

É possível resumir o ano de 2024 no mercado financeiro em poucos números. O Banco Central (BC) divulgou a primeira edição do Relatório Focus no dia 8 de janeiro e a última em 30 de dezembro. Na primeira edição, esperava-se uma taxa de juros em um dígito, a 9,00% ao ano. Em dezembro, a Selic havia sido definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 12,25% ao ano – com mais duas altas de 1,00 ponto percentual “contratadas” para o primeiro trimestre de 2025.
Em janeiro, a inflação esperada era de 3,90%. Na última, essa projeção havia escalado para 4,90%. Naquele mesmo mês, o o mercado previa um dólar fechando o ano a R$ 5,00. A previsão para dezembro era de R$ 6,05. No entanto, para não dizer que só houve más notícias, em janeiro de 2024 o crescimento previsto para o Produto Interno Bruto (PIB) era de 1,59%. Na última edição, a projeção havia quase dobrado e subiu para 3,49%.
Esses números mostram que definir 2024 como “desafiador” é o contrário de um exagero. O ano foi difícil para os profissionais do mercado financeiro. E mais ainda para os investidores que buscaram as melhores alternativas para aplicar seu dinheiro.
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Nesse cenário, a tarefa complexa de encontrar os melhores profissionais de gestão de recursos para investir e deixar de se preocupar com o assunto fica ainda mais difícil. Pensando nisso, o E-Investidor, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Toluna Insights, promove o prêmio Melhor Banco para você investir no Brasil.
O melhor banco para investir, segundo a FGV
O vencedor da edição de 2025 foi a Bradesco Asset, gestora de recursos ligada ao Bradesco (BBDC4). Ela teve a melhor pontuação tanto nos fundos oferecidos aos investidores, quanto na qualidade dos serviços.
A empresa de gestão de recursos obteve o primeiro prêmio nas categorias Investidor de Varejo e Alta Renda, e nos fundos Money Market, Renda Fixa e Multimercados. O banco só não obteve o primeiro lugar em fundos de Ações (observe a tabela abaixo).
Segundo dados da Anbima, associação que representa o setor, os fundos sofreram resgates nos últimos dois anos. Foram saques de R$ 538 bilhões nos multimercados e fundos de ações. Boa parte desses recursos migrou para alternativas menos arriscadas, como os fundos de renda fixa. E a Bradesco Asset ganhou participação de mercado. “Obtivemos uma captação líquida de R$ 65 bilhões nesse período e elevamos nosso market sharev (participação no mercado)”, diz Bruno Funchal, CEO da empresa. “O destaque de captação oi concentrado nas estratégias de renda fixa e crédito privado, em que entregamos um desempenho consistente.”
Histórico da Bradesco Asset
A Bradesco Asset é grande. No fim de 2024, ela possuía R$ 909 bilhões em ativo sob gestão. Esse patrimônio estava dividido por cerca de 1.900 fundos, dos quais 243 abertos aos investidores de varejo e alta renda. Para cuidar de toda essa estrutura, Funchal lidera uma equipe de 220 funcionários.
Procurar os melhores gestores é uma tarefa que gera frutos para qualquer investidor. “Diversos estudos acadêmicos mostram que são poucos os gestores competentes que geram alfa, ou seja, cujo desempenho supera a média do mercado”, diz William Eid Júnior, professor da Fundação Getulio Vargas e um dos criadores do prêmio. “A busca por quem oferece qualidade de gestão é crucial para os investidores que desejem obter bons resultados em suas aplicações.”
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O cenário de juros altos esperado para 2025 deve tornar essa tarefa ainda mais difícil, diz outro dos criadores do prêmio, o também professor da FGV Ricardo Rochman. “A alta dos juros deve fazer as empresas adiarem seus investimentos, o que vai fazer com que elas lancem menos títulos no mercado”, diz ele. “Essa escassez vai tornar mais árduo para as gestoras obter resultados diferenciados, pois será complicado encontrar papéis que tenham rentabilidade tão elevada quanto a da taxa Selic e risco baixo”.
Como o vencedor foi escolhido
O Melhor Banco para Você Investir foi escolhido com uma metodologia desenvolvida pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGVCef) em parceria com o instituto de pesquisas Toluna.
A avaliação tem dois aspectos, o quantitativo e o qualitativo. No aspecto quantitativo os fundos são divididos entre passivos (que buscam seguir um indicador, como o Ibovespa) e os fundos ativos, que buscam superar os índices de mercado (como os juros medidos pelo CDI, Certificado de Depósito Interfinanceiro). Os fundos passivos são premiados pela aderência ao indexados.
Os fundos ativos são premiados pela melhor relação entre risco e retorno. A métrica nesse caso é uma das mais tradicionais do mercado, o índice de Sharpe. Desenvolvido pelo Prêmio Nobel de Economia, o economista americano William Forsith Sharpe (1934), esse indicador mede a rentabilidade de um fundo em comparação com um ativo financeiro livre de risco.
“O índice de Sharpe não premia os fundos mais rentáveis, mas aqueles que proporcionaram a melhor rentabilidade para o investidor na comparação com o risco a que seu dinheiro foi exposto”, diz William Eid, professor titular de finanças da FGV e criador da premiação.
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Os fundos são divididos por seus perfis e incluem fundos de ações, multimercados, renda fixa e money market. Esses últimos são os fundos que privilegiam a liquidez e cuja meta é seguir os juros de mercado. Em seguida, eles são classificados pelas relações entre risco e retorno durante o ano gregoriano de 2024. Os melhores fundos recebem cinco estrelas. E as gestoras são premiadas de acordo com a proporção entre esses fundos e o total de recursos geridos. A nota atribuída aos fundos representa 40% da nota total.
No aspecto qualitativo, são premiadas as plataformas em que os investidores percebem uma qualidade melhor de serviços e onde eles têm acesso a mais fundos. O acesso é medido pelas menores taxas de administração e pelos menores investimentos iniciais, que são mais democráticos, são premiados.
O segundo aspecto é uma avaliação realizada pelo instituto de pesquisas Toluna Insighs, que entrevista 6 mil cotistas dos fundos por telefone. A pesquisa capta a percepção dos clientes em oito aspectos, como a clareza do aconselhamento, a agilidade na execução de orientações e na resolução de problemas e a facilidade de uso dos recursos digitais. “O consumidor está mais informado e mais exigente”, diz Luca Bon, diretor geral da Toluna para a América Latina. “E ouvir o consumidor é ouvir a voz da verdade.”
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