- Se de um lado a procura por salas comerciais está em alta, de outro as cotas dos FIIs de escritórios continuam descontadas
- Analistas recomendam FIIs para o investidor aproveitar o momento
A demanda aquecida por escritórios e salas corporativas contraria o senso comum, presente durante o isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19, de que o home office havia chegado para ficar. No entanto, se de um lado a procura por salas comerciais está em alta, de outro as cotas dos fundos de investimento imobiliários (FIIs) de escritórios continuam descontadas.
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Tal cenário representa uma oportunidade para ganho de capital pelo investidor, na avaliação de Wellington Lourenço, analista da Ágora Investimentos.
“A grande maioria dos ativos do setor de lajes corporativas está muito abaixo do valor patrimonial, ao mesmo tempo que temos notado um aumento do negócios nos últimos dois trimestres que ainda não está no preço das cotas”, diz Lourenço. O analista destaca que alguns ativos, como o Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), estão negociando com quase 40% de desconto frente ao valor patrimonial.
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Os fundos de investimento imobiliários estão, em geral, desvalorizados. Depois de apanharem durante a trajetória de alta na taxa de juros nos últimos meses, é possível encontrar FIIs negociando bem abaixo de seu valor patrimonial. Além de operarem alavancados nas taxas de juros futuros, os principais investidores de FIIs são as pessoas físicas, que, em momentos de alta da Selic, tendem a voltar os portfólios para os investimentos em renda fixa. Mas o jogo está prestes a virar e uma das categorias que podem se beneficiar são os FIIs de escritórios.
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Felipe Paletta, sócio e analista da Monett, destaca também o JS Real Estate Multigestão (JSRE11), o BTG Pactual Corporate Office Fund (BRCR11) e o VBI Prime Properties (PVBI11) como boas opções. “São perfis completamente diferentes para o investidor diversificar. Em um, ele compra ativos de grande qualidade, como o PVBI11, mas que vai pagar pouco dividendos em relação à Selic,. Em outro, como o BRCR11, já ganha dividendos na casa de 10%”, diz.
Com a Selic cada vez mais próxima de seu possível patamar terminal, o momento ruim dos FIIs virou uma oportunidade de investir pagando menos, para estar posicionado nos ativos que devem se beneficiar do fim do ciclo de aperto monetário.
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Fabio Carvalho, sócio da Alianza Investimentos Imobiliários, destaca que alguns fundos estão mais depreciados do que na época do início da pandemia da Covid-19. Mas com uma diferença fundamental – e positiva – para quem quer investir nesses ativos. “Na pandemia, estavam barato porque havia dificuldades operacionais sérias. Agora, estão baratos por questões macroeconômicas de taxa de juros e incerteza com a eleição presidencial, mas os ativos estão melhorando sua operação”, diz.
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