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Maior investidor do País, Barsi vê carteira subir 9% na 1ª semana do ano

Carteira do megainvestidor é composta por: Banco do Brasil, IRB Brasil, Klabin, Suzano, Unipar, entre outras

Maior investidor do País, Barsi vê carteira subir 9% na 1ª semana do ano
Luiz Barsi. Foto: Alex Silva/Estadão
  • A primeira semana do ano foi marcada por sessões na Bolsa de Valores que tiveram forte volatilidade
  • Dessa forma, os investidores assistiram suas ações subirem e descerem ao longo dos dias
  • O próprio megainvestidor Luiz Barsi Filho começou a semana com sua carteira de investimentos tombando 13,93%

A primeira semana de 2023 foi marcada por forte volatilidade na Bolsa de Valores, com o mercado reagindo a possível reabertura econômica da China e os primeiros discursos e declarações dos novos ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dessa forma, os investidores assistiram às ações subirem e descerem nas primeiras sessões do ano. O próprio megainvestidor Luiz Barsi Filho, de 83 anos, começou a segunda-feira com um tombo de 13,93% na carteira de investimentos. Na terça, o recuo foi 9,85%; já na quarta e quinta-feira subiu 15,61% e 5,78%, respectivamente, fechando esta sexta-feira com alta de 11,76%.

No acumulado da semana, os investimentos de Barsi registraram alta de 9,37% – os dados foram apurados em um levantamento realizado pela plataforma Economatica, considerando que todos os ativos tem o mesmo peso na carteira.

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O maior investidor pessoa física do Brasil tem posições nos seguintes papéis: Banco do Brasil (BBAS3); IRB Brasil (IRBR3); Klabin (KLBN11); Suzano (SUZB3); Unipar (UNIP6); Taurus Armas (TASA4); Isa Cteep (TRPL4); Taesa (TAEE11); Paranapanema (PMAM3); e Cemig (CMIG4), conforme ele mesmo revelou nesta reportagem. Procurado pelo E-Investidor, Luiz Barsi não comentou sobre o levantamento

De acordo com Bruno Monsanto, sócio da RJ Investimentos, a carteira do megainvestidor é focada quase que 85% em dividendos, com setores perenes, como de energia, que, no longo prazo, geram um fluxo de caixa e um lucro positivo. Vale lembrar que o dividendo é uma parcela do lucro apurado de uma companhia e distribuído aos acionistas, podendo ser pago de forma mensal, trimestral ou semestral.

De todo modo, o especialista da RJ Investimentos lembra que Barsi tem duas posições meramente especulativas: IRB Brasil e Paranapanema. A primeira companhia caiu mais de 90% nos últimos três anos e hoje vale menos de R$ 1, “e como não é uma companhia com fluxo de renda perene [semelhante aos outros ativos investidos por ele], o investidor acredita que a empresa terá uma recuperação forte no futuro”, diz Monsanto.

Já a Paranapanema caiu cerca de 80% nos últimos cinco anos – em 2019 valia mais de R$ 40, e hoje custa cerca de R$ 5. “Mesmo com a recuperação judicial, o acionista também acredita que a companhia deverá se recuperar”, afirma também o sócio da RJ Investimentos.

Em pronunciamento, Luiza Barsi afirmou que a recuperação judicial é uma recomendação antiga dele que busca reestruturar a empresa para voltar a dar bons resultados. Veja ainda nesta matéria a expectativa de Luiz Barsi sobre os dividendos em 2023.

Os motivos

Especialistas entrevistados pelo E-Investidor apontam os principais motivos que podem ter afetado cada ação que compõe a carteira de Barsi:

  • Banco do Brasil – teve alta de 1,15% no acumulado da semana

Carlos André Vieira, analista chefe da casa de análises do TC, explicou que o Banco do Brasil encerrou a primeira semana impactado pelos temores dos investidores quando a possibilidade do governo internet na indicação de diretores da companhia. Mudança essa que faz parte da Lei das Estatais.

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Além disso, os investidores temem que as práticas de mercado realizadas pelo banco nas operações de crédito e fornecimento de serviços sejam revistas e substituídas por “uma cultura que não tenha como foco a rentabilização da operação, fazendo com que o lucro gerado pelo Banco do Brasil venha a cair”, explicou o especialista.

No entanto, como o ativo recuou cerca de 6% nos primeiros dois dias, os acionistas enxergaram a ação como boa opção no curto prazo, tanto que encerrou a semana em leve alta.

  • IRB Brasil – teve alta de 14,98% no acumulado da semana

Monsanto, da RJ Investimentos, explicou que não observou nenhum motivo específico que justifique o desempenho do IRB Brasil nesta semana. Porém, ele afirmou que a companhia carrega o fardo de ter sido acusada de fraude no início de 2020 “e, para piorar, [na mesma época], fez declarações falsas envolvendo o megainvestidor Warren Buffett”.

