- Dados do levantamento mais recente da B3 sobre pessoas físicas apontaram que em setembro deste ano, por exemplo, 62% das pessoas que entraram na bolsa (116 mil pessoas) investiram até R$ 200
- Em conversa com o E-Investidor, o Favelado Investidor explicou como o brasileiro deve começar a investir, onde aprender e qual deve ser a estratégia para aplicar em renda variável
- Caso uma pessoa queira ir para a renda variável, há duas opções de investimentos. A primeira são os fundos imobiliários, cujo recomendo para quem está começando, porque viverá um sobe e desce que não estava acostumado, e as ações que indico são principalmente de setores perenes, que a população costuma usar independente da situação econômica, como os bancos
Uma das primeiras perguntas que as pessoas fazem antes de investir é quanto dinheiro é necessário tirar do bolso para aplicar. E a resposta para essa pergunta caminha entre ativos de renda variável, que custam apenas R$ 1, a fundos administrados por gestores que beiram os R$ 5 mil.
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Dados da B3 sobre pessoas físicas mostram que em setembro deste ano (informações mais recentes), 62% das 116 mil pessoas que entraram na Bolsa investiram até R$ 200.
O influenciador Murilo Duarte, de 27 anos, mais conhecido como Favelado Investidor, entrou no mercado financeiro para desmistificar a ideia de que existe uma quantia mínima necessária para começar a investir.
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Ele iniciou a sua jornada comprando títulos do Tesouro Direto, em 2015, tem 360 mil inscritos no seu canal do YouTube e conquistou o primeiro milhão de reais nos últimos meses.
No ano passado, Duarte entrou para a lista da Forbes como um dos seis jovens promissores do mercado de capitais brasileiro, ao lado de Nathália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, e Thiago Nigro, também chamado de Primo Rico. Em conversa com o E-Investidor, ele explicou como o brasileiro deve começar a investir e as dicas para quem tem pouco dinheiro.
E-Investidor – Quais devem ser os primeiros passos para quem busca ter renda passiva?
Favelado Investidor – O primeiro passo é aprender como lidar com o salário, entendendo os custos e os gastos e a possibilidade de diminuir alguma despesa. Faça uma planilha com tudo o que consome no mês: aluguel, energia, água, alimentação e cartão de crédito. Ao fazer esse levantamento, é possível entender o que é possível cortar.
Já conversei com seguidores que costumavam sair todo final de semana. Não vou falar para parar de encontrar os amigos, mas tente reduzir a frequência. Já no supermercado, faça uma lista de compras para não gastar com produtos que já estão em casa ou desnecessários para aquele momento.
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Após se organizar, eu recomendo que as pessoas invistam na própria profissão. Isso trará uma possibilidade de aumentar a renda. Costumo dizer que é possível investir com pouco, mas não precisa investir com pequenas quantidades para o resto da vida. Temos que fazer o dinheiro trabalhar a nosso favor.
Depois de se organizar, qual é o primeiro investimento que você recomenda?
Favelado Investidor – Após a pessoa perceber que o investimento cabe no orçamento, eu recomendo que aplique no Tesouro Direto. Essa é a opção mais segura no Brasil e está com uma rentabilidade alta. Com os juros a 13,75%, o retorno médio mensal é de 1,145%. Isso é muito mais alto do que a poupança – uma das opções tradicionalmente mais escolhidas pelos brasileiros.
Vale destacar que o mais recomendável em qualquer investimento é deixar o dinheiro parado e não ficar olhando. Trabalhar com renda passiva é muito mais controle emocional do que técnico. Se alguém deixar o medo tomar conta, pode ser que não aproveite boas oportunidades pela frente.
Veja neste link quais são os melhores investimentos em renda fixa com os juros em dois dígitos.
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As corretoras têm indicado com frequência a mesma ação na renda variável: Vale, que custa cerca de R$ 80. Quais são as oportunidades para quem quer investir com pouco dinheiro?
Favelado Investidor – Caso uma pessoa queira ir para a renda variável, há duas opções de investimentos. A primeira são os fundos imobiliários, que recomendo para quem está começando porque viverá um sobe e desce que não estava acostumado. A segunda opção são as ações, que indico principalmente para as pessoas que já entendem um pouco mais de investimento. A minha sugestão são os setores perenes, que a população costuma usar independente da situação econômica, como os bancos.
Na pandemia, por exemplo, existiu uma complicação financeira em todo o País, mas os brasileiros continuaram em contato com as instituições financeiras, seja para retirar o auxílio emergencial ou pegar empréstimos. O setor energético também é uma boa opção, pois, há dois anos, as pessoas ficaram mais em casa e a demanda por energia aumentou.
Recomendo também que seja definido um percentual de saque no momento em que for investido. Por exemplo, eu resgato sempre 30% do que aloquei. Ou seja, ao colocar R$ 1 mil, eu espero chegar em R$ 1.300 e retiro o investido, deixando apenas os R$ 300 para continuar rendendo, e vou procurar outra oportunidade para alocar novamente os mesmos R$ 1 mil – e assim, sucessivamente.
Todas essas estratégias você aprendeu estudando. Quais são os métodos de aprendizado que você recomenda para uma pessoa que gostaria de começar a investir?
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Investidor – Sou adepto a livros e a cursos online. O problema da primeira opção se comparado com a segunda é a questão do tempo e disponibilidade. Eu, por exemplo, comecei a ler em 2015 o livro ‘Tesouro direto, a nova poupança’, de Marcos Silvestre, porém, tive muita dificuldade em entender alguns termos econômicos e, como eu lia no ônibus, enquanto voltava da faculdade para casa, eu não conseguia procurar o que significava. Tal como a palavra ‘inflação’, que demorei três meses parar saber o que era.
Eu também ofereço cursos a custos de R$ 20 por mês ou R$ 70 por mês, em que levo a linguagem da quebrada para os investimentos. Mas, o mercado financeiro tem uma comunicação muito elitizada e um economês é muito difícil, e que não vai mudar da noite para o dia. Então, eu sugiro que, mesmo que uma pessoa de comunidade acesse meus vídeos, também leia livros mais técnicos para entender o dialeto do setor.
Dessa forma, recomendo as seguintes obras:
- ‘Pai rico, pai pobre’, de Robert Kiyosaki e Sharon Lechter;
- ‘Os segredos da mente milionária’, de T. Harv Eker;
- Trilogia da ‘Geração de valor’, de Flavio Augusto da Silva;
- ‘Quem pensa enriquece’, Napoleon Hill