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BTOW3, MGLU3, VVAR3, MRFG3, WEGE3 e LAME4 rendem mais de 20% no ano

Empresas são de setores que se beneficiaram com a crise ou que foram pouco atingidas

BTOW3, MGLU3, VVAR3, MRFG3, WEGE3 e LAME4 rendem mais de 20% no ano
(Foto: Amanda Perobelli/Reuters)
  • Apesar de o Ibovespa estar em queda de 19,75% no ano, seis ações que compõem o índice tem rentabilidade superior a 20% no ano
  • Empresas são de setor que se beneficiaram com a crise ou foram pouco atingidas por ela
  • Especialistas não veem ações de outros setores com capacidade de chegar a este patamar de valorização no curto prazo

Apesar da alta recente da bolsa de valores brasileira, que levou o Ibovespa aos 96.747 pontos no dia 9 de junho, o principal índice da B3 ainda acumula queda de 19,75% no ano, até a sexta-feira (12). Porém, segundo levantamento exclusivo feito pela Economatica para o E-Investidor, o desempenho negativo do índice não impediu que seis empresas que o compõem tivessem rentabilidade positiva de mais de 20%.

Fazem parte desse grupo as ações da B2W (BTOW3) (58,2%), Magazine Luiza (MGLU3) (34,2%), Via Varejo (VVAR3) (31,1%), Marfrig (MRFG3) (29,3%), WEG (WEGE3) (28,2%)  e Lojas Americanas (LAME4) (20,9%). Dos 75 papéis do Ibovespa, apenas 11 estavam com variação positiva até o dia 10 de junho.

Levando em conta todas as ações listadas na Bolsa, independentemente se fazem parte do Ibovespa ou não, são 34 com rentabilidade positiva até o fechamento de 12 de junho. (Confira o ranking no final da matéria)

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Segundo analistas consultados pelo E-Investidor, com exceção da B3, as ações com rentabilidade maior de 20% no ano são de empresas de setores que se beneficiaram com a crise ou foram pouco atingidas por ela.

E-commerce

O setor do varejo digital é o destaque com três empresas entre as maiores altas do ano, a B2W, Via Varejo e Magazine Luiza. Segundo os especialistas, a grande alta se deve pelo impulsionamento das compras online durante a quarentena. “As pessoas tiveram que ficar em casa e todo o consumo foi para o e-commerce”, diz Stefano Spinelli, analista da mesa de operações da RB Investimentos.

Neste contexto, Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, diz que as projeções de ganhos dessas empresas já eram boas, mas o grande número de pessoas comprando on-line só era esperado para daqui cincos anos. “O que era para acontecer daqui a alguns anos realizou-se agora e isso impulsionou as empresas do setor”.

Eles ainda destacam que, nos EUA, as empresas de tecnologia são as que têm melhor rentabilidade no ano. E aqui no Brasil, pelo fato de não existirem empresas propriamente de tecnologia, estas companhias acabam sendo vistas como as de tecnologia do País. “As companhias de tecnologia nos EUA estão muito forte e aqui não é diferente”, diz Esteter.

“Elas não tem nada a ver com as empresas de tecnologia dos EUA, mas aqui elas também são vistas como do setor. Então, elas sobem puxadas pelo grande número de compradores online e do apetite dos investidores por empresas de ‘tecnologia’”, explica Spinelli.

Exportadoras

O outro setor em destaque é o de empresas exportadoras, como a WEG e a Marfrig. Para os especialistas, pelo fato destas empresas serem grandes exportadoras e terem suas receitas atreladas ao dólar, o seus desempenhos estão positivos no ano. “O dólar alto e a retomada da China fizeram a crise ser pouco sentida nestas empresas”, conta Esteter.

Segundo Spinelli, a WEG empresa é uma das mais cobiçadas pelos investidores, pois independente da crise ela sempre tem uma boa resiliência. Como exemplo disso, ele cita que no pico da crise, em março, a WEG era a única com retorno positivo no ano. “É uma empresa que tem uma ótima qualidade e gestão”.

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Já em relação a Marfrig, o analista da RB Investimentos destaca que o que diferenciou a empresa dos outros frigoríficos foi o investimento na proteína vegetal. “Ela está se reinventando no setor com a proteína vegetal e isso também ajudou a puxar suas ações para cima.”

