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Stuhlberger: fundo Verde está ‘comprado’ em inflação nos EUA

Ele também destacou que os bancos centrais erraram grosseiramente para iniciar o aperto monetário

Stuhlberger: fundo Verde está ‘comprado’ em inflação nos EUA
Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset Management (Foto: Iara Morselli/Estadão)
  • Segundo Stuhlberger, a expectativa é que os cortes de juros nos Estados Unidos não sejam tão grandes e que a inflação fique entre 3% e 3,5%

O fundo Verde, da gestora que tem como sócio-fundador Luis Stuhlberger, está com posição comprada em inflação americana e tomada em juros americanos com prazo intermediário. Segundo Stuhlberger, a expectativa é que os cortes de juros nos Estados Unidos não sejam tão grandes e que a inflação fique entre 3% e 3,5%.

“Há pressões no mercado de trabalho, em serviços e industrial, que são antieconômicas para os Estados Unidos. E teremos gastos com defesa crescendo nesse novo mundo. Juntando-se com o quantitativa tightening (aperto quantitativo), a gente vai lidar com pressões na taxa de juros de longo prazo razoavelmente fortes, pois o que tem de balanço para se fazer quantitative tightening é imenso. Ainda que a taxa de juro longa suba muito, se diminuir a quantidade de quantitative tightening, é mais um foco de pressão”, afirmou Stuhlberger, durante evento do BTG Pactual, na manhã desta quarta-feira. “Quase todos os fatores levam à inflação mais alta e juro mais alto, e a gente se desacostumou com isso”.

O gestor observa que talvez um dos fatores baixistas para esse cenário seja a volta da imigração para os Estados Unidos. “Esse um milhão de pessoas que iam todo ano para os Estados Unidos e que depois do [ex-presidente Donald] Trump e da covid-19 deixaram de ir vão fazer diferença no mercado de trabalho, no low-end, que teve aumentos grandes de salário. É uma mudança de paradigma”, avalia.

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Stuhlberger também destaca que os bancos centrais erraram grosseiramente para iniciar o aperto monetário. “O Fed ainda acordou um ano antes do Banco Central Europeu, que em março ou abril do ano passado estava em negação, do mesmo jeito que está o Banco do Japão”, disse o gestor, acrescentando que o mercado ainda pode ter surpresas imensas no Japão em relação à taxa de juros e inflação. “Normalmente as mudanças que acontecem são mais fortes e duram mais tempo do que a gente imagina”.

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