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- Atual valuation da companhia não oferece a mesma margem de segurança
- Petrobras hoje negocia a 4x o seu lucro
A Empiricus retirou as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) de todas as suas carteiras de investimento após um ano e meio com recomendação de compra para os papéis da estatal. “Não quer dizer que a gente acha que vai cair, que o governo vai meter a mão, mas o risco retorno não é mais suficientemente atrativo”, disse o analista Ruy Hungria, durante podcast da casa.
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Segundo ele, o atual valuation (valor do ativo) da companhia energética não oferece mais a mesma margem de segurança, depois de uma alta de quase 100% no preço das ações desde abril.
A Petrobras hoje negocia a 4x o seu lucro, um pouco acima da sua média histórica, embora ainda abaixo dos concorrentes internacionais devido ao desconto pelo risco governo.
Política de preços é teste para atual gestão
Hungria afirmou que a atual alta no preço do barril de petróleo não é uma notícia boa para a empresa e será um “teste para gestão” aplicar o reajuste sem desagradar o governo. “A companhia ajusta fácil para baixo, mas subir de novo é um problema”, disse. “Talvez para evitar um resultado negativo, resolvemos sair”.
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O analista disse que, durante o governo de Jair Bolsonaro, mesmo com algumas ameaças de interferência da Petrobras, não houve risco de a empresa vender combustível abaixo do preço de custo.
Além disso, destacou, havia uma política de desinvestimentos em ativos menos rentáveis, o que permitia uma distribuição de quase 60% do caixa da companhia em proventos aos acionistas. Essa direção foi invertida no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e agora a projeção é de que a empresa distribua 45% do caixa em dividendos.
Na semana passada, a Empiricus disse, em relatório, que os resultados do segundo trimestre da estatal vieram “em linha com as expectativas”, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 58 bilhões, uma queda de 22% na comparação com o primeiro trimestre de 2023.
O resultado financeiro melhorou, reflexo do efeito de valorização do real, mas não foi suficiente para reverter a queda de 24% do lucro líquido, que ainda assim atingiu R$ 28,8 bilhões, levemente acima do consenso.