- Representantes das etnias Guajajara, Bororo, Fulni-ô, Guarani Mbya e Coletivo OCA (Observatório Cultural das Aldeias Artesãs) estão criando o NFTribos, primeira galeria de NFTs de artes indígenas do mundo
- A iniciativa acontece em parceria com o BrasilNFT, site de notícias sobre arte e tecnologia
- O dinheiro poderá ser revertido para obras de infraestrutura, alimentos, itens de higiene, além de melhora das condições de segurança, educação e saúde
Representantes das etnias Guajajara, Bororo, Fulni-ô, Guarani Mbya e Coletivo OCA (Observatório Cultural das Aldeias Artesãs) lançam em 9 de agosto o ‘NFTribos’, primeira galeria de NFTs de artes indígenas do mundo. A iniciativa acontece em parceria com o BrasilNFT, site de notícias sobre arte e tecnologia. O lucro será totalmente revertido para os artistas e seus povos originários.
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Para quem não conhece, NFTs são ativos digitais únicos e não replicáveis, que possuem uma espécie de ‘selo criptográfico’ feito por meio de tecnologia blockchain. A nova maneira de comercializar produções artísticas vem chamando atenção de colecionadores e leilões do mundo todo. No caso das artes indígenas, as peças comercializadas vão de artesanato e pinturas digitalizadas até músicas e documentários.
A ideia é que cada comprador leve, além de uma NFT, algumas artes físicas que virão com um chip único instalado. Dessa forma, será possível acessar conteúdos extras, como a história da etnia responsável por aquela produção e a importância da luta dos povos originários na defesa do planeta. Os tokens serão criados em formato de geração de royalties e, toda vez que forem revendidos, as etnias correspondentes recebem novo aporte financeiro.
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“Essa é uma excelente iniciativa e esperamos, juntos, construir diretrizes para dar visibilidade e oportunidade de comercializar todos os trabalhos artesanais e culturais de nosso pertencimento. Isso levará esperança e ativará o ânimo e a perseverança em nossas comunidades!”, ressaltou o Pajé e Presidente da Academia de Saberes Indígenas Marcio Paromeriri.
A ideia tem o potencial de alavancar recursos para as comunidades indígenas. O dinheiro poderá ser revertido para obras de infraestrutura, alimentos, itens de higiene, além de melhora das condições de segurança, educação e saúde.
A conversa sobre a criação da galeria digital de arte indígena já vem acontecendo há alguns meses entre os cofundadores do BrasilNFT, Juliana Antela, Luciano Vassan, Manu Rangel e Raphael Kling, e os representantes e ativistas Zahy Guajajara, Aritana Ribeiro Verissimo, Marcio Paromeriri, Jurema Nunes de Oliveira e Darci Tupã e Cris Papiõn.
“Os NFTs estão me ajudando a olhar o futuro com mais esperança nesse momento. Nós, os povos originários, precisamos de estratégias de sobrevivência e o BrasilNFT pode ser a nossa nova aliada para seguirmos no enfrentamento e abrir os olhos do mundo para mostrar nossas capacidades e habilidades através das artes diversas. Somos atuais e futuristas”, complementa Guajajara, que é cantora e atriz.
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Segundo a BrasilNFT, Guajajara também será a primeira artista indígena do mundo a lançar um álbum multimídia em NFT. O primeiro single multimeios do trabalho está previsto para chegar às plataformas ainda este mês.