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- A Vale (VALE3) divulgou na noite desta quinta-feira (28) seu balanço financeiro referente ao segundo trimestre de 2023
- O lucro líquido da companhia no período ficou em US$ 892 milhões, um recuo de 78,2% em relação ao 2º trimestre de 2022. Na comparação com o primeiro trimestre do ano, a queda foi de 51,4%
- Para analistas, resultados foram impactados pela queda do preço do minério. Mas custo de produção também chamou a atenção
A Vale (VALE3) teve mais um trimestre de resultados abaixo da média. Depois de um 4T22 e um 1T23 considerados “mornos” pelo mercado, o balanço da mineradora referente ao segundo trimestre de 2023 divulgado na noite desta quinta-feira (27) também não foi expressivo.
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O lucro líquido da companhia no período ficou em US$ 892 milhões, um recuo de 78,2% em relação ao 2º trimestre de 2022. Na comparação com o primeiro trimestre do ano, a queda foi de 51,4%.
“Em linhas gerais os números foram fracos, mas em linha com o esperado. A Vale já havia divulgado o relatório de vendas e produção na semana passada, deixando pouco espaço para surpresas com a receita”, pontua Mateus Haag, analista da Guide Investimentos.
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As ações da Vale iniciaram o pregão desta sexta-feira (28) em queda. Às 10h38, a VALE3 caía 2,78%, cotada a R$ 68,46.
Segundo a mineradora, os principais fatores que afetaram o lucro foram os menores preços realizados de minério de ferro e níquel, a apreciação do real e a menor marcação a mercado das debêntures participativas.
O EBITDA ajustado das operações da Vale foi de US$ 3,874 milhões, 26,2% abaixo do mesmo período do ano passado, mas 8,3% acima do registrado no 1T23. Como mostramos nesta reportagem, alguns bancos estavam esperando por um EBTIDA ajustado de ao menos US$ 4 bilhões.
Na avaliação do Inter Research, os resultados do trimestre mostram os desafios enfrentados pela empresa em seu principal mercado consumidor, a China, que ainda segue lidando com demanda enfraquecida no setor imobiliário. “Isso leva a um menor consumo de aço e minério de ferro, pressionando os preços nos mercados internacionais, o que se reflete nos menores volumes vendidos e nos menores preços realizados”, diZ a analista Gabriela Joubert em relatório.
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O Inter tem recomendação neutra para a VALE3, com preço-alvo de R$ 77 por papel.
Apesar da produção de minério da Vale ter aumentado, a queda dos preços da commodity e o aumento dos custos impactam os resultados. Junto ao balanço, a companhia informou que revisou as projeções do Custo Caixa C1 do minério, que envolvem mina, ferrovia e porto. A projeção para 2023 foi elevada de US$ 20-21 por tonelada para US$ 21,5-22,5 a tonelada.
Segundo a Genial Investimentos, o patamar elevado do C1/t é uma tendência que já estava aparecendo há algum tempo. “O feito de estoque em trânsito reabre as cicatrizes do trimestre passado, ao carregar para dentro dos resultados do 2T23 um patamar de custos exorbitantes pela baixa capacidade de diluição”, pontuam os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Renan Rossi.
Os custos mais elevados já estavam inclusos no modelo de análise da Genial, ainda que em menor magnitude. Por causa disso, apesar de esperar uma reação negativa do mercado para com os resultados, a corretora manteve a recomendação de compra para VALE3, com um preço-alvo de R$ 83 por ação.
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