As melhores ações para ganhar dividendos em julho; empresa de telecom lidera as recomendações

O Índice de Dividendos da B3 (IDIV) encerrou o último pregão de junho em queda de 0,21%, aos 8.764,70 pontos, mas acumulou no mês uma valorização de 1,99% — acima dos ganhos do Ibovespa, que subiu 1,48% no período, no seu segundo avanço mensal de 2024 – confira nesta matéria quais ações tiveram os melhores e piores desempenhos no mês.

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Em junho, o destaque do noticiário ficou por conta da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que paralisou a marcha da queda dos juros e manteve a taxa Selic a 10,50% ao ano. No mês anterior, o corte foi de 0,25 ponto percentual (p.p), um ajuste em relação ao ritmo de 0,50 p.p que vinha sendo mantido até então.

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Mesmo que a pausa no relaxamento monetário já fosse esperada, o que agradou o mercado na última reunião do Copom foi o fato da decisão de juros ter sido unânime. Isso porque o “racha” ocorrido em maio, quando cinco membros votaram a favor do corte executado e quatro se inclinaram para uma redução maior dos juros, despertou temores no mercado. O medo era que houvesse uma mudança na condução da política monetária a partir do próximo ano, quando a composição do Banco Central (BC) estará majoritariamente alinhada ao governo atual.

A unanimidade da decisão de junho, por sua vez, freou essas inseguranças. Para o time da Empiricus, a notícia trouxe alívio à Bolsa brasileira, que nos últimos meses sofreu uma sequência de “golpes duros”, na visão da corretora: mudança de metas fiscais, desancoragem das expectativas de inflação e críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao BC. “Ou seja, ainda que as notícias da última quinzena de junho não tenham sido propriamente motivo de comemoração, pelo menos trouxeram um respiro”, ressalta a casa em comunicado.

Ações que pagam dividendos de destaque

Enquanto o cenário ainda não traz grandes sinais positivos, o E-Investidor consultou dez corretoras e bancos em busca das melhores ações que pagam dividendos para investir em julho. A que entrou em destaque foi a Telefônica Brasil (VIVT3), recomendada por oito casas. Quem também se saiu bem nas indicações foi Petrobras (PETR3; PETR4), com seis menções, além de Vale (VALE3) e BB Seguridade (BBSE3), com cinco recomendações cada.

Para os analistas da Guide Investimentos, as ações da Telefônica Brasil caíram cerca de 20% desde a máxima do ano e se encontram em um ponto de entrada interessante. “Além de dividendos altos, a Telefônica é uma empresa defensiva e ainda está se beneficiando do ambiente menos concorrencial após a saída da Oi (OIBR3) do mercado”, comentam.

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A Ágora Investimentos também enxerga um cenário positiva para a companhia, elegendo-a como a sua favorita no setor de telecomunicações. Recentemente, a corretora alterou a recomendação da Telefônica para compra com preço-alvo ao final de 2024 de R$ 59,0. Em relação aos dividendos, a casa estima que a empresa deverá manter um payout (porcentual do lucro distribuído como provento) de pelo menos 100% do seu lucro. “Projetamos um dividendo total de R$ 5,9 bilhões para 2024, o que implica um rendimento via dividendos de 7,8%”, destaca o time da Ágora em relatório.

Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), por sua vez, também se destacam na visão do BTG Pactual (BPAC11). Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, os analistas ficam em dúvida se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais.

“Em um cenário plausível (cenário base), em que a Petrobras investe 20% menos do que seu guidance (projeções da diretoria da companhia) e assumindo US$ 2 bilhões em fusões e aquisições, a ação ainda oferece um dividend yield (rendimento de dividendos) atraente de 12% (ou 17% incluindo dividendos extraordinários), um desconto significativo em relação a seus pares”, indicam os especialistas do BTG em relatório.

“Colchão” de dividendos

Já as ações da Vale (VALE3), que também completam o pódio de preferências das corretoras, têm um rendimento de dividendos estimado em 13% ao ano pela Guide. A empresa pode ainda se beneficiar de novas medidas lançadas pela China para reparar o mercado imobiliário do país. Na avaliação da Ágora, isso sinaliza que o governo asiático está tentando encerrar a longa crise imobiliária que tem freado sua economia há anos. Com essa política, é possível que os preços do minério de ferro sejam mantidos em níveis elevados, devido à maior demanda por aço.

A Ágora também vê boas oportunidades de dividendos com o BB Seguridade, ativo que pode ser visto como um “colchão” de segurança, especialmente em um contexto de aversão ao risco, já que segue oferecendo um rendimento atrativo de proventos, em torno de 10% para o ano. “A empresa também anunciou, recentemente que distribuirá R$ 2,7 bilhões em dividendos referentes ao lucro líquido do primeiro semestre de 2024, mas os valores por ação e as datas de pagamento serão informados após a divulgação dos resultados do segundo trimestre”, ressalta a corretora.

Veja a seguir todas as recomendações com foco em dividendos para julho, segundo sete corretoras e bancos:

Ágora

A Ágora não realizou nenhuma mudança em sua carteira focada em dividendos para este mês.

Ativa

A Ativa não fez alterações em sua carteira recomendada para julho.

BB Investimentos

Para julho, o BB Investimentos não fez alterações em sua carteira.

BTG Pactual

Para julho, o banco retirou as ações da Vivo (VIVT3) e Ambev (ABEV3), dando lugar a CPFL Energia (CPFE3) e Klabin (KLBN11). Além disso, o BTG adicionou uma nova posição na carteira recomendada para a Fleury (FLRY3).

Empiricus

A Empiricus realizou duas mudanças em sua carteira de dividendos para julho. Saíram Eletrobras (ELET6) e Cyrela (CYRE3), enquanto Cosan (CSAN3) e SLC Agrícola (SLCE3) entraram.

Guide

A Guide optou por substituir a recomendação do Banco do Brasil (BBAS3) por Vivo (VIVT3) na carteira dividendos de julho.

PagBank

O PagBank fez apenas uma troca em sua carteira de dividendos para julho. Os papéis CPFL Energia (CPFE3) saíram, enquanto as ações da Engie (EGIE3) entraram no portfólio.

Santander

O Santander, por sua vez, não realizou mudanças na carteira recomendada para julho.

Terra Investimentos

A Terra não fez nenhuma alteração em sua carteira focada em dividendos para julho.

XP Investimentos

A XP adicionou as ações da B3 (B3SA3) na carteira recomendada de julho.

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