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Estratégia Mensal: Coronavírus derruba bolsas em março

Estratégia Mensal: Coronavírus derruba bolsas em março
Homem com máscara em uma bolsa de valores (Foto: Aly Song/Reuters)
  • A disseminação do vírus e seus impactos
  • Olhando à frente, o que esperar para abril?
  • Como escolher os ativos nesse momento?

O mês de março vai chegando ao fim sendo marcado por um dos momentos de maior aversão ao risco nos mercados, como reflexo das preocupações com os relevantes impactos causados pela pandemia do Coronavírus e outros eventos, como a guerra de preços do petróleo. Em consequência, o Ibovespa encerrou o dia 27/03 acumulando perdas de 29,5% no acumulado do mês, enquanto o dólar registrou avanço de 14% frente ao real. As principais bolsas globais também registraram fortes perdas no período.

A disseminação do vírus e seus impactos

O surto do vírus teve início na China, se espalhou rapidamente pela Europa, América do Norte, entre outras regiões, e chegou ao Brasil nas últimas semanas, elevando a preocupação com a saúde da população mundial e acarretando uma série de restrições ao funcionamento de lojas, serviços, e em diversos casos levando a medidas de isolamento social. Do ponto de vista dos mercados, a incerteza quanto ao “prazo” do surto deixa os investidores com baixa visibilidade sobre o tamanho do impacto econômico e eleva a volatilidade dos ativos, como visto na bolsa brasileira, que neste mês já acionou em 6 ocasiões o chamado circuit breaker (mecanismo que interrompe as atividades da bolsa quando o Ibovespa atinge quedas de pelo menos 10% durante o pregão).

A resposta dos governos e Bancos Centrais

Se por um lado temos uma forte pressão negativa sobre a economia global, por outro, os principais governos e autoridades monetárias mostram reação e flexibilizam suas políticas monetárias e fiscais em um esforço para minimizar os impactos econômicos. Apesar dos esforços válidos, essas medidas serão muito mais eficazes em um processo de recuperação mais à frente. Entre as medidas tomadas, destacamos a aprovação, na última semana de março, de um pacote de até US$ 2 trilhões nos EUA e medidas similares foram tomadas na Europa e Ásia. No Brasil, os esforços vão na direção de manutenção da liquidez, linhas de créditos especiais e redução de juros, além de medidas para proteção do emprego e amparo à pequenas e médias empresas.

Olhando à frente, o que esperar para abril?

A volatilidade permanecerá elevada. Em abril, teremos acesso a novos indicadores econômicos do “período coronavírus” e os números devem indicar queda significativa da economia, sugerindo um 1º semestre ruim. Olhando para os preços, de fato, vemos ações em patamares de preços convidativos, inclusive algumas ações já estão em patamares (pela análise de múltiplos) próximos à níveis de 2008. Ainda assim, reforçamos que investimentos nesse momento devem focar prazos de retornos mais longos. Em outras palavras, vemos diversas ações com valuations atrativos, mas o clima de incerteza no curto prazo pode ainda penalizar os preços.

Como escolher os ativos nesse momento?

Fazer um portfólio em períodos de elevada volatilidade não é uma tarefa fácil, e por isso priorizamos em nossas Carteiras aquelas ações de bons fundamentos com boa situação financeira e liquidez, ou seja, aquelas empresas que terão capacidade de atravessar o período de stress. Mais do que em outros momentos, a estratégia de investimentos deve levar em conta a importância da diversificação e principalmente respeitar os objetivos de prazo do investidor.

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