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- Os números foram levantados em um relatório da MZ Consult a partir do banco de dados da B3 e dos sites dos próprios fundos. Com diferentes informações, o documento é um tipo de raio-X dos FIIs
- O estudo levou em conta a performance de 374 fundos de investimentos imobiliários até 22 de outubro deste ano
- Segundo Cássio Rufino, sócio da MZ, o desempenho negativo observado no levantamento é reflexo da fuga de risco entre os investidores no cenário nacional atual, marcado por instabilidade
Um estudo mostrou que, dos 26 fundos de investimentos imobiliários (FIIs) negociados na B3 que encerraram as emissões neste ano, apenas três estão com variação positiva. Já entre os 27 que finalizaram as emissões em 2020, somente um teve valorização.
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Os números foram levantados em um relatório da MZ Consult a partir do banco de dados da B3 e dos sites dos próprios fundos. Com diferentes informações, o documento é um tipo de raio-X dos FIIs, especialmente direcionado para profissionais de Relação com Investidores (RI) e interessados em geral. O estudo levou em conta a performance de 374 fundos de investimentos imobiliários até 22 de outubro deste ano.
O KNSC11 é o único emitido em 2020 com salto positivo, uma alta de 3,7%. Entre os ofertados neste ano, o XPCI11 cresceu 5,1%, seguido pelo KNSC11 (3,7%) e o RBRR11, que tem valorização de 2,8%. Todos são voltados a alocação em crédito imobiliário.
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Segundo Cássio Rufino, sócio da MZ, o desempenho negativo observado no levantamento é reflexo da fuga de risco entre os investidores no cenário nacional atual, marcado por instabilidade.
Como exemplo, ele cita a quedas do Ibovespa, principal índice de ações, com queda anual acumulada em 13,11% e o próprio IFIX, indicador base do mercado imobiliário da B3, com recuo de 7,48% em 2021.
Além do baixo número de fundos com retorno positivo, o valor total das ofertas deste ano também foi menor. Enquanto os valores levantados pelos fundos em 2021 somaram R$ 6,7 bilhões, em 2020 o total arrecadado foi de R$ 7,4 bilhões.
Para a MZ, um dos destaques da avaliação é a maior preocupação com os investidores classificados como pessoa física. Rufino explica que a maior procura de dados e informações de investidores individuais por equipes de RI foi a motivação do relatório, feito pela primeira vez.
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Os números do boletim de setembro de FIIs do B3, o mais recente disponível, apontam que os investidores pessoa física são 1,47 milhão, responsáveis por 72,8% de posição em custódia e 63,1% em volume negociado.
Para alcançar esse grupo expressivo, gestoras de fundos buscam oferecer informações mais direcionadas e com fácil acesso. Segundo a consultoria, 50,8% dos fundos reportam os desempenhos por meio de Relatório Gerencial próprio e diferenciado. Pouco mais de um terço, 37,4%, divulgam em formulários padronizados.
Além disso, foi identificado que 18,2% possuem sites próprios, enquanto 57% dos fundos analisados possuem informações disponibilizadas no site de sua gestora. O oferecimento dos dados de forma mais direcionada funciona, segundo o representante da consultoria, como uma forma estratégica de alcançar investidores em meio a disputa de tantas opções disponíveis no mercado.
Por conta disso, a divulgação de informações direcionadas aos interessados aumenta. “A qualidade da informação que chega aos gestores e profissionais de relações com investidores setor é cada vez mais relevante. Tecnologia e inovação têm sido fundamentais para essa análise estratégica”, avalia Rufino.
Gestoras
Ainda de acordo com a pesquisa, o BTG Pactual é o maior gestor dos ativos, sendo responsável por 9,4% dos 374 fundos. Rio Bravo e BRL figuram empatados na segunda posição com 6,7% dos FIIs. Hedge Investiments detém 3,7% e RB Capital e Oliveira Trust possuem, cada um 3,2% dos fundos.
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