiras, instituições de pagamento e outras agências não devem usar moeda virtual para precificar produtos ou serviços”, informaram as autoridades, em nota.
Para o gestor, o saldo do semestre foi positivo, com muitas notícias de adoção da tecnologia por players tradicionais do mercado e empresas anunciando M&A em companhias focadas no setor de cripto.
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“Foi um semestre mais positivo para os outros ativos do que para que o Bitcoin, pois foi um período marcado pela queda da dominância da moeda. A cripto perdeu market share em relação ao total do mercado, começando o ano com cerca de 70% da capitalização total e terminando com 45%”, diz Fleury, da QR Asset.
Já em relação ao Dogecoin, que foi a segunda maior valorização do semestre e obteve seus ganhos por motivos menos nobres. “Foi basicamente pelo festival de memes na internet e pelas investidas do Bilionário Elon Musk, que teve um peso bem grande na valorização do ativo”, diz Fleury.
Veja as criptomoedas que mais valorizaram no semestre
Símbolo | Nome | Preço inicial | Preço final | Variação % |
MATIC | Polygon | US$ 0,018 | US$ 1,169 | 6.394,44% |
DOGE | Dogecoin | US$ 0,005 | US$ 0,254 | 4.980,00% |
SOL | Solana | US$ 1,51 | US$ 35,19 | 2.252,25% |
TFUEL | Theta Fuel | US$ 0,033 | US$ 0,412 | 1.148,48% |
ETC | Ethereum Classic | US$ 5,69 | US$ 57,555 | 911,51% |
Na ponta negativa, chama atenção que apenas dois dos cinco piores desempenhos no período ficaram com saldo negativo. Isso mostra que, em horizontes de tempos maiores, as criptomoedas tendem a garantir bons retornos.
Segundo o gestor, entre os piores desempenhos, temos protocolos antigos que sobrevivem, de certa forma, sem explicação, e nitidamente ficaram para trás, com exceção da Synthetix, que é um projeto de DeFi novo e até bastante promissor, na visão de Fleury.
“A Synthetix subiu muito em determinado momento do semestre. Então, o mercado começou a cair muito e, no final das contas, ficou no zero a zero, com 1,45% no semestre”, diz Fleury.
As criptomoedas que mais desvalorizaram
Símbolo | Nome | Preço inicial | Preço final | Variação % |
XEM | NEM | US$ 0,206 | US$ 0,135 | -34,47% |
BSV | Bitcoin SV | US$ 163,269 | US$ 147,017 | -9,95% |
SNX | Synthetix | US$ 7,241 | US$ 7,346 | 1,45% |
ZIL | Zilliqa | US$ 0,083 | US$ 0,088 | 6,02% |
LTC | Litecoin | US$ 124,382 | US$ 144,299 | 16,01% |
Por que o Bitcoin não está na lista?
Apesar de ser a maior criptomoeda do mundo, o Bitcoin não se encontra nem na ponta vencedora e nem na perdedora. “Ele não se encontra no levantamento por ser o maior criptoativo e o mais consolidado. As variações dele são mais comportadas, com isso, o BTC raramente aparece em algum extremo”, diz Fleury, da QR Asset.
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No acumulado do semestre, a criptomoeda registrou uma valorização de 21,49%. Nesta quinta-feira (8), o Bitcoin está em queda de 6,17%, cotado a US$ 32.572,33.