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- A busca por produtos defensivos ocorre em meio a preocupações de maior volatilidade nos mercados
- Para alguns investidores, a antecipação de oscilações mais violentas nos preços dos ativos aumentou o apelo dos swaps de crédito
Quedas em cadeia nos preços dos títulos e das ações estão levando investidores a produtos defensivos, como swaps de crédito, conversíveis e até caixa, conforme buscam se proteger das recentes oscilações do mercado.
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O ETF (fundo negociado em bolsa, na sigla em inglês) de títulos corporativos de grau de investimento iShares iBoxx $, da BlackRock Inc, caía quase 7% no acumulado do ano, para seu nível mais baixo desde abril de 2020, à medida que expectativas de juro mais alto e inflação persistente diminuem o fascínio gerado por títulos por todo o espectro de renda fixa.
Isso está de acordo com as perdas nos principais índices de ações, também atingidos por preocupações com a política monetária mais apertada do Federal Reserve. O índice S&P 500 perdia 7,3% no acumulado do ano, já o Nasdaq Composite recuava cerca de 11%.
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As quedas conjuntas desferiram outro golpe em uma estratégia de décadas que confiava num mix de títulos e ações como amortecedor de declínios nas bolsas de valores –a ideia era contar com alta nos preços dos títulos de renda fixa em momentos de estresse nas ações e maior volatilidade do mercado.
A busca por produtos defensivos ocorre em meio a preocupações de maior volatilidade nos mercados, já que um aumento esperado de 150 a 175 pontos-base nos juros nos EUA no próximo ano ameaça aumentar ainda mais os rendimentos dos títulos e pesar nas avaliações das empresas.
Os retornos do Treasury de dez anos, que influenciam os custos de empréstimos em todo o espectro de crédito, subiram 50 pontos-base neste ano, para o nível mais alto desde agosto de 2019. Os preços dos títulos se movem inversamente aos yields.
Para alguns investidores, a antecipação de oscilações mais violentas nos preços dos ativos aumentou o apelo dos swaps de crédito, usados para evitar o risco de inadimplência das empresas.
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“O (produto) crédito é vulnerável tanto à alta de rendimentos quanto à queda do estímulo monetário de bancos centrais, à redução da oferta de dinheiro, atendendo a um mercado bastante ilíquido. Para nós, parece o pior de todos os mundos”, disse Matt Smith, diretor de investimentos da gestora de fundos britânica Ruffer Investment Management.
Michael Miller, presidente e diretor de investimentos da Wellesley Asset Management, empresa de investimentos especializada em títulos conversíveis, afirmou que a demanda por esses instrumentos –que permitem aos detentores converter títulos em ações subjacentes– está aumentando.
Jordan Kahn, presidente e diretor de investimentos da ACM Funds em Los Angeles conta com uma estratégia mais tradicional para tempos incertos: dinheiro vivo. O saldo em caixa de seu portfólio agora está no nível mais alto desde março de 2020, quando a pandemia causou estragos nos mercados.
“Neste momento, acho que estamos em um mercado em que apenas preservar o capital é mais importante do que buscar retorno sobre ele”, afirmou.
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