Dessa forma, a cotação das ações carrega o fardo da empresa ter se envolvido em polêmicas e, assim, já caiu bruscamente nos últimos anos.

  • Klabin – teve alta de 1,71% no acumulado da semana

João Abdouni, analista CNPI da Inv, explicou que o bom desempenho da Klabin está relacionado ao balanço financeiro da companhia ser dolarizado. “Com o mercado receoso sobre as novas políticas de Lula, o dólar tende a apresentar alta [nos próximos dias], o que beneficiou o ativo”, explicou o especialista.

Além disso, ele disse que as ações da companhia foram negociadas a múltiplos descontados nos últimos dias. Ou seja, o valor está abaixo do que o mercado enxerga como preço ideal.

  • Suzano – teve alta de 3,49% no acumulado da semana

Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed, explicou que a Suzano é vista como um hedge (ativo de proteção) quando há um cenário interno conturbado.

“[A companhia recebe essa classificação] porque toda sua receita é dolarizada”, afirmou o especialista. E, tradicionalmente, quando o mercado doméstico tem forte volatilidade, o câmbio norte-americano tende a subir.

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E como os investidores costumam antecipar o que pode ocorrer na economia, o papel da companhia fechou em semana com ganhos.

  • Unipar – teve queda de 9,43% no acumulado da semana

Com a perspectiva no ano está de recessão global, o mercado espera que a cotação do PVC siga em baixa nos próximos meses, “o que impacta negativamente o papel da Unipar”, afirmou Paulo Ribeiro, analista de ações da Vêneto.

Vale destacar que o preço do produto neste ano já está em queda de 6%.

  • Taurus Armas – teve queda de 6,25% no acumulado da semana

As ações da Taurus começaram a semana com queda de quase 10% na segunda e na terça, porque o novo ministro da Justiça, Flávio Dino, se mostrou contra qualquer legislação que flexibilize o comércio de armas no Brasil, explicou o analista Malek Zein, da casa de análises do TC.

Vale lembrar que no primeiro dia de governo, o atual presidente assinou um decreto que reestrutura a política armamentista brasileira, suspendendo o registro de novas armas de uso restrito de CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores).

No entanto, como o ativo teve uma forte queda nos primeiros dias e chegou a cair R$ 1, sua cotação se tornou interessante ao mercado, que tomou posição de compra e, consequentemente, trouxe uma recuperação na rentabilidade da ação no pregão desta sexta-feira.

  • Isa Cteep – teve queda de 5,13% no acumulado da semana

As ações da Isa Cteep foram impactados negativamente pela cotação dos juros. Hugo Queiroz, diretor do TC, explicou que a companhia é comparada com os bonds NTNB-35 e 45, já que os ativos conseguem gerar retornos resilientes e de longo prazo ao investidor.

Como o NTNB é uma opção de renda fixa, com retorno pós-fixado e atrelado à taxa de juros semestrais, a rentabilidade foi melhor ao investidor, “que optou por demonstar posições na Isa Cteep e migrar para os títulos do Tesouro”.

  • Taesa – teve alta de 1,97% no acumulado da semana

Na avaliação de Ruy Hungria, analista da Empiricus, as units da Taesa reagiram positivamente nesta sexta-feira (6) ao anúncio da distribuição de “ bons dividendos” de R$ 1,33 por ação, que será realizado ainda em janeiro, equivalente a um yield de cerca de 4% sobre o fechamento de quinta-feira (5).

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A movimentação desta sexta-feira (6) foi responsável pela recuperação da pequena queda que a ação acumulava nos últimos quatro dias, de 0,45%, “dado os ruídos políticos [sobre como será o este novo governo]”, afirmou o analista.

  • Paranapanema – teve alta de 9,17% no acumulado da semana

Bruno Monsanto, sócio da RJ Investimentos, destacou o papel da Paranapanema teve um desempenho positivo pelo fato do conselho administrativo da companhia ter aprovado a venda de parte dos direitos creditórios para o BTG Pactual.

Isso quer dizer que a companhia “está tentando se reestruturar do processo de recuperação judicial”, destacou o especialista.

  • Cemig – teve queda de 2,30% no acumulado da semana

De acordo com Paulo Ribeiro, analista de ações da Vêneto, o desempenho da Cemig foi apenas um processo de compra e venda de ações dos investidores a procura de ativos mais interessantes no curto prazo.

A companhia é considerada uma opção defensiva para um cenário volátil. Porém, segundo o especialiosta, que os investidores estão atentos ao possível processo de privatização da companhia – pois, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, já se mostrou interessado em fazê-lo.

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