O que este conteúdo fez por você?
- Quem quiser concorrer a um cargo nas eleições tem até o dia 15 de agosto para formalizar a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e declarar o valor total de seu patrimônio em uma lista
- O E-Investidor listou as informações que dizem respeito a investimentos e conversou com analistas para entender um pouco do “perfil de investidor” de cada candidato
- Tem quem deixe o patrimônio na previdência privada, quem invista em ações e até quem guarde dinheiro em espécie em casa
O período eleitoral de 2022 começou oficialmente. Quem quiser concorrer a um cargo tem até o dia 15 de agosto para formalizar a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse processo, o candidato precisa declarar o valor total de seu patrimônio, detalhando a distribuição do montante em bens.
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Nove candidatos à Presidência da República já enviaram a documentação, inclusive os líderes nas pesquisas de intenção de voto: o ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
As informações são disponibilizadas no site DivulgaCandContas para fins de transparência. O E-Investidor listou aquelas que dizem respeito a investimentos e conversou com analistas para entender um pouco do “perfil de investidor” de cada candidato. Veja também os investimentos dos candidatos ao governo de São Paulo.
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Bens como imóveis, veículos ou depósitos em conta corrente foram deixados fora da lista, mas as informações completas podem ser verificadas no site oficial.
Entre os candidatos, há quem deixe o patrimônio na previdência privada, quem invista em ações e até aqueles que guardam dinheiro em espécie em casa.
As cadernetas de poupança foram o investimento mais comum entre os presidenciáveis, presentes em cinco das nove declarações. A aplicação, conservadora, é uma das opções com menor rentabilidade na renda fixa atualmente; entenda.
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Quem também apareceu bastante, em quatro registros, foram as quotas ou quinhões de capital. Tratam-se de participações em empresas privadas e de capital fechado, que não estão na bolsa de valores, explica Gustavo Schiefler, doutor em Direito (USP), advogado do escritório Schiefler Advocacia. “Se aparece cinco vezes, significa que o candidato possui participação em cinco empresas diferentes, provavelmente ‘Ltda’. Não são empresas S/A, pois, neste caso, não seriam quotas ou quinhões de capital, e sim ações”, diz Schiefler.
Confira os investimentos declarados por cada um dos presidenciáveis:
Ciro Gomes (PDT)
O candidato declarou ao TSE um patrimônio total de R$ 3.039.761,97. Grande parte está alocada em investimentos conservadores. “Tem poupança, perdendo para a inflação e CDI. Sem renda variável e com dinheiro em espécie. Sem comentários”, diz Fabrizio Gueratto, criador do Canal 1Bilhão e colunista do E-Investidor. Veja:
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 12.000,00
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 50.000,00
- VGBL Vida Gerador de Benefício Livre: R$ 28.517,32
- Outros créditos e poupança vinculados: R$ 51.990,68
- Outros créditos e poupança vinculados: R$ 51.990,69
- Outros créditos e poupança vinculados: R$ 51.990,69
- Dinheiro em espécie – moeda nacional: R$ 31.916,28
Felipe D’Avila (Novo)
O candidato Felipe D’Avila, do Novo, tem o maior patrimônio declarado entre os nove presidenciáveis até agora: R$ 24.619.627,66. A maior parte do capital está alocado em empresas privadas, mostrando um perfil mais empreendedor, destaca Rodrigo Brolo, sócio da Criteria Investimentos.
“Muitas empresas e poucos investimentos, seja em renda fixa, seja em ações. Não dá para cravar, mas parece alguém que investe o que ganha na própria empresa, aumentando o seu patrimônio por meio do capital empreendido ali e não em investimentos no mercado financeiro”. Veja:
- Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 238.578,79
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 1.206.147,32
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 7.095.166,30
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 10.329.000,00
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 2.250.000,00
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 150.900,00
- Outras aplicações e Investimentos: R$ 1.320,05
Jair Bolsonaro (PL)
Ele declarou um patrimônio total de R$ 2.317.554,73. A parte dos investimentos é praticamente inteira destinada à poupança. “Se as pessoas virem isso, pode acabar incentivando um produto que é ruim, principalmente por ele ser o mandatário do País”, ressalta Gueratto. Veja:
- Caderneta de poupança: R$ 591.047,58
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 249,00
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 0,00*
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 0,00*
*Na declaração dos bens no TSE, aparecem duas aplicações em ações com o valor zerado.
Léo Péricles (UP)
Léo Péricles, do UP, tem o menor patrimônio declarado entre os presidenciáveis, de apenas R$ 197,31. Todo o patrimônio está alocado na caderneta de poupança.
Lula (PT)
O ex-presidente declarou um patrimônio total de R$ 7.423.725,78. O ‘rei’ do portfólio do ex-presidente é a previdência privada, mas Lula também investe parte de seus recursos em aplicações de renda fixa. “Praticamente tudo alocado em um plano VGBL. Só de estar tudo concentrado, já é um erro”, diz Fabrizio Gueratto. Veja:
- VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre: R$ 5.570.798,99
- Quotas ou quinhões de capital: R$ 49.000,00
- Fundo de Curto Prazo: R$ 1.213,17
- Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 185.744,81
- Caderneta de poupança: R$ 4.719,20
- Caderneta de poupança: R$ 0,02
- Outras aplicações e Investimentos: R$ 333,17
Pablo Marçal (PROS)
Além de ter o segundo maior valor declarado, de R$ 16.942.541,15, o patrimônio do candidato é um dos mais diversificados. “Tem uma parte até razoável da liquidez dele investida no mercado acionário e aplicações na renda fixa. Dos quase R$ 17 milhões, mais de R$ 13 milhões vêm do empreendedorismo e o restante está pulverizado em ações e renda fixa”, destaca Brolo, da Criteria. Veja:
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 6.822,05
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 49.698,98
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 14.814,44
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 31.134,34
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 36.921,06
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 405.932,67
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 2.225,66
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 254.961,78
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 31.687,85
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 121.151,46
- Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 272,08
- Consórcio não contemplado: R$ 288.705,81
- Consórcio não contemplado: R$ 34.860,40
- Fundos: Ações, Mútuos de Privatização, Invest. Empresas Emergentes, Invest. Participação e Invest. Índice Mercado: R$20.206,39
- Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 110.164,64
- Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 113.191,20
- Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 9.416,36
Simone Tebet (MDB)
Com patrimônio declarado de R$ 2.323.735,38, Simone Tebet, do MDB, não possui produtos de investimentos. Os bens da senadora são distribuídos em terrenos, casas e apartamentos – o que pode não ser tão vantajoso, diz Fabrizio Gueratto. “Nunca indicaria para alguém ter mais de 30% do patrimônio em concentração imobiliária, justamente pela falta de liquidez. Além de que nem sempre tem uma valorização conforme a inflação”.
Sofia Manzano (PCB)
Sofia Manzano, candidata do PCB, declarou um patrimônio de R$ 498.000,00. O único investimento é a caderneta de poupança, onde estão alocados R$ 4 mil.
Vera Lúcia (PSTU)
Vera Lúcia, do PSTU, declarou um patrimônio de R$ 8.805,00, inteiramente alocado na poupança.