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Petrobras (PETR4): o que o balanço deve mostrar sobre lucros e dividendos?

O mercado espera um lucro menor diante da queda do preço do petróleo e da ausência de desinvestimentos

Petrobras (PETR4): o que o balanço deve mostrar sobre lucros e dividendos?
Planta da Petrobras. (Foto: Geraldo Falcão/Petrobras)
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  • O balanço referente ao segundo trimestre da companhia será divulgado nesta quinta-feira (3) após o fechamento da Bolsa
  • Na avaliação de analistas, a expectativa aponta para um resultado operacional inferior ao do primeiro trimestre, diante da queda do petróleo de 12% no período
  • No entanto, o mercado deve seguir atento aos comentários da gestão da companhia para avaliar o que deve esperar da empresa nos próximos meses

Após a divulgação da nova política de dividendos, a atenção do mercado se volta para os resultados referentes ao segundo trimestre da Petrobras (PETR3/PETR4). A previsão é que o balanço seja divulgado nesta quinta-feira (3) após o fechamento do pregão. As estimativas apontam para uma redução do lucro da estatal diante da queda do preço do petróleo entre os meses de abril a junho e da ausência de desinvestimentos no período.

Neste intervalo de tempo, o preço do barril de petróleo no mercado internacional ficou entre US$ 75 e US$ 80 por barril. Na prática, a faixa de preço representa uma queda em torno de 12% na cotação da commodity. “Dessa forma, estimamos um lucro líquido de aproximadamente R$ 24 bilhões no 2T23”, aponta Mateus Haag, analista da Guide Investimentos. Já em comparação ao volume entregue no primeiro trimestre deste ano, a estimativa da Guide representa uma queda de 37,2% no lucro líquido.

A queda também deve ser significativa na comparação anual. No mesmo período do ano passado, a estatal entregou ao mercado um lucro líquido de R$ 54,4 bilhões. No entanto, Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, explica que a baixa não deve gerar preocupação, já que o alto volume divulgado em 2022 foi impulsionado pelas receitas não recorrentes. “A empresa recebeu US$ 1,5 bilhão fruto de desinvestimento e ainda teve a entrada de US$ 5 bilhões decorrentes do acordo de coparticipação dos campos Sépia e Atapu, localizados na Bacia de Santos”, afirma Arbetman.

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A expectativa é que os números sinalizem aos investidores o impacto da nova política de preço para os combustíveis, anunciada pela companhia em maio. O novo modelo usa referências de mercado como o custo alternativo do cliente, que contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos e o valor marginal para a estatal, definido como custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, como produção e importação.

“As margens do segmento de tefino devem ser prejudicadas no 2T23 por conta da nova política, mas precisamos aguardar os números para medir exatamente esses impactos e se pode se tornar um fator de preocupação nesta tese”, sugere Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.

Além disso, a atenção do mercado deve estar voltada para os comentários da gestão sobre a recente alta do preço do petróleo em julho, que torna o atual preço do combustível defasado.

Nova política de dividendos

A divulgação do balanço da Petrobras vem na sequência da definição da nova política de dividendos da companhia. Segundo a estatal, a nova política de dividendos encontrou um meio termo: 45% do fluxo de caixa livre da estatal, com pagamentos que se manterão trimestrais.

Portanto, a regra irá manter a previsibilidade do fluxo de pagamentos, enquanto, em contrapartida, também vai possibilitar a perenidade e a sustentabilidade financeira em diferentes períodos, além de não comprometer a capacidade de crescimento.

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O novo modelo trouxe alívio aos analistas e investidores diante do pessimismo que pairava durante os primeiros meses do governo Lula. Esse sentimento pode ser acompanhado na performance das ações. No pregão de segunda-feira (28), a PETR3 encerrou o dia com alta de 5,26%, a R$ 34,81, enquanto a PETR4 subiu 4,54%, a R$ 31,11.

Na terça, as quedas continuaram com as ações ordinárias (PETR3) encerrando com uma queda de 0,44% (R$ 33,93) e as preferenciais (PETR4) com uma desvalorização de 0,36% (R$ 30,49).

Na quarta (2), PETR3 caiu 0,50%, cotada a R$ 33,91. Já PETR4 desvalorizou 0,20% e fechou valendo R$ 30,54.

Qual é a recomendação?

As estimativas de uma queda no lucro não são a principal justificativa para a cautela dos analistas na hora de analisar as ações da Petrobras.

Com as recentes mudanças, a conferência de apresentação dos resultados da estatal vai dar subsídios ao mercado sobre o que esperar da companhia nos próximos trimestres. Por esse motivo, a Ágora Investimentos possui recomendação neutra para os papéis da petroleira.

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“Precisamos avaliar alguns direcionadores importantes, como o resultado do balanço, e aguardar o detalhamento sobre os investimentos que a empresa pretende fazer. Então, a partir desse momento, o investidor terá uma previsão sobre o que esperar da companhia nos próximos meses”, justifica Ricardo França, analista da Ágora.

A Ativa Investimentos também segue com a mesma orientação para os investidores já posicionados na estatal.

Já para aqueles que avaliam se a empresa pode ser uma oportunidade de investimento, a corretora aconselha a ficar de fora do papel. “Há outras opções que não possuem o risco político da companhia. Não devem oferecer um dividendo forte como o da Petrobras, mas não irão carregar o risco político”, diz Ilan Arbetman, analista da Ativa. O analista recomenda as ações da PRIO (PRIO3) para os investidores interessados no setor de óleo e gás.

O Goldman Sachs possui recomendação de compra para as ações da estatal com preço-alvo de R$ 46,10 para as ações PETR3 e de R$ 41,90 para os papéis PETR4. A XP também segue com a mesma recomendação, mas com um preço-alvo de 36,70 para as ações preferenciais (PETR4).

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