- De acordo com o balanço reportado pela companhia nesta segunda-feira (15), o “roxinho” apresentou uma receita de US$ 1,2 bilhão
- Embora a fintech tenha reportado bons números, os analistas alertam que a companhia ainda enfrenta grandes desafios para se tornar atrativa em comparação aos outros bancos
- Por isso, é preciso ter cautela antes de investir
O Nubank teve uma manhã de terça-feira (16) positiva para suas ações após o banco digital superar as expectativas do mercado com a divulgação do seu balanço referente ao segundo trimestre de 2022. Às 15h22, a ação do Nubank subia impressionantes 25,21% nos Estados Unidos, para US$ 5,86, enquanto a BDR no Brasil avançava 26,14%, para R$ 4,97.
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No entanto, embora a fintech tenha reportado bons números os analistas alertam que a companhia enfrenta grandes desafios para se tornar atrativa em comparação a outros bancos do mercado. Por isso, recomendam cautela antes de investir.
Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, apesar de o Nubank ser um banco digital, a companhia está inserida no segmento de ações de tecnologia e de crescimento (quando há projeção de lucro previsto para o longo prazo). Por esse motivo, o investidor precisa ter em mente que as ações costumam sofrer volatilidade, principalmente neste período em que os juros nos Estados Unidos estão elevados.
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“A fintech também opera em países emergentes (Brasil, México e Colômbia) que, em geral, costumam ter bastante volatilidade. Por isso, isso é considerado um risco adicional. O investidor precisa saber que existe esse conceito de volatilidade geográfica”, acrescenta Alves.
De acordo com o balanço reportado pela companhia nesta segunda-feira (15), o “roxinho” apresentou uma receita de US$ 1,2 bilhão. O volume representa um crescimento de 230% em relação ao mesmo período do ano passado. De abril a junho deste ano, a fintech conseguiu atrair 5,7 milhões de clientes e fechou o segundo trimestre com um total de 65,3 milhões, incluindo Brasil, México e Colômbia.
Quando ao resultado financeiro, a empresa reportou lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões no segundo trimestre, praticamente o mesmo nível de igual período de 2021, com US$ 17,2 milhões. No resultado contábil, sem ajustes, o Nubank anunciou prejuízo de US$ 29,9 milhões, acima dos US$ 15,2 milhões do segundo trimestre de 2021.
Além disso, a instituição apresentou aumento na concessão de crédito pessoal, que cresceu 250% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar de ser a principal fonte de receita dos bancos, Gustavo Pazos, analista de Equity Research na Warren, alerta para o risco de inadimplência, o que pode comprometer o retorno financeiro da companhia.
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“É um momento delicado porque os juros continuam altos (no Brasil) e a inflação caiu de forma artificial por causa da redução do ICMS”, afirma Pazos. “O ponto é que crescer essa carteira de crédito sem qualidade é um grande risco e é o que parece que está acontecendo com o Nubank”, acrescenta.
A inadimplência acima de 90 dias aumentou de 3,5% para 4,1% no segundo trimestre em comparação ao primeiro trimestre deste ano, segundo reportou o banco. Para Danielle Lopes, sócia e analista da Nord Research, o percentual segue acima dos outros bancos tradicionais e, por esse motivo, o investidor precisa ficar atento ao indicador.
“O Itaú reportou uma inadimplência de 2,7%, o Bradesco de 3,6%, o Banco do Brasil de 2% e o Santander, de 2,9%. Então, é importante ficar atento à inadimplência e a forma como o banco está avaliando isso”, ressalta Lopes. Diante dos riscos, a recomendação da analista da Nord é que o investidor não se posicione na empresa e, se tiver papéis da fintech, a orientação é vendê-los.
As ações do Nubank na manhã desta terça-feira (16) apresentaram fortes altas na bolsa de Nova York (NYSE) diante dos resultados positivos da companhia referente ao segundo trimestre deste ano. Por volta das 10h30, os papéis do Nubank saltaram 10% (US$ 4,68). Já às 12h, os ganhos foram de 12,39% (US$ 5,26). Veja como se comportou o papel da fintech hoje.
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