B3

Segundo os especialistas, a operadora da bolsa de valores brasileira é a única exceção das empresas com as maiores rentabilidades no ano. Enquanto o setor financeiro não tem nenhum papel com retorno positivo no ano, a B3 fecha a lista das ações com mais de 20% de valorização.

Segundo eles, isso acontece pelo fato que ela é a única bolsa no País e ela não para de crescer em números de investidores. Assim, mesmo com seu principal índice em baixa, o Ibovespa, em realção ao começo do ano devido a crise, a empresa está mais forte do que nunca e suas ações subiram. “A B3 ganhou muitos investidores e a empresa em si não foi prejudicada pela crise”, diz Esteter, da Guide Investimentos.

“O aumento de CPFs cadastrados na B3 aumentou o volume de dinheiro negociado na bolsa e de suas movimentações. Então, a empresa se tornou maior mesmo com a crise e seus papéis se valorizam”, explica Spinelli, da RB Investimentos.

Mais ações podem chegar a este patamar de valorização no ano?

Para o analista da Guide Investimentos, a possibilidade existe, mas ele não acredita que isso deve ocorrer em um curto prazo. “Precisamos ver se a queda recente é pela realização dos lucros ou se o medo de uma segunda é real e vai derrubar a bolsa de novo”, diz Esteter.

Assim, ele concluiu que é necessário primeiro esperar a volatilidade passar para depois ver se outros setores vão ter bons desempenhos e chegar ao patamar de 20% de rentabilidade positiva no ano. “Ainda está difícil de prever”.

Já para Spinelli, o cenário não deve mudar. Segundo ele, os setores que tinham condições para estarem com retornos positivos já o realizaram. “O que tinha para subir já subiu, não vejo nenhuma mudança que vai alterar o cenário nos próximos meses”, diz o analista da RB Investimentos.

Confira o ranking:

Ações com retorno positivo em 2020*

Empresa Classe Código Retorno em 2020 Valor da ação
1 B2W Digital* ON BTOW3 58,2% R$ 62,9
2 João Fortes ON JFEN3 53,6% R$ 2,7
3 Biomm ON BIOM3 42,8% R$ 12,4
4 Comgás PNA CGAS5 37,6% R$ 141,7
5 Magazine Luiza* ON MGLU3 34,2% R$ 47,7
6 Lojas Americanas ON LAME3 32,4% R$ 19,7
7 Via Varejo* ON VVAR3 31,1% R$ 11,2
8 Marfrig* ON MRFG3 29,3% R$ 10,0
9 Weg* ON WEGE3 28,2% R$ 34,5
10 Dimed ON PNVL3 24,6% R$ 19,6
11 Azevedo ON AVEV4 24,0% R$ 4,5
12 Ideiasnet ON IDNT3 23,7% R$ 3,3
13 Camil ON CAML3 23,1% R$ 9,0
14 Sanepar ON SAPR2 22,6% R$ 5,7
15 Lojas Americanas* PN LAME4 20,9% R$ 25,9
16 B3* ON B3SA3 18,9% R$ 41,9
17 Oi ON OIBR3 18,6% R$ 0,9
18 Oi PN OIBR4 14,6% R$ 1,2
19 Telebras PN TELB4 14,6% R$ 19,1
20 Biosev ON BSEV3 11,3% R$ 2,8
21 CSU Cardsyst ON CARD3 7,4% R$ 12,2
22 Schultz PN SHUL4 7,1% R$ 10,1
23 Klabin PN KLBN4 6,9% R$ 3,5
24 Telefônica Brasil ON VIVT3 6,6% R$ 43,8
25 Cesp ON CESP3 5,1% R$ 30,3
26 Klabin S/A* UNT N2 KLBN11 4,6% R$ 18,4
27 Kepler Weber ON KEPL3 4,5% R$ 29,2
28 M.Dias Branco ON MDIA3 4,1% R$ 37,9
29 Grupo Natura* ON NTCO3 3,5% R$ 38,7
30 Celesc PN CLSC4 2,8% R$ 49,4
31 Brasilagro ON AGRO3 1,9% R$ 19,0
32 Minerva ON BEEF3 1,8% R$ 12,8
33 Totvs ON TOTS3 0,4% R$ 21,5
34 Vale* ON VALE3 0,2% R$ 53,3

*Compõem o Ibovespa ***Levantamento realizado até o fechamento de 12 de junho